27 julho 2012

Evolução do desmatamento em Rondônia

Loading...



Agência Espacial Europeia divulgou nesta sexta-feira uma animação que mostra a evolução do desmatamento no Estado de Rondônia, de 1986 a 2010. Uma das regiões mais afetadas pelo desmatamento no país, Rondônia já teve mais da metade de sua cobertura florestal destruída.

O vídeo mostra que, enquanto a área central permanece verde, o desmatamento vai se alastrando pelas bordas do estado ao longo do tempo. Esse fenômeno ocorre também em outras regiões amazônicas, principalmente pela abertura de estradas e projetos de infraestrutura, onde há grande escoamento de madeira retirada ilegalmente.
Na mesma proporção em que o desmatamento evolui, regride o homem. Florestas tropicais em todo o mundo estão sendo destruídas sem necessidade, a uma velocidade alarmante. Mais de um terço de todas as espécies do mundo vivem apenas na Amazônia. Ela desempenha um papel fundamental no equilíbrio do clima global, e abriga grande variedade de plantas, animais e insetos.

Ao contrário de outras formações florestais, as florestas tropicais não voltam a crescer quando são destruídas e, devido à sua composição, os solos não são adequados para agricultura a longo prazo.

Com a sua visão única do espaço, os satélites de observação da Terra têm sido fundamentais para destacar a vulnerabilidade das florestas tropicais, documentando a evolução do desmatamento, particularmente em áreas mais remotas.
Fonte: Greenpeace

26 julho 2012

A greve do ensino público e as engenharias



Afinal, em que mundo vivem os cursos de engenharia das universidades públicas brasileiras?
Na minha primeira greve como professor, tive a oportunidade de ver de outra perspectiva o mundo em que vivemos no ensino de engenharia em uma universidade pública. O que se vê é um retrato da formação que nossos estudantes recebem.
Após alguns dias acompanhando o vigor do movimento, resolvo aderir à greve. A essa altura, mais de 40 universidades públicas já estavam em greve. Reuniões, assembleias, mobilizações, passeatas, movimentação virtual; todos na luta por uma universidade pública, gratuita e de qualidade. Enquanto isso, no Reino da Tecnologia, a movimentação é quase nula. Ninguém sabe, ninguém fala, ninguém vê. Estacionamentos lotados, salas de aula cheias, restaurantes com as tradicionais filas.
Resolvi fazer uma última aula de debate sobre a greve. Nas trocas de ideias e argumentos, três questões subjetivas se destacam. Primeiro, a completa alienação sobre a situação. Para eles, que viviam naquela redoma tecnológica, nada estava ocorrendo; ou, pelo menos, nada que lhes dissesse respeito. “Professor, essa greve não vai dar em nada, quase ninguém está participando, só tem meia dúzia de professores”. Independente da posição dos professores das engenharias, é impressionante a capacidade de isolar seus alunos do mundo externo, do mundo real.
Segundo, a aversão às lutas dos trabalhadores. Embora essa palavra não tivesse saído em nenhum momento da boca dos estudantes, a clara impressão é que, na cabeça deles, grevistas são baderneiros, comunistas, preguiçosos; isto é, gente que não está a fim de trabalhar e que busca, por meio da greve, conquistar ainda melhores salários, mordomias; “esses professores querem que não haja avaliação para que subam na carreira e pedem melhores salários” (numa clara interpretação distorcida da proposta de novo formato de avaliação levada ao governo pelo Andes). Ou seja, estamos formando profissionais com a visão do patrão, do capital, em oposição ao trabalhador.
Terceiro, e mais pesado, é o enorme individualismo presente. Na verdade, é um individualismo burro, pois é imediatista. Preocupados com seus estágios, suas promessas de efetivação, suas possíveis oportunidades de concurso, suas viagens de férias, seus intercâmbios para a Europa, os alunos sequer consideram como algo relevante para suas vidas a luta por uma universidade pública decente, estruturada, de qualidade. É recorrente o argumento: os alunos são os únicos prejudicados, são as grandes vítimas das greves. Mentira, pois são os que mais se beneficiarão, no longo prazo, dos seus frutos. Não é preciso destacar que os avanços na estrutura e qualidade do ensino público superior (assim como as principais conquistas de lutas das classes trabalhadoras no mundo) são resultados unicamente das lutas travadas anteriormente (resumo das reivindicações e resultados das greves desde 1980:http://www.sedufsm.org.br/index.php?secao=greve).
O mais triste dessa última constatação é a consciência de que essa percepção individualista e imediatista é apenas o reflexo do raciocínio, da postura, dos ensinamentos da maioria dos professores dos cursos de engenharia em uma universidade pública. A corrente de vitimização dos alunos enquanto maiores prejudicados com a greve rompeu-se quando uma aluna disse: “eu defendo a greve, pois eu quero que, daqui a vinte anos, meu filho possa ter a oportunidade que eu tive de estudar de graça num dos melhores cursos universitários do Brasil”. O silêncio que se seguiu escancarava como aquela reflexão simples, ainda individualista, mas numa perspectiva inteligente, de longo prazo, foi um choque na estrutura de pensamento daqueles jovens e promissores engenheiros.
Engenheiros deslocados da realidade de seu país, avessos às lutas dos trabalhadores e preocupados com seu próprio umbigo. Esses são os profissionais que queremos formar nas universidades públicas brasileiras?
*Felipe Addor é professor do Departamento de Engenharia Industrial da UFRJ (Centro de Tecnologia), onde se formou em Engenharia de Produção. É fundador e pesquisador do Núcleo de Solidariedade Técnica da UFRJ (SOLTEC/UFRJ).Fonte: Revista Fórum

