02 agosto 2010

Vista cansada num senhor de 150 anos

 Wagner Rossi

Armando Monteiro Filho andava preocupado na década de 1960. Então ministro da Agricultura, ele percebeu que o setor que representava estava botando o meio ambiente de pernas para o ar. E que, tiro no pé, era a própria agricultura que estava sendo prejudicada. “A agricultura itinerante continua se desenvolvendo segundo os métodos primitivos dos primeiros anos do descobrimento. Chega o agricultor, derruba e queima as matas, sem indagar se elas são necessárias à conservação do solo ou do regime das águas”, disse ele em documento oficial pedindo maior rigidez nas leis de proteção às florestas brasileiras.


As críticas de Monteiro Filho resultaram no atual Código Florestal. Que, por força da ironia, está sendo metralhado, 45 anos depois, pelo mesmo ministério a que o político pertenceu. Na comemoração pelos 150 anos da pasta, na última semana, seu titular Wagner Rossi aproveitou para, mais uma vez, bater palmas à proposta ruralista de derrubar o Código Florestal construído em 1965.
 
Responsável por ter derrubado mais de 90% da Mata Atlântica e cerca de 17% da Amazônia, o agronegócio é visto por Rossi como um setor moderno e que só traz benefícios para o Brasil. É verdade que o setor tem avançado, mas suas atividades nas últimas décadas botaram o Brasil entre os quatro países mais poluidores do planeta.

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