29 novembro 2011

Código Florestal: ambientalistas pedem mobilização da base aliada









Representantes do Comitê em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável entregaram, nesta terça-feira, ao secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, um abaixo-assinado com 1,5 milhão de assinaturas contra as alterações no projeto do Código Florestal e pediram mobilização da base aliada do governo para impedir a aprovação de um texto que prejudique a preservação ambiental.
“Existe uma base aliada que precisa ser mobilizada para fazer prevalecer os compromissos assumidos pela presidente (Dilma Rousseff), e isso até agora não aconteceu, como tínhamos expectativa. Quando foi a discussão do pré-sal, houve mobilização da base, quando temos assunto de interesse de governo, há toda uma mobilização da base", disse a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva.
Caso o texto seja aprovado contrariando o que defendem os ambientalistas, haverá uma campanha para que a Dilma vete os trechos que eles consideram prejudiciais ao meio ambiente.
O vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom José Belizário, citou como pontos preocupantes da proposta a redução de áreas de preservação permanente (APPs) em margens de rios e a anistia a quem desmatou até 2008. “A discussão sobre o Código Florestal é um debate ético antes de ser somente técnico e econômico”, ressaltou o bispo.
Dom Belizário disse ter ouvido do ministro Gilberto Carvalho que a presidente Dilma Rousseff cumpre aquilo que promete. Marina Silva, então, lembrou: “Dilma se comprometeu, no segundo turno das eleições, a vetar qualquer dispositivo que signifique aumento de desmatamento e anistia para desmatadores”. Marina disse ter entendido a declaração de Carvalho como um respaldo ao compromisso assumido por Dilma. Os manifestantes pediram ao ministro uma audiência com a presidente Dilma Roussef.
Antes de serem recebidos, os ambientalistas fizeram uma manifestação em frente ao Congresso Nacional e ao Palácio do Planalto com faixas e balões pedindo à presidente Dilma Rousseff que preserve as florestas. O ato em frente ao Palácio do Planalto teve a participação de cerca de 200 crianças que soltaram balões verdes.
O Comitê em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável reúne organizações como o Greenpeace, o SOS Mata Atlântica, a Via Campesina, o WWF Brasil e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 

23 novembro 2011

Por aprovação do Código Florestal, relator fará concessões a ruralistas


Na tentativa de conseguir aprovar seu relatório sobre o Código Florestal na Comissão de Meio Ambiente, o senador Jorge Viana (PT-AC) deve fazer novas concessões à bancada ruralista. O texto será analisado hoje.

Viana disse que há um entendimento para modificar parte do texto que trata da recomposição de APPs (áreas de preservação permanente). A proposta deve manter a obrigação para recompor margens de rios em pelo menos 15 metros de mata ciliar para rios até 10 metros de largura, mas vai estabelecer que esta regra, para propriedades com até quatro módulos fiscais (unidade que varia para cada município), não poderá exceder 20% da área da propriedade.  

 Outra modificação será em relação as restrições para áreas produtivas em encostas com 25° de inclinação, que traria problemas à produção de leite. Viana não detalhou como será feito isso. "As condições para o entendimento estão dadas", disse o relator.

 As modificações atendem em parte aos ruralistas. Ontem, a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), que também é presidente da CNA, classificou o texto de retrocesso. Ela disse que, sem um entendimento sobre as restrições para produção em encosta, sobre as faixas mínimas de recuperação em APPs e anistia para o proprietário rural irregular, que só vale agora para pequenos agricultores, iria tentar barrar a análise da matéria.

 A CNA deve apresentar nove emendas para alterar o texto. São ao menos 180 emendas que tentam modificar o texto. A sala de reunião da comissão está tomada por representantes do agronegócio. Até agora, o único mal-estar ocorreu quando a ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva mencionou a questão da chamada anistia aos produtores. Ela foi vaiada.

 
No início da reunião, Kátia disse que deve apoiar a votação da matéria. Segundo ela, os ruralistas não estão satisfeitos totalmente, mas querem avançar com a discussão. Para a senadora, não haverá unanimidade em torno da proposta. "Não somos como crianças birrentas que querem que tudo fique como queremos", disse.

 
Ela disse que espera um acordo para que as multas ao agricultor que cometeu crime ambiental sejam anuladas automaticamente com a adesão ao Programa de Regularização Ambiental.