23 julho 2012

Stephen Hawking e o Deus das Lacunas



“Deus das Lacunas” é uma locução muito útil, que ajuda a explicitar as vezes — que não são raras — em que a palavra “Deus” é usada como sinônimo de “Sei Lá”. Por que as pessoas ficam doentes? Antes que descobríssemos os germes, quando éramos ignorantes quanto à genética e à importância da higiene, era  ”castigo de Deus”. Assim que a ciência preencheu esse vão específico do saber humano, o “Deus das Lacunas”  se retirou dali, silenciosamente.
(O que, aliás, teve o benefício extra de remover dos ombros dos doentes o peso de estarem sendo “punidos” sabe-se lá por quê.)
A declaração divulgada pela mídia internacional na quinta-feira, de que o físico Stephen Hawking escreve em seu novo livro que Deus não é necessário para criar o Universo , parece sugerir que o grande teórico está convencido de que mais uma lacuna em nosso conhecimento, a do processo que desencadeou o Big Bang, está fechada ou em vias de fechar-se.
As lacunas, é claro,  sempre existirão. Talvez até mais do que os pobres da famosa fala de Jesus (em João 12:8) a ignorância é algo que sempre teremos conosco. Isso não impede, no entanto, que o “Deus das Lacunas” seja uma triste divindade, permanentemente batendo em retirada.
Trata-se de uma figura tão pífia, na verdade, que os teólogos mais bem informados e as pessoas religiosas capazes de uma reflexão mais sofisticada já se desfizeram dele. A bem da verdade, o teólogo holandês Willem Drees até havia se antecipado a Hawking, afirmando, em um de seus livros, que a cosmologia “não apoia um argumento de design para a origem do Universo”.
Em vez disso, o Deus de Drees é uma figura transcendente que “brilha através”, deixando-se entrever nas mais altas aspirações humanas.
Fonte: Carlos Orsi

Deus das lacunas





Deus das lacunas é uma falácia lógica e uma versão teológica do argumento da ignorância. Caracteriza-se por responder questões ainda sem solução com explicações, muitas vezes, sobrenaturais, que não podem ser averiguadas. Sendo sobrenaturais as respostas para as questões em aberto, provar-se-ia a existência de fatos que não podem ser entendidos pelo homem. Nessa falácia, ignora-se a realidade e apela-se para uma explicação irracional.



Origem do termo

O termo deus das lacunas remonta a Henry Drummond, evangelista escocês do século XIX. Ele dizia que os cristãos não podiam apontar à ciência fatos de cujas explicações ainda eram desconhecidas para tentar provar a existência de Deus. Afirmava que as explicações que estavam faltando, as lacunas, preencher-se-iam com Deus. Dizia que Deus era muito mais do que o "ocasional operador de milagres". conhecemos, não no que desconhecemos"
No século 20, Dietrich Bonhoeffer expressa um conceito similar por meio de cartas que escreveu durante a sua prisão por nazistas na Segunda Guerra Mundial, cartas cuja revelação deu-se mais tarde. Bonhoeffer dizia que usar Deus para tapar a nossa incompletude de conhecimento é algo muito errado. Ele resumiu seu pensamento na frase: "vamos encontrar Deus no que nós conhecemos, não no que nós desconhecemos"
O termo ganhou amplitude quando foi usado no livro Ciência e Fé Cristã de 1955 por Charles Coulson, em que dizia que "não há "Deus das lacunas" para assumir esses espaços em que a ciência falha e a razão é que essas lacunas diminuem de tamanho".
O termo foi usado novamente em um livro de 1971 e em um artigo de 1978 por Richard Bube. Ele elaborou o conceito de deus das lacunas de forma mais detalhada. Bube atribuiu as crises modernas da fé religiosa à diminuição do deus das lacunas com o progresso do conhecimento científico. Bube afirmou que A Origem das Espécies de Charles Darwin foi a sentença de morte ao deus das lacunas, eliminando-as quase que por completo.

Uso do deus das lacunas

O termo deus das lacunas é, por vezes, utilizado para descrever a tentativa de fazer explicações religiosas com argumentos que ainda não podem ser testados pela ciência.

[editar]Estrutura lógica

Pode ser explicado pela tentativa de explicar deus com argumentos não-válidos para a ciência.
Algo ainda não pode ser explicado.
Existe uma lacuna no conhecimento da ciência
Logo, a explicação deste algo deve ser: uma ação de Deus, ou de um designer inteligente.
Infere-se que a falta de explicação, ou existência de uma lacuna no conhecimento, provaria existência de Deus, ou de um designer inteligente.

[editar]Exemplos

  • Um homem curou-se dum câncer e nenhum exame médico conseguiu explicar como isto aconteceu. Isso deve ter sido um milagre de deus. Sendo assim, deus existe.
Não foi levado em consideração que existem muitas características ainda não descobertas sobre o câncer e tambem sobre o homem que foi curado. O câncer poderia ter sido de uma forma fraca, que foi combatida pelo sistema imunológico, ou o homem pode ter alguma informação genética desconhecida que o torna seu corpo melhor em combater câncer.
  • Aquelas pessoas foram vítimas de um acidente aéreo, dentre tantas outras pessoas, foram as únicas que sobreviveram. Elas rezaram, por isso deus as salvou.
Pode também ser entendido como apelo à ignorância, porque não se pode saber se as pessoas que morreram, rezaram. Nesse caso, admite-se um milagre que fez com que as pessoas que rezaram sobreviveram. Ora, necessita-se de mais informações sobre esse acidente, como se as pessoas que sobreviveram estavam sentadas próximas à saída de emergência ou se elas conseguiram seguir os procedimentos de segurança de um avião. Mesmo que, ainda assim, a sobrevivência dessas pessoas não fosse explicada, isso não quer dizer que o que tenha acontecido com elas foi um milagre.

Fonte: Wikipedia

18 julho 2012

Não é mais possível dizer que não sabíamos



O neurocientista canadense Philip Low ganhou destaque no noticiário científico depois de apresentar um projeto em parceria com o físico Stephen Hawking, de 70 anos. Low quer ajudar Hawking, que está completamente paralisado há 40 anos por causa de uma doença degenerativa, a se comunicar com a mente. Os resultados da pesquisa foram revelados no último sábado (7) em uma conferência em Cambridge. Contudo, o principal objetivo do encontro era outro. Nele, neurocientistas de todo o mundo assinaram um manifesto afirmando que todos os mamíferos, aves e outras criaturas, incluindo polvos, têm consciência. Stephen Hawking estava presente no jantar de assinatura do manifesto como convidado de honra.



Low é pesquisador da Universidade Stanford e do MIT (Massachusetts Institute of Technology), ambos nos Estados Unidos. Ele e mais 25 pesquisadores entendem que as estruturas cerebrais que produzem a consciência em humanos também existem nos animais. "As áreas do cérebro que nos distinguem de outros animais não são as que produzem a consciência", diz Low, que concedeu a seguinte entrevista ao site de VEJA:
Estudos sobre o comportamento animal já afirmam que vários animais possuem certo grau de consciência. O que a neurociência diz a respeito?Descobrimos que as estruturas que nos distinguem de outros animais, como o córtex cerebral, não são responsáveis pela manifestação da consciência. Resumidamente, se o restante do cérebro é responsável pela consciência e essas estruturas são semelhantes entre seres humanos e outros animais, como mamíferos e pássaros, concluímos que esses animais também possuem consciência.
Quais animais têm consciência? Sabemos que todos os mamíferos, todos os pássaros e muitas outras criaturas, como o polvo, possuem as estruturas nervosas que produzem a consciência. Isso quer dizer que esses animais sofrem. É uma verdade inconveniente: sempre foi fácil afirmar que animais não têm consciência. Agora, temos um grupo de neurocientistas respeitados que estudam o fenômeno da consciência, o comportamento dos animais, a rede neural, a anatomia e a genética do cérebro. Não é mais possível dizer que não sabíamos.

É possível medir a similaridade entre a consciência de mamíferos e pássaros e a dos seres humanos? Isso foi deixado em aberto pelo manifesto. Não temos uma métrica, dada a natureza da nossa abordagem. Sabemos que há tipos diferentes de consciência. Podemos dizer, contudo, que a habilidade de sentir dor e prazer em mamíferos e seres humanos é muito semelhante.

Que tipo de comportamento animal dá suporte à ideia de que eles têm consciência?Quando um cachorro está com medo, sentindo dor, ou feliz em ver seu dono, são ativadas em seu cérebro estruturas semelhantes às que são ativadas em humanos quando demonstramos medo, dor e prazer. Um comportamento muito importante é o autorreconhecimento no espelho. Dentre os animais que conseguem fazer isso, além dos seres humanos, estão os golfinhos, chimpanzés, bonobos, cães e uma espécie de pássaro chamada pica-pica.

Quais benefícios poderiam surgir a partir do entendimento da consciência em animais? Há um pouco de ironia nisso. Gastamos muito dinheiro tentando encontrar vida inteligente fora do planeta enquanto estamos cercados de inteligência consciente aqui no planeta. Se considerarmos que um polvo — que tem 500 milhões de neurônios (os humanos tem 100 bilhões) — consegue produzir consciência, estamos muito mais próximos de produzir uma consciência sintética do que pensávamos. É muito mais fácil produzir um modelo com 500 milhões de neurônios do que 100 bilhões. Ou seja, fazer esses modelos sintéticos poderá ser mais fácil agora.