 
Pelo texto apresentado por Viana, a suspensão da multa não é mais automática e só vale para pequenos agricultores. "Estamos possibilitando tirar a multa para todos os produtores. Crime é crime, se praticou crime ambiental e o pequeno pode recuperar, porque o grande não?", disse.

Fonte: Folha.com

Resumo do novo código


Esta foto ilustra bem o que move o debate por um "código atualizado": dinheiro.

Tem algo errado aí [2]


20 novembro 2011

Conhecimento pleno

Segue um trecho do filme "O vento será tua herança (Inherit the Wind)", que trata do caso real de um professor que foi julgado por ensinar o Evolucionismo em uma escola dos EUA, no ano de 1925. Nessa cena, o advogado do professor argumenta sobre o perigo em se restringir esse tipo de informação.



Clique para saber mais do filme.

Comfortably Numb




Hello,
Is there anybody in there?
Just nod if you can hear me
Is there anyone at home?
Come on now
I hear you're feeling down
Well, I can ease your pain
And get you on your feet again
Relax
I'll need some information first
Just the basic facts
Can you show me where it hurts
There is no pain, you are receding
A distant ship's smoke on the horizon
You are only coming through in waves
Your lips move but I can't hear what you're saying
When I was a child I had a fever
My hands felt just like two balloons
Now I've got that feeling once again
I can't explain, you would not understand
This is not how I am
I have become comfortably numb
I have become comfortably numb
O.K.
Just a little pin prick
There'll be no more...aaaaaaaah!
But you might feel a little sick
Can you stand up?
I do belive it's working, good
That'll keep you going, through the show
Come on it's time to go.
There is no pain you are receding
A distant ship's smoke on the horizon
You are only coming through in waves
Your lips move, but I can't hear what you're saying
When I was a child
I caught a fleeting glimpse
Out of the corner of my eye
I turned to look but it was gone
I cannot put my finger on it now
The child is grown
The dream is gone
And I have become
Comfortably numb.

13 novembro 2011

A história


Rodas, Serra , Maluf e Steve Jobs



Os recentes fatos ocorridos no campus da USP são traduzidos pela mídia como um mero caso de infração criminal pelo uso de drogas ilícitas na universidade.Enquadrados pela Polícia Militar ao serem flagrados fumando maconha, os estudantes teriam partido para o vandalismo gratuito, com agressões contra policiais e destruição do patrimônio público, impondo à sociedade que sustenta a USP um território privilegiado acima das leis e da Constituição.
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Quem estuda, trabalha e leciona na USP e acompanha a história da universidade nas últimas décadas, sabe que esta redução do problema a uma simples ocorrência policial é falsa e manipuladora.
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O atual reitor João Grandino Rodas, chegou à reitoria nos mesmos moldes da eleição de Antônio Hélio Vieira em 1981, indicação do governador Paulo Maluf que desrespeitava o primeiro colocado na lista sêxtupla escolhido pela comunidade; o ex-governador José Serra, num ato de reverência a seu antigo antecessor, que é hoje procurado pela Interpol, desprezou a escolha da universidade, que indicara Glaucius Oliva como primeiro da lista tríplice, dando posse a Rodas.
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Ora, a alguém que já chega à reitoria deslegitimado desta forma não deve causar surpresa a resistência às suas ações,ainda mais que o reitor imposto à USP alcançou o cargo com a imagem indesejada da inédita invasão da polícia na Faculdade de Direito São Francisco; não por caso recentemente Rodas foi considerado “persona non grata” pela comunidade das Arcadas após tentar privatizar salas e desestruturar a centenária biblioteca da escola.
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Ao longo dos anos 80 e 90 as lutas pela democracia na universidade pública cresceram em sintonia com as conquistas irreversíveis da sociedade brasileira, representadas pelas Diretas Já e eleições populares em todos os níveis, do âmbito municipal ao federal; neste sentido, a antiga lista sêxtupla para a eleição do reitor foi reduzida a tríplice, e depois disso a pressão por eleição direta para reitor começou a figurar constantemente nos debates acadêmicos; esperava-se ao menos que o governo respeitasse a tradição encerrada com Maluf e indicasse o primeiro da lista.
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Paralelo a tudo isso, o sindicalismo de trabalhadores das universidades estaduais se fortaleceu, representando resistência à desvalorização imposta pelos governos tucanos ao longo dos últimos 16 anos. Em outro lado, as associações de docentes tiveram participação ativa em atos de repúdio às políticas autoritárias do governo paulista representado pelas reitorias.
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O resultado geral deste cenário se resume às inúmeras greves, ocupações de prédios públicos com invasões da Polícia Militar, demissões de sindicalistas, indiciamento e expulsão de estudantes, fatos emoldurado por atos de repúdio à truculência da reitoria por notáveis da USP, como Antonio Candido e Marilena Chaui entre outros,
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Rodas tem demonstrado uma estratégia eficaz no processo de esmagar a resistência à vontade do governo estadual: logo ao assumir provocou habilmente uma divisão no movimento de docentes e trabalhadores ao quebrar a isonomia e conceder um reajuste salarial aos primeiros, desarticulando assim o poder de oposição do sindicato. Além disso, aparelhou a Assessoria de Imprensa da Reitoria, que vem sistematicamente doutrinando a comunidade interna com e-mails e boletins que buscam jogar estudantes e professores contra os opositores aos objetivos autoritários da reitoria. A mesma assessoria que vende a imagem hoje na mídia de que os estudantes são nada mais do que baderneiros, vagabundos e infratores que dilapidam o patrimônio público apenas pelo torpe motivo de fumar maconha livremente no campus.
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Quanto ao corpo discente da USP, há um universo emergente de meninos e meninas recém ingressados na graduação, notadamente na FEA e na POLI que, nascidos em meados dos anos 90 desconhecem as lutas pela liberdade de expressão política travadas na universidade a partir dos anos 60; este contingente é focado na competição profissional, para quem o mais importante é o mercado de trabalho. Movimento estudantil, militância política e democracia são palavras desconhecidas que pouco lhes interessam e o que os ocupa é a conquista rápida do diploma e a luta por uma carreira; pouco lhes importa se o reitor foi escolhido pela comunidade ou não, ou se os salários dos professores foram defasados nas últimas décadas, nem mesmo que não haja infraestrutura para um ensino de qualidade. Quando questionados sobre o autoritarismo da reitoria e a militância dos estudantes, os “meninos do mercado”, usando de sua incipiente formação pré-vestibular consideram “sem noção”, como eles costumam falar, pensar em repressão 25 anos após o fim da ditadura; assim, os manifestantes não passariam de paranóicos com uma saudade patética de maio de 68. Para a “galera pró-mercado”, Vladmir Herzog é um ilustre desconhecido e “o cara” da vez é Steve Jobs: a única revolução que conhecem é a digital, representada por IPads e IPhones, que lhes permitem atualizar o Facebook  e tuitar no trânsito.

Para os “órfãos de Jobs”, o mais importante são os confortos imediatos do dia a dia no campus: o restaurante universitário, o ônibus circular; a bolsa-alimentação; o passe escolar, a conexão wifi e todas as vantagens de consumo que o “shopping USP” possa oferecer. O problema é que tudo isso fica ameaçado pelas greves e expedientes de luta pela democracia na universidade. Sugar o que a universidade oferece, sim, participar da construção da mesma, nunca. Rodas, competente estrategista que é, sabe que usando as insatisfações de consumo deste público, em combinação com a exposição na mídia dos grandes jornais e estações de TV, pode jogar a opinião pública contra os manifestantes e desarticular a resistência.
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E é o que ele tem feito com inegável maestria: instrumentalizando a comoção coletiva pelo assassinato de um estudante da FEA, mobiliza o Conselho Universitário, devidamente espaldado pela “meninada do mercado” e institucionaliza a militarização do campus. Em seguida divulga que não tem autoridade para tirar a PM da USP pois quem decidiu tudo foi o Conselho Universitário, jamais o reitor. Alheio às liberdades individuais conquistadas em décadas de lutas legítimas, nivelou o ambiente da USP ao clima das numerosas faculdades de freiras que ele próprio cursou na juventude. Os grandes professores da USP, muitos deles testemunhas da efervescência cultural e política da universidade em seu tempo de formação, e que vivenciaram o uso de maconha na juventude, assistem impassíveis a transformação do campus em um tipo de internato colegial.
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O que chama a atenção é a ambiguidade do governo Alckmin: na conhecida Cracolândia, reduto de consumidores de crack no centro paulistano, o governo faz “cara de paisagem” e a PM tem a orientação de tratar o caso como um “problema de saúde”: causa surpresa observar viaturas policiais percorrendo o local completamente alheias ao consumo de droga. (http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/11/multidao-e-flagrada-c... ) Já no caso dos garotos flagrados na USP o discurso do governador é de que trata-se de um “caso criminal” que depende de ação policial, bombas de gás e balas de borracha, parecer que se choca com as campanhas pela descriminalização lideradas pelo decano de seu próprio partido, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
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Rodas sabe que reduzindo a problemática a um simples evento criminal pode justificar e implantar definitivamente um aparelho de coerção às lutas estudantis e sindicais: com a PM no campus poderia reprimir as greves e movimentos de oposição às gestões impostas pelo governo de São Paulo. Para o reitor, moleques levados apertando baseadinhos é o de menos, o que o incomoda realmente é a resistência organizada a seu projeto autoritário, que não prevê negociação e diálogo em seu processo. As línguas maldosas poderiam observar que talvez o reitor tenha desistido da carreira diplomática por absoluta falta de talento para o ofício; mas o que interessa à universidade, mais do que ironia é o entendimento objetivo do conflito na USP.
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Em entrevistas para os meios de comunicação, o reitor articula um impecável discurso pacifista, onde de um lado estariam os homens de bem e os estudantes aplicados, que são a maioria, e do outro, a turma do mal e os maus alunos, que constituiriam uma minoria radical : como estes se recusariam a agir dentro da lei, lava as mãos, vítima que seria desta gente violenta, e abandona as prerrogativas do cargo entregando o destino da USP nas mãos da polícia e da justiça.
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Daltson Takeuti, graduando do Departamento de Música da USP.