Qual é a ambição do manifesto? Os neurocientistas se tornaram militantes do movimento sobre o direito dos animais? É uma questão delicada. Nosso papel como cientistas não é dizer o que a sociedade deve fazer, mas tornar público o que enxergamos. A sociedade agora terá uma discussão sobre o que está acontecendo e poderá decidir formular novas leis, realizar mais pesquisas para entender a consciência dos animais ou protegê-los de alguma forma. Nosso papel é reportar os dados.

As conclusões do manifesto tiveram algum impacto sobre o seu comportamento? Acho que vou virar vegetariano. É impossível não se sensibilizar com essa nova percepção sobre os animais, em especial sobre sua experiência do sofrimento. Será difícil, adoro queijo.

O que pode mudar com o impacto dessa descoberta? Os dados são perturbadores, mas muito importantes. No longo prazo, penso que a sociedade dependerá menos dos animais. Será melhor para todos. Deixe-me dar um exemplo. O mundo gasta 20 bilhões de dólares por ano matando 100 milhões de vertebrados em pesquisas médicas. A probabilidade de um remédio advindo desses estudos ser testado em humanos (apenas teste, pode ser que nem funcione) é de 6%. É uma péssima contabilidade. Um primeiro passo é desenvolver abordagens não invasivas. Não acho ser necessário tirar vidas para estudar a vida. Penso que precisamos apelar para nossa própria engenhosidade e desenvolver melhores tecnologias para respeitar a vida dos animais. Temos que colocar a tecnologia em uma posição em que ela serve nossos ideais, em vez de competir com eles.
Fonte: Veja.com

O analfabeto político

16 julho 2012

Na Moral, você está sendo filmado

Vídeo altamente recomendado entre 14:00 e 20:00.
Talvez você se sinta tão surpreendido como o Pedro.

12 julho 2012

Investimento em educação rural triplicaria a produção, aponta estudo



Não é segredo que a cesta-básica é um dos parâmetros para medir o poder de compra do brasileiro. O que poucos sabem é que ela poderia ser muito mais barata do que é hoje. Atualmente, boa parte dos alimentos que compõem a cesta-básica brasileira provém da agricultura familiar. O setor é responsável, por exemplo, por 70% da produção nacional de feijão, 21% do trigo e 58% do leite, segundo o IBGE.
No entanto, o baixo grau educacional dos agricultores do setor faz com que a produção seja muito aquém do seu real potencial. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revelou que a produção da agricultura familiar poderia, ao menos, triplicar, caso políticas de capacitação fossem implementadas e se o acesso à educação para a população rural não fosse tão difícil.
De acordo com o coordenador da pesquisa, José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho, apenas 5,2% dos estabelecimentos agropecuários são responsáveis por 63,5% de toda a produção da agricultura familiar. Por outro lado, mais da metade dos estabelecimentos (66,4%) geram apenas 10% do valor da produção. Segundo Vieira Filho, isso se deve à concentração dos recursos tecnológicos – apenas 16% dos estabelecimentos possuem um grau elevado de conteúdo tecnológico. “Se aumentássemos o grau de tecnologia e de acesso à educação em apenas 5% dos estabelecimentos atrasados, já dobraríamos a produção atual”, afirma.
Além disso, para o pesquisador do Ipea, muitos agricultores não tem acesso à tecnologia por não saberem manusear os equipamentos e insumos ou desconhecerem as ferramentas de acesso à crédito. “O analfabetismo elevado torna o aprendizado de novas técnicas e a absorção de tecnologia muito raro”, diz.
Desafio educacional
“Hoje, o agricultor não precisa ter terra para produzir, precisa de tecnologia e para usar tecnologia precisa de educação”, defende Vieira Filho. De acordo com ele, a redução do analfabetismo rural já seria um avanço para o aumento da produtividade e, consequentemente, propiciaria o aumento de renda do produtor e a diminuição das pressões sobre o meio ambiente.
Segundo um estudo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência, a taxa de analfabetismo na zona rural chega a 23,3%, entre a população de 15 anos ou mais, índice três vezes maior do que em áreas urbanas. Para contornar essa realidade, o pesquisador defende a implementação de instituições de ensino e extensão no campo para orientar os agricultores e agir, em curto e longo prazo, no desenvolvimento de conhecimento local.
“A Embrapa, as universidades locais e os órgãos de agricultura locais devem atuar na capacitação dessa população e trabalhar para diminiuir esse abismo de produção e renda entre as regiões brasileiras”, argumenta Vieira Filho. Hoje, 89,3% dos produtores familiares do Nordeste não possuem um elevado grau de tecnologia em suas propriedade e, por isso, representam apenas 19,1% da produção nordestina e recebem apenas dois salários-mínimos pelo o que produzem.
“Sem esse tipo de política pública educacional, os agricultores familiares continuarão com baixos sálarios e sendo incentivados a abandonar o campo e inflar as cidades grandes e médias”, conclui o pesquisador.
Fonte: Carta Capital