Propostas e considerações da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e Academia Brasileira de Ciências ABC) acerca da reforma do Código Florestal (PLC 30/2011)






SUMÁRIO EXECUTIVO


A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência  (SBPC)  e a Academia Brasileira de Ciências (ABC)
concordam com a necessidade de reformulação do Código Florestal vigente (Lei 4.771/1965) para adaptá-lo 
às mudanças no uso  e ocupação  do solo do território brasileiro. No entanto, a  atualização do Código 
Florestal precisa ser feita à luz da ciência e tecnologia hoje disponíveis. O Brasil tem a oportunidade de 
dar um exemplo ao mundo de uma nova forma de convivência harmoniosa da conservação ambiental com a
produção agrícola. 


O Senado Federal tem o importante papel de  corrigir  os equívocos verificados  na votação da matéria na 
Câmara dos Deputados  (―substitutivo‖ ao PL 1.876/1999 e demais PLs àquele apensados e, atualmente 
denominado Projeto de Lei da Câmara nº 30/2011).


Para auxiliar os Senhores Senadores e Senhoras Senadoras na apreciação da matéria, a SBPC e a ABC vêm 
ressaltar alguns dos pontos que precisam ser revistos no PLC 30/2011. Cada um desses pontos é analisado 
em maior detalhe e com a bibliografia pertinente no documento completo, anexo a este sumário executivo. 
Este documento vem se somar ao livro ―O Código Florestal e a Ciência. Contribuições para o Diálogo‖ 
publicado pela SBPC e a ABC, em abril de 2011.


Leia o relatório na íntegra, clique aqui.

10 novembro 2011

Um pouco de amor



Now you and ICan get togetherLet us start a revolutionChange this worldTo what it should beAnd forget all this confusion
We could live togetherFor the sake of loveWhat are we fighting for?Oooh nowWe could start healing today
If we can just learn to giveGive a lil' loveYou and I can change the worldLive a lil' loveMake it better if we tryShow a lil' loveLet your love rainLet it rain down on me
Now if we wait and do nothingThen what about their future?How can we look into their eyesAnd say we love our children?We can make it betterFeel the love insideForget foolish pride
Ooh yeaI know that we can find the wayIf we can just learn to giveGive a lil' loveYou and I can change the worldLive a lil' loveMake it beter if we tryShow a lil' love
Let your love rainLet it rain down on meSo let it rain
For the peopleLet it rainShower me with your loveLet it rain nowLet it rain
And let the children singAround the world you feel the love that we say heyAround the world we say make a better dayAround the world we feel the love that we say heyAround the world we say make a better dayAround the world we feel the love that we say heyAround the world we say make a better dayAround the world we feel the love that we say heyAround the world wa say make a better day
Come on come on come on yeaGive a lil' loveYou and I can change the worldLive a lil' loveWe can make it happenShow a lil' loveLet it rainLet it rain down on meLet it rainSo let it rainFor all the peopleLet it rainSo let it rain 

Quem sabe faz mais limpo



Após cinco anos de liderança no mercado, o Guia de Eletrônicos Verdes, mais abrangente ranking de boas práticas das principais empresas do setor, ficou mais criterioso. Melhor para as empresas que assumem e honram seus compromissos ambientais, pior para aquelas que só fazem promessas. Nesta edição, o Greenpeace parabeniza HP, Dell e Nokia, as três primeiras colocadas, e condena grandes como Toshiba e LGE, na lanterna.
Para encabeçar a lista, que já virou referência para consumidores de todo o mundo, fabricantes de equipamentos eletrônicos precisam, além de demonstrar que seus produtos não contém substâncias químicas perigosas à saúde humana e ambiental, comprovar práticas de redução de emissões de carbono, através de planos de limpeza da matriz elétrica das empresas. O ciclo de vida dos equipamentos é avaliado desde o conteúdo de suas embalagens – papel proveniente de desmatamento ilegal, nem pensar - até o sistema de reciclagem praticado pelas marcas.
A multinacional americana HP lidera o ranking deste ano, com 5,9 pontos de 10. A boa marca vem de esforços em rastrear a cadeia produtiva de seus fornecedores, além de um programa efetivo de medição de emissões de carbono. Ao lado da também americana Dell, vice campeã com 5,1 pontos, dá exemplo de rigor com a matéria-prima que usa: as duas são as únicas empresas a zerarem o desmatamento ilegal do papel de suas embalagens. A empresa, no entanto, peca em políticas mais efetivas de reciclagem de seus produtos em países onde não há legislação específica.
Após amargar o 10o lugar na edição passada, a Dell finalmente consegue comprovar que está a caminho de eliminar substâncias maléficas, tais como o PVC, componente tóxico do plástico, da sua linha de computadores. Já a Nokia, campeã desde 2008, nesta versão cai para 3o lugar, por falta de estratégias de redução de consumo de energia, seja com eficiênca energética ou aumento do uso de renováveis.
"Ao incorporar o critério de uso de energia nos processos produtivos, o novo Guia de Eletrônicos mensura o impacto ambiental proveniente de emissões de gases de efeito estufa e outros poluentes", diz Ricardo Baitelo, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace no Brasil. "O resultado final serve como motivação para que empresas equacionem este problema, adotando cada vez mais medidas de eficiência energética ou mesmo geração de energia renovável em suas unidades produtivas", complementa.
Na sequência vêm Apple – subiu posições com melhorias em seus equipamentos, mas somou poucos pontos em energia – Philips, Sony Ericsson, Samsung, Lenovo, Panasonic, Sony, Sharp, Acer, LG Eletronics, Toshiba e RIM. Entre as últimas colocadas, LG e Toshiba também não fizeram bonito em quesito de energia. A canadense RIM, fabricante dos celulares Blackberry, é nova no ranking.
Fonte: Greenpeace

Dilma, desliga a motosserra




Aparentemente mais preocupada com obras de infraestrutura – que em geral causam desmatamento – do que com a conservação das florestas, a presidente Dilma Rousseff tem se mantido ausente do debate sobre o futuro do patrimônio florestal brasileiro. Mas não deixou de marcar presença hoje na inauguração da ponte que atravessa o Rio Negro, ligando os municípios de Manaus e Iranduba, no Amazonas. O Greenpeace estava lá, para chamar a presidente a agir antes que seja tarde.
Durante a manifestação, foi inflado um balão com a mensagem que a organização vem repetindo desde que a proposta de mudanças na legislação ambiental entrou na pauta dos parlamentares: “Senado, desliga essa motosserra”. Em sua campanha eleitoral, a presidente fez promessas de vetar qualquer dispositivo legal que possibilite mais desmatamentos. Além disso, o Brasil também se comprometeu mundialmente com a redução nas emissões de gases do efeito estufa, principalmente combatendo o desmatamento na Amazônia --feito que rendeu ao país um papel de destaque internacional na questão climática.
“O projeto de lei coloca em risco, de forma irresponsável, a credibilidade do país. Está na hora de a presidente e seus líderes de governo agirem de forma clara, tomando para si as rédeas desse debate e demonstrando ao Congresso que um retrocesso na legislação florestal não será tolerado”, diz Tatiana Carvalho, da Campanha Amazônia do Greenpeace.
Às vésperas de sediar a Conferência Rio+20, os olhos do mundo estão voltados para o Brasil, e o país está atento às decisões da presidente e de seus parlamentares. Mesmo antes de ser votada, a proposta de alterações no Código, que contém promessas de anistia e de estímulo à devastação, já fez estragos e foi sentida nas últimas medições de desmatamento feitas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O monitoramento já indica que a queda do desmatamento, um importante legado do governo Lula, está sendo revertida. Neste ano, os índices de degradação florestal voltaram a crescer. Baseado nos dados do Inpe, o Greenpeace calcula que esse aumento na destruição pode chegar a até 15% com relação ao ano passado.
Durante um comício em Belo Horizonte, no dia 23 de outubro de 2010, Dilma disse que era a favor de uma política de desmatamento zero. “O Brasil pode expandir sua produção agrícola sem desmatar”, afirmou. Uma vez na presidência, Dilma silenciou-se diante da tramitação do novo Código, que saiu da Câmara ao contrário do que a então canditada tinha prometido.
O debate agora corre no Senado. Dilma segue calada, a despeito do alerta do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), da USP (Universidade de São Paulo) e da Universidade de Brasília (UnB). Para estas renomadas instituições, o projeto do novo Código é um estímulo à devastação florestal. Mal se sabe sobre a posição do governo em relação às mudanças previstas. “Com esse comportamento, a presidente está condenando as florestas à motosserra e manchando a sua história política”, diz Tatiana.
Fonte: Greenpeace