Crise abala fé no capitalismo, mas não entre os brasileiros



Uma pesquisa do Centro de Pesquisas Pew, dos Estados Unidos, mostra como a crise econômica mundial tem abalado a crença de que o capitalismo é o melhor sistema para se viver. O levantamento do Pew, feito com 26 mil pessoas em 21 países entre março e abril, revelou que no mundo desenvolvido,  mais afetado pela crise, o apoio ao capitalismo vem ruindo. Ao mesmo tempo, os brasileiros despontam como um dos principais entusiastas do sistema.
O Pew mede o apoio ao capitalismo questionando os entrevistados em que medida eles concordam com a frase “as pessoas estão bem numa economia livre mercado, mesmo que existam alguns pobres e alguns ricos”. Em 13 dos 21 países, 50% ou mais das pessoas responderam favoravelmente. Entre os oito onde a maioria “rejeita” o capitalismo estão a Espanha (47% apoiam) e a Grécia (44%), duas das nações mais afetadas pela crise.
As piores margens de apoio estão no Japão (38%) e no México (34%). Dos 21 países, 16 já haviam sido pesquisados pelo Pew anteriormente. Em nove desses 16 país o apoio ao capitalismo vem caindo. O maior declínio foi verificado na Itália (23 pontos percentuais) e na Espanha (20 pontos).
No Brasil, entretanto, as coisas são diferentes. Três em cada quatro pessoas entrevistadas no País disseram concordar com a frase “as pessoas estão bem numa economia livre mercado, mesmo que existam alguns pobres e alguns ricos”. O resultado chama a atenção, uma vez que, em 2002 e 2006, ao eleger Luiz Inácio Lula da Silva, e em 2010, ao escolher Dilma Rousseff, os brasileiros colocaram no poder governantes que tinham no combate à desigualdade social uma de suas prioridades.
Trabalho duro implica em sucesso?
No Brasil também é alto o número de pessoas que creem na força do trabalho para explicar o sucesso. Dos entrevistados, 69% disseram acreditar que “é possível obter sucesso se a pessoa estiver disposta a trabalhar duro”. A margem de visões favoráveis a respeito desta frase só foi maior no Paquistão (81%), nos Estados Unidos (77%) e na Tunísia (73%).
Segundo o Pew, pessoas com sucesso econômico na vida tendem a crer que é o o trabalho que leva ao sucesso. Isso foi verificado nos levantamentos feitos no Reino Unido, na Rússia e no Egito, mas não no Brasil. Não houve, segundo o instituto, diferença significativa entre as respostas de ricos e pobres brasileiros a esta questão.
Tudo azul para os brasileiros
A pesquisa também detectou o otimismo do brasileiro com a economia, uma tendência que se repete em outras nações emergentes pouco afetadas pela crise, como China, Índia e Turquia. No Brasil, 65% disseram que a situação econômica do país é boa; 72%, que estão financeiramente melhor do que há cinco anos; 81%, que têm um padrão de vida melhor que de seus pais na mesma idade; e 84%, que o cenário econômico vai melhorar nos próximos 12 meses.
No Brasil, o Pew entrevistou 800 pessoas, e a margem de erro é de 5,1% pontos percentuais para mais ou para menos. No site do Pew é possível acessar a pesquisa completa, em inglês.
Fonte: Carta Capital

Política sustentável


Estranha natureza


Autêntico e Verdadeiro


O Menestrel





Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.

Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.

E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la…

E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.

E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.

E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam…

Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.

Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.

Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo… mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.

Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.

Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens…

Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém…

Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.

Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.



William Shakespeare

09 julho 2012

Tentações Voluptuosas






Sempre me interessei por peixes e aves. Mesmo hoje em dia, tenho aquários nas minhas salas e laboratórios, e às vezes peço a meus alunos que cuidem deles. Eles me procuram para aprender sobre primatas e eu lhes empurro peixes! Mas faz parte de sua educação. Sendo estudantes de disciplinas antropocêntricas, como psicologia e antropologia, eles riem da idéia de que esses animais escorregadios da base da escala evolutiva possam ser interessantes. Mas os peixes têm muito a nos ensinar. E, assim como ocorre para cada criatura no planeta, o impulso de reproduzir-se está no cerne de sua existência.



Em um enorme aquário tropical construído na parede de minha casa, um peixinho causou-me profunda impressão. Vivendo com muitos outros peixes, grandes e pequenos, um macho e uma fêmea de kribensis começaram a fazer a corte. Os kribensis são ciclídeos que formam par para a vida toda. Essa família de peixes é conhecida pelo zelo com a prole. A barriga da fêmea adquiriu um tom vermelho-cereja, e ambos, macho e fêmea, ganharam vivas bordas alaranjadas na cauda e nadadeiras dorsais. Os dois tremularam e dançaram o dia todo e, juntos, enxotaram os outros kribensis. Como sempre, o macho perseguiu os machos, e a fêmea, as fêmeas. Demarcaram um canto do aquário com densa vegetação. A barriga da fêmea começou a avolumar-se. Não prestei muita atenção, pois os peixes que tentam reproduzir-se em um aquário com muitos outros geralmente perdem toda a prole, devorada pelo bando de famintos à sua volta. Por isso, um belo dia me surpreendi ao ver o macho tomando conta da cria. Não sei o que aconteceu com sua parceira.