09 novembro 2011

Ruralistas pressionam e governo aceita flexibilizar Código Florestal


Katia Abreu segue com sua sede pelo dinheiro a qualquer custo.


Uma pressão de última hora da bancada ruralista fez o governo recuar em mais um ponto do Código Florestal: a recuperação de APPs (áreas de preservação permanente) em margens de rio.

Numa reunião na noite desta terça-feira (8) no Ministério do Meio Ambiente, ficou acordado que o senador Luiz Henrique (PMDB-SC), relator do código nas comissões de Agricultura e Ciência e Tecnologia, escreveria uma emenda isentando de recuperar matas ciliares as propriedades que medem de 4 a 15 módulos fiscais. Na Amazônia, propriedades de até 1.500 hectares em rios de até 10 metros de largura poderiam ser beneficiadas. Em todo o país, 300 mil fazendeiros poderão receber a anistia.

O "entendimento" permitiu que fossem derrubadas, na votação desta quarta-feira, uma emenda do senador Acir Gurgacz (PDT-RO) e uma do senador Cassildo Maldaner (PMDB-SC), que visavam dispensar todos os proprietários rurais que desmataram até 22 de julho de 2008 de repor florestas em margens de rios. Também caiu, porém, uma emenda do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) que esclarecia que todos os proprietários teriam de recompor matas ciliares.

As emendas da bancada ruralista foram propostas mesmo depois de representantes do agronegócio, entre eles a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), terem se comprometido com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a aceitarem a proposta de Luiz Henrique para as APPs.

O texto do peemedebista, costurado em conjunto com o governo, previa a consolidação de áreas rurais desmatadas até 2008. Porém, obrigava os proprietários em margens de rios pequenos (até 10 m de largura) a recompor pelo menos 15 metros das matas ciliares.

Os ambientalistas não gostaram da redação, que veem como uma anistia: afinal, versão do código vigente hoje data de 2001. Quem desmatou entre 2001 e 2008 sabia muito bem o que estava fazendo --e agora será obrigado a repor apenas metade das APPs, que pela regra atual são de 30 metros.

Os ruralistas também não gostaram. Na terça-feira, durante a votação do texto-base de Luiz Henrique nas duas comissões, Kátia Abreu defendeu a continuidade da ocupação das APPs, como determina a polêmica versão do Código Florestal aprovada na Câmara --e que a presidente Dilma Rousseff disse que vetaria.

"Os deputados venceram essa batalha da continuidade da produção nas APPs por 410 votos. Eles não aceitarão [o novo texto]. Vamos ver o projeto ser derrubado na Câmara e a possibilidade de veto da presidente", ameaçou. "É ignorância nossa imaginar que margem de rio é um santuário."

Fontes do governo chegaram a imaginar que a proposta era um "bode na sala", ou seja, uma ameaça de introduzir um recuo e uma demonstração de poder para forçar também o veto de emendas de senadores ambientalistas, como Rollemberg.

Não era, como deixou claro em sua fala na manhã de quarta-feira o senador ruralista Waldemir Moka (PMDB-MS): "Teríamos hoje voto suficiente para aprovar a emenda do senador Acir [Gurgacz]. Mas, em favor do entendimento, estamos abrindo mão de um dos pontos mais importantes".