Talvez no afã de manter limpo o seu canto, ele a tenha expulsado. Entre os ciclídeos é comum o macho cuidar da prole, e esse macho era um verdadeiro Davi contra muitos Golias. Mantinha longe peixes seis vezes mais compridos e centenas de vezes mais pesados do que ele. Compensava sua pequenez arremetendo, dando cabeçadas e incomodando quem chegasse perto. Depois de expulso o intruso, voltava para sua coleção de bolinhas nadadoras e se punha em determinada postura quase rente ao chão. Todos os filhotes reuniam-se então em um denso aglomerado embaixo dele.



Com o tempo, porém, os peixinhos tornaram-se mais aventureiros, e a tarefa de reuni-los foi ficando cada vez mais difícil. Outros peixes tentavam aproximar-se daqueles petiscos móveis, e o papai fazia hora extra. Acho que ele não comeu nada durante esse período, e provavelmente estava estressadíssimo. Após quatro semanas de valentes esforços, ele morreu. O macho outrora sadio e de cores vivas tornou-se um pálido cadáver que retirei do aquário. Mas sua prole crescera o suficiente para sobreviver, e acabei tendo mais 25 kribensis no aquário, muitos dos quais dei de presente.



Embora a vida desse macho tenha terminado prematuramente, foi um sucesso total: ele se multiplicou. Do ponto de vista biológico, a produção de descendentes vale todo o trabalho do mundo. Sua prole herdará a mesma propensão a empenhar-se, e o resultado será todo um ciclo de reprodução bem-sucedida. A seleção natural elimina os que fazem corpo mole ou são avessos ao risco; tais indivíduos não terão muitos genes na geração seguinte. Meu kribensis macho claramente recebeu seus genes de uma longa linhagem de pais e avós heróicos, e fielmente levou avante a tradição.



Conto essa história para mostrar que, no fundo, o que fazemos em nossa sociedade, ou o que os bonobos fazem na deles, não é diferente do que todos os outros animais fazem. Hoje em dia, obviamente, as pessoas limitam o tamanho da família. Muitos nem têm filhos. Mas os 6 bilhões de seres humanos do mundo não estariam onde estão se a reprodução não fosse absolutamente essencial à nossa evolução. Cada característica humana origina-se de ancestrais que conseguiram transmitir seus genes. Nosso quadro evolutivo só difere do de um peixe porque nos reproduzimos de um jeito muito mais complicado. Vivemos em grupo, criamos, alimentamos e educamos nossos filhos por anos, buscamos status e privilégios para eles, guerreamos, lutamos contra a endogamia, legamos bens, e assim por diante. A sobrevivência além da própria reprodução pode não importar para um peixe, mas é parte importante de nossa rede social e explica o curioso fenômeno da menopausa como o modo que a natureza encontrou para que as mulheres mais velhas possam ajudar a cuidar dos filhos de seus filhos. Com sociedades muito mais complexas que a dos peixes, e um tanto mais complexas que as dos outros primatas, tivemos de expandir a capacidade do nosso cérebro para sermos mais espertos que todos à nossa volta. Mas, fundamentalmente, continuamos a ser indivíduos que buscam a maior representação genética possível na geração seguinte.



O grande tema da natureza permite-nos entender o comportamento dos humanos e dos bonobos, reconhecendo que ambos lutam pelo mesmo fim por diferentes meios. Em um lance bemsucedido para barrar o infanticídio, evoluiu entre os bonobos uma sociedade sexualizada e dominada pelas fêmeas na qual a paternidade é um mistério. É difícil, ao descrever essa sociedade, evitar a terminologia que criamos para nos referir à nossa própria vida sexual: palavras como "promíscuo", "livre" ou "hedonista", termos que dão a impressão de que esses primatas estão fazendo algo errado ou alcançaram um grau inédito de emancipação. Mas não é nada disso. Os bonobos fazem o que fazem simplesmente porque isso permite a sobrevivência e a reprodução ótimas no meio em que vivem.



Nossa evolução seguiu rumo diferente. Aumentando a certeza sobre a paternidade, abrimos caminho para um envolvimento ainda maior do pai nos cuidados com os filhos. No processo, tivemos de limitar o sexo fora da família nuclear. Até nossos testículos pequenos contam uma história de maior compromisso
e liberdade refreada. A livre troca de parceiros não pode ser tolerada em um sistema reprodutivo como esse. Assim, domar a sexualidade tornou-se uma obsessão humana, a ponto de algumas culturas e religiões determinarem a remoção de parte dos genitais femininos ou equipararem o sexo em geral com o pecado.