O código segue agora para a comissão de Meio Ambiente, onde o senador Jorge Viana (PT-AC) se comprometeu a acolher a redação "de consenso" a ser proposta por Luiz Henrique. De lá segue para o plenário e volta para a Câmara --que pode aceitá-lo ou não.

Fonte: Folha.com

Wish You Were Here [2]

Lei para proteger florestas não é exclusividade brasileira, mostra estudo


Brasília - Em meio ao acirramento do debate sobre mudanças no Código Florestal, desta vez no Senado, ambientalistas se mobilizam para derrubar um dos argumentos mais usados pelos ruralistas para justificar as flexibilizações na lei: o de que a proteção de florestas é uma anomalia brasileira e que outros países já não estão empenhados na conservação da cobertura vegetal.
Pesquisadores do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e do ProForest, ligado à Universidade de Oxford, selecionaram 11 países para mostrar que a legislação florestal também é exigente em outras nações e que os proprietários de terras com floresta estão sujeitos a regras rígidas de conservação.
“Boa parte dos mantras ruralistas se mostrou completa falácia. Faltava desmistificar a ideia de que o Código Florestal é uma jabuticaba, que só existe no Brasil”, comparou o diretor da Campanha Amazônia, do Greenpeace, Paulo Adário, em referência a um comentário da senadora Kátia Abreu (PSD-TO). Ela disse que a legislação florestal criteriosa é uma exclusividade brasileira, como a frutinha nativa da Mata Atlântica.
O estudo traz informações sobre o percentual de cobertura florestal na Alemanha, China, nos Estados Unidos, na França, Holanda, Índia, Indonésia, no Japão, na Polônia, no Reino Unido e na Suécia.
Com exceção da Indonésia, onde até o ano passado as florestas públicas eram designadas como áreas de conversão para a agricultura, todos os países da lista registram manutenção ou aumento da cobertura vegetal entre 1950 e 2010, o que significa que houve esforços e investimentos para frear as derrubadas e recompor as áreas desmatadas.
“A perda de floresta é uma exceção. A regra hoje é manter e recuperar a cobertura vegetal”, avaliou o pesquisador sênior do Imazon, Adalberto Veríssimo, um dos coordenadores do estudo.
Na França, por exemplo, as florestas cobriam 21% do território do país em 1950 e em 2010 o percentual alcançou 29%. A conversão de qualquer área de mais de 4 hectares de floresta no país requer permissão do governo e só é concedida por razões ambientais.
Os pesquisadores também apontam casos em que o custo político ou econômico de manter a floresta é muito alto, como no Japão, em que a população vive quase confinada em pequenos territórios, mas não há expansão de cidades sobre áreas florestais. O país tem atualmente 69% de cobertura vegetal, e a lei japonesa não permite conversão da floresta, exceto em circunstâncias excepcionais.
Segundo Veríssimo, a trajetória do desmatamento nos países avaliados segue um padrão: as florestas são derrubadas até um ponto de estabilização da cobertura vegetal e, em seguida, começa um processo de recuperação, à medida que eles se desenvolvem. Para o pesquisador, o atual estágio de cobertura vegetal do Brasil, que tem 56% do território com florestas – nativas ou plantadas –  , já pode ser considerado o “fundo do poço”, o ponto que determina  a  mudança de trajetória rumo à recuperação.
“O Brasil está indo ladeira abaixo. E a atual discussão do Código Florestal caminha no sentido de permitir que o país continue nesse sentido. Se o ritmo for mantido, vamos chegar em 2020 com menos de 50% de florestas”, calculou.
Para os autores do estudo, a flexibilização do Código Florestal, como quer parte do setor agrícola representado pela bancada ruralista, poderá colocar o Brasil na contramão da tendência de retomada das florestas e pôr em risco compromissos internacionais assumidos pelo país, como a redução de emissões de gases de efeito estufa em até 38,9% até 2020. “O Brasil não fechará essa conta se não decidir o que quer fazer com as florestas. E manutenção de floresta é sempre uma opção política”, ponderou Veríssimo.
O declínio na proteção de áreas de Preservação Permanente (APPs) e a redução dos percentuais de reserva legal, como defendem os ruralistas, também acarretariam prejuízos econômicos, segundo Adário, do Greenpeace. “A aprovação de um código permissivo pode prejudicar o Brasil no mercado internacional. O mundo de hoje não é o mundo pré-industrial. As decisões têm implicações globais. A proteção das florestas é também uma proteção de mercado”, comparou.