Durante boa parte da história do Ocidente, os seres humanos mais puros, mais enaltecidos, foram o monge abstinente e a freira virgem. Mas a supressão da carne nunca é completa. Acho muito revelador que os sonhos dos eremitas, que viviam a pão e água, tivessem por tema donzelas voluptuosas, e não fartas refeições. Para os machos, o sexo sempre está em primeiro lugar, como meus chimpanzés demonstram sempre que há uma fêmea com genitais intumescidos. Quando amanhece, tamanha é sua ansiedade de sair da jaula para um dia de atividade e divertimento que podemos oferecer qualquer fruta que eles normalmente apreciam e eles passarão ao largo. A mente cheia de testosterona não se desvia de seu único propósito.



Para os machos, a obsessão por sexo pode ser universal, mas fora isso diferimos notavelmente dos nossos parentes próximos. Transferimos o sexo da esfera pública para a nossa cabana ou quarto, a ser praticado apenas no âmbito da família. De modo nenhum somos fiéis a tais restrições, mas elas são um ideal humano universal. O tipo de sociedade que construímos e valorizamos é incompatível com um estilo de vida como o dos bonobos ou o dos chimpanzés. Nossas sociedades estruturam-se para o que os biólogos chamam de "reprodução cooperativa", ou seja, vários indivíduos trabalham juntos em tarefas que beneficiam o todo. Além de cooperarem com as mulheres na supervisão dos mais jovens, os homens executam trabalhos coletivos, como caçar e defender o grupo. Assim a comunidade realiza mais do que cada indivíduo poderia esperar fazer sozinho, como, por exemplo, impelir uma manada de bisões penhasco abaixo ou puxar pesadas redes de pesca. E tal cooperação depende da oportunidade de todos os homens se reproduzirem. É preciso que cada homem tenha interesse pessoal no resultado do esforço cooperativo, ou seja, uma família para quem levar o produto do trabalho. Isso também significa que os homens precisam confiar uns nos outros. Muitas de suas atividades os mantêm dias ou semanas afastados da companheira. Só com a garantia de que ninguém será traído os homens se disporão a partir juntos para uma guerra ou uma viagem de caça.



O dilema de como engendrar a cooperação entre concorrentes sexuais foi resolvido de um só golpe com o estabelecimento da família nuclear. Esse esquema ofereceu a quase todo homem a chance da reprodução e, portanto, incentivos para que ele contribuísse para o bem comum. Assim, devemos ver a manutenção do par humano como a chave para o incrível nível de cooperação que marca nossa espécie. A família, e os costumes sociais que a embasam, permitiu-nos levar os vínculos masculinos a um novo patamar, desconhecido em outros primatas. Preparou-nos para empreendimentos cooperativos em grande escala que possibilitaram a conquista do mundo: de instalar ferrovias através de um continente a formar exércitos, governos e corporações globais. Na vida diária podemos separar as esferas social e sexual, mas na evolução da nossa espécie elas são intimamente ligadas.



O que tanto nos fascina nos bonobos é que eles não necessitam separar essas esferas; alegremente misturam o social e o sexual. Podemos invejar esses primatas por sua "liberdade", mas nosso sucesso como espécie está inextricavelmente vinculado ao abandono do estilo de vida bonobo e a um controle mais rigoroso das expressões sexuais.


Trecho do livro "Eu, primata", de Frans de Waal











Minha alma




A minha alma tá armada e apontada
Para cara do sossego!
(Sêgo! Sêgo! Sêgo! Sêgo!)
Pois paz sem voz, paz sem voz
Não é paz, é medo!
(Medo! Medo! Medo! Medo!)
As vezes eu falo com a vida,
As vezes é ela quem diz:
"Qual a paz que eu não quero conservar,
Prá tentar ser feliz?"
As grades do condomínio
São prá trazer proteção
Mas também trazem a dúvida
Se é você que tá nessa prisão
Me abrace e me dê um beijo,
Faça um filho comigo!
Mas não me deixe sentar na poltrona
No dia de domingo, domingo!
Procurando novas drogas de aluguel
Neste vídeo coagido...
É pela paz que eu não quero seguir admitindo
É pela paz que eu não quero seguir
É pela paz que eu não quero seguir
É pela paz que eu não quero seguir admitindo