Fonte: Imazon

Jeff Corwin

Texto do Código é aprovado por comissões em meio a violência contra estudantes







O texto do substitutivo que propõe mudanças ao Código Florestal foi aprovado nas comissões de Ciência e Tecnologia e de Agricultura e Reforma Agrária do Senado nesta terça, 8 de novembro. Os placares das votações foram 12 a 1 na CCT e 15 a 0 na CRA. O único voto contrário foi o da senadora Marinor Brito (Psol-PA), que ainda tentou, sem sucesso, um pedido de vistas da matéria, uma vez que o texto sofreu alterações em relação à última reunião.

Além da aprovação de um texto que anistia crimes ambientais e tem o potencial de provocar novos desmatamentos, os presentes assistiram a cenas de barbárie e truculência nos corredores do Senado. Dezenas de estudantes e representantes do movimento social, que haviam sido impedidos de entrar no local da seção e que protestavam de forma pacífica no corredor, foram espancados por integrantes da Polícia do Senado e também por um segurança particular não identificado.

Um estudante da UnB – Rafael Pinheiro Rocha – foi imobilizado de forma violenta e, já dominado por quatro policiais, ainda sofreu um disparo por arma de choque. Desacordado, ainda foi arrastado e algemado pela Polícia do Senado. 

A senadora Marinor Brito foi à Delegacia da Casa e se mostrou indignada com a postura da Polícia do Senado. “Um estudante que protestava de forma pacífica foi algemado. Vamos tomar as atitudes necessárias para que isso seja apurado e já colocamos um advogado nosso para intervir. É claro que houve excesso, não se pode dar choque e algemar alguém que não ofereceu resistência”, criticou.

Em relação ao indivíduo não identificado que também agrediu manifestantes, Marinor Brito foi incisiva. “Não é estranho que capangas do agronegócio circulem nos corredores do Senado”, afirmou a senadora. 
Ainda de acordo com Marinor Brito, o debate sobre as mudanças no Código Florestal não têm conseguido esclarecer para a população as reais implicações que a aprovação da atual proposta causaria. “O grande agronegócio tem conseguido impor seus interesses à sociedade brasileira. A aprovação do texto no 
Senado reflete uma política ambiental do governo de cumprir acordos feitos com os ruralistas”, lamentou a senadora.

De acordo com Kenzo Jucá, analista de políticas públicas do WWF-Brasil, tanto a votação do texto nas comissões, sem a análise de emendas e destaques, bem como a truculência da Polícia do Senado contra estudantes que protestavam de forma pacífica, refletem a postura arbitrária com que o Código Florestal tem sido discutido. “As mudanças propostas por cientistas, pesquisadores, estudantes, agricultores familiares e pelo movimento social têm sido sistematicamente ignoradas, tanto na Câmara quanto no Senado. E quando a sociedade protesta, acontece a barbárie que presenciamos nesta terça-feira no Senado”, criticou o representante do WWF-Brasil. 

A CCT e a CRA ainda devem votar destaques e emendas antes de encaminhar a matéria para a Comissão de Meio Ambiente, que fará a apreciação final do texto antes da votação no plenário da casa, que poderá acontecer ainda em novembro.

Os seguintes senadores, da Comissão de Ciência e Tecnologia, votaram a favor do texto apresentado pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC), relator da matéria: Ângela Portela (PT-RR), Aníbal Diniz (PT-AC), Antônio Carlos Valadares (PMDB-SE), Ciro Nogueira (PP-PI), Cyro Miranda (PSDB-GO), Eunício Oliveira (PMDB-PE), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Sérgio Souza, Valdir Raupp (PMDB-RO) e Walter Pinheiro (PT-BA). Apenas Marinor Brito (Psol-PA) votou contra.

Na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, todos os 15 integrantes presentes votaram a favor do texto do relator: Ana Amélia (PP-RS), Ângela Portela (PT-RR), Antônio Russo (PR-MS), Benedito de Lira (PP-AL), Blairo Maggi (PR-MT), Casildo Maldaner (PMDB-SC), Cyro Miranda (PSDB-GO), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Jaime Campos (DEM-MT), Reditário Cassol (PP-RO), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Sérgio Souza (PMDB-PR), Valdir Raupp (PMDB-RO), Waldemir Moka (PMDB-MS) e Walter Pinheiro (PT-BA).



Fonte: WWF