Indígenas exigem que Ibama e Funai retirem licença de Belo Monte











Após 18 dias de ocupação da ensecadeira do canteiro de obras de Pimental, iniciada dia 21 de junho em função do descumprimento das medidas de proteção e mitigação de impactos previstas no licenciamento da usina, indígenas afetados e ameaçados pela construção de Belo Monte decidiram protocolar no Ibama e na Funai um documento de denúncia das ilegalidades cometidas pela Norte Energia. Segundo  advogados e juristas que acompanham o caso, estes descumprimentos devem levar a empresa à perda da licença de construção de Belo Monte.
De acordo com o documento, que analisa minuciosamente os acordos e prazos legais que deveriam ter sido cumpridos pela empresa, os problemas são, entre outros:
- a TI Trincheira-Bacajá, onde vivem os Xikrin, não está devidamente contemplada dentro do Plano Básico Ambiental – PBA indígena;
- o PBA como um todo continua sem ser completado e aprovado, e muito menos implementado;
- as obrigações previstas nas condicionantes acerca da garantia plena do acesso fluvial à cidade de Altamira por indígenas e ribeirinhos da Volta Grande do Xingu não foram cumpridas;
- apesar de compromissos assumidos pela NESA e pelo DSEI-Altamira, ainda não se viabilizou a construção de poços artesianos e obras de encanamento de água para garantir uma alternativa de acesso a água potável para o consumo humano, uma vez que os barramentos do Xingu estão deixando as águas do rio impróprias para consumo;
- antes da licença de instalação da Usina Hidrelétrica, as condicionantes da Funai previam um “programa de atendimento à saúde reformulado”, que já devia estar “operante”, e não está;
- foi assumido o compromisso em reuniões com indígenas de reforma da casa do índio, o que não ocorreu até agora;
- não foi finalizada nenhuma etapa do processo de demarcação, desintrusão e regularização fundiária de territórios indígenas.
- pelo menos duas Unidades de Conservação (UCs) de proteção integral na região deveriam ter sido criadas para o estabelecimento de um corredor ecológico ligando as Terras Indígenas Paquiçamba, Arara da Volta Grande do Xingu e Trincheira-Bacajá com as UCs existentes. Não há estudos para isso, nem previsões sobre passos concretos e um cronograma para viabilizar esse corredor de áreas protegidas.
“A permanência do atual quadro de ilegalidades é intolerável numa sociedade democrática, de respeito ao Estado de Direito. A FUNAI e o IBAMA precisam agir agora e fazer valer a legislação e as instituições democráticas que respaldam os direitos de todos os cidadãos brasileiros envolvidos neste processo, sobretudo os dos mais ameaçados e impactados pela construção da UHE Belo Monte”, conclui o documento, endereçado ainda à presidente Dilma, aos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Maria do Rosário (Secretaria Nacional de Direitos Humanos), Isabella Teixeira, Ministra do (Meio Ambiente), Edson Lobão (Minas e Energia), além de Roberto Monteiro Gurgel Santos, Procurador Geral da República, e Luciano Coutinho, Presidente do BNDES.
De acordo com a coordenadora do Movimento Xingu Vivo para Sempre, Antonia Melo, a situação de violações dos direitos indígenas é tão gritante que, perante a lei brasileira, tanto Ibama quanto Funai não teriam nenhuma justificativa para manter a autorização, marcada desde o início por centenas de irregularidades, de construção da usina.
“Somos totalmente solidários com a luta dos indígenas. Mas não são apenas eles que sofrem com esta barbaridade, é toda a população da área de influência de Belo Monte. Se o governo e seus órgãos ainda respeitam minimamente o Estado de Direito no País, a primeira medida é cancelar o licenciamento das obras. Com isso, pode-se comprovar, através de análises técnicas e jurídicas, que Belo Monte não é um projeto viável, que tem que ser descartado e que todo o dano já causado terá que ser compensado”.
Clique aqui para ler o documento na íntegra
Link: Xingu Vivo

02 julho 2012

Planeta tem 15 milhões de toneladas de excesso de peso, diz pesquisa



Um estudo publicado nesta semana no periódico "BMC Public Health" mostra que o planeta está com 15 milhões de toneladas de sobrepeso.

Desse total, 3,5 milhões de toneladas são devido à obesidade somada dos indivíduos. Toda a população mundial adulta do mundo pesa cerca de 316 milhões de toneladas.
Para chegar a essa estimativa, pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres usaram dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) de 2005 e estabeleceram um peso médio global de 62 kg.

Há, porém, diferenças regionais. Nos EUA, o peso médio é de 80,7 kg, enquanto na Ásia a média é 57,7 kg. Isso significa que, embora a Ásia represente 61% da população mundial, ela responde por 13% do peso do mundo devido à obesidade. Já os EUA têm 6% da população, mas são responsáveis por 34% do peso total da obesidade.

Segundo os pesquisadores, esses quilos a mais podem ter implicações para as demandas mundiais de alimentos e calorias, como se houvesse mais meio bilhão de pessoas habitando a Terra. Os autores afirmam ainda que os resultados da pesquisa revelam a importância de levar a massa corpórea em conta ao considerar as implicações ambientais do aumento da população.


Os Estados Unidos mais uma vez lideram a lista de países mais obesos, seguidos pelo Kuait e pela Croácia.


Top 10 dos países pesados (com mais de 100 mil pessoas)
1) EUA
2) Kuait
3) Croácia
4) Qatar
5) Egito
6) Emirados Árabes Unidos
7) Trinidad e Tobago
8) Argentina
9) Grécia
10) Bahrein


Top 10 dos mais leves
1) Coreia do Norte
2) Camboja
3) Burundi
4) Nepal
5) Congo
6) Bangladesh
7) Sri Lanka
8) Etiópia
9) Vietnã
10) Eritreia


Fonte: Folha