26 outubro 2010

Os intelectuais e a política


Marilena Chauí, última a tomar a palavra no encontro, ganhou aplausos ao elogiar o Bolsa Família e o programa Luz Para Todos. "Este governo mudou a direção do olhar do Brasil", afirmou. Chauí destacou ainda a importância do papel que a mulher ganhou com os programas sociais do governo Lula, assim como o peso da possível eleição de uma mulher para a Presidência num "país machista e sexista em todas as classes sociais".

A pensadora não poupou a oposição de ataques. "A campanha tucana partiu do deboche que era no primeiro turno para a obscenidade no segundo", disse, em referência à abordagem de questões religiosas com a distribuição de santinhos em que JOsé Serra "garantiria" a verdade de Jesus Cristo. "Como se Jesus precisasse de Serra", brincou.

Chauí foi enfática ao classificar o uso da religião como "um desrespeito do sagrado e do ecumenismo", destacando que a república deve ser laica. Ao encerrar seu discurso, a filósofa disse ainda que a campanha tucana é "uma afronta, um escárnio" à memória de quem viveu sob a ditadura e foi ovacionada de pé ao dizer que "nossa geração viu Mandela ser eleito presidente da África do Sul, um índio ser eleito na Bolívia, um operário, no Brasil e verá uma mulher na Presidência".

A fala de Alfredo Bosi, também uma das mais aguardadas da noite, já havia arrancado aplausos da plateia. O intelectual fez duras críticas à imprensa, que chamou de "marrom de papel couché" e formada por "estranhos paladinos da democracia". Ao falar das críticas à candidata
petista, comparou a campanha e a ditadura. "Dilma pagou duas vezes por sua luta contra a opressão. Primeiro, contra a ditatura. Agora, contra marqueteiros venais".

Bosi foi interrompido pelas palmas ao chamar de "oportunista" a teoria sociológica da dependência, da qual o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é um dos maiores expoentes. Bosi, que também criticou o uso da religião na campanha, encerrou sua participação atacando os liberais que se precipitam para a direita em busca de seus interesses.

Matéria: http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/10/25/ato-pro-dilma-reune-intelectuais-na-usp.jhtm

Kuroshio Sea

Filmes da Montanha

Mont-Blanc, Banff 2010 from The Base Camp on Vimeo.

24 outubro 2010

Chão de Giz

Abelardo Ninguém (PSP)

Serra e o vídeo da Rede Globo

A fita mágica?
Desde o final da manha desta sexta (22/10), o site do professor José Antonio Meira da Rocha (http://meiradarocha.jor.br) foi bloqueado pela empresa que o hospeda — no que pode ser um caso grave de censura na internet. Em decorrência, as imagens que sustentavam a hipótese levantada por ele desapareceram, em dezenas de blogs que reproduziam suas informações.

O material foi republicado, em seguida, no blog Marxismo On-Line, de Leonardo Arnt — de onde foi reproduzido por Outras Palavras


O Jornal Nacional de ontem fez lembrar o envolvimento da Rede Globo na disputa presidencial que elegeu Fernando Collor, em 1989. Nada menos que 7 minutos foram dedicados à tentativa de demonstrar que José Serra fora atingido, na véspera, por um rolo de fita adesiva. Convocou-se Ricardo Molina, um “especialista” cujo currículo inclui a tentativa de acusar o MST pelo massacre de Eldorado de Carajás, de “assegurar” que PC Farias se suicidou e de questionar as provas sobre a responsabilidade da família Nardoni na morte da menina Isabela. Procurava-se frear a onda de indignação (e de deboche) que correu o país, quando se soube, horas antes, que a “agressão” sofrida na véspera pelo candidato do PSDB fora provocada por uma bolinha de papel. Não, tentou afirmar o Jornal Nacional: a tomografia a que se submeteu o candidato justificava-se. Ele havia sido atingido também por um rolo de fita adesiva…

Até mesmo esta versão está sendo contestada agora. José Antonio Meira da Rocha, professor de Jornalismo Gráfico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), analisou as imagens do Jornal Nacional quadro a quadro e chegou às seguintes conclusões, publicadas em seu blog: a) o suposto rolo de fita crepe, ou durex, não aparece em nenhum dos quadros anteriores ou posteriores ao momento em que se “choca” com a cabeça de Serra. Teria surgido do nada; b) um truque elementar na manipulação de vídeos (um artifact de compressão) é suficiente para gerar imagem idêntica à exibida no Jornal Nacional.

A análise de Meira Rocha pode ser conferida abaixo. Adicionalmente, um post no blog de Luís Nassif mostra: o suposto “choque” da fita adesiva com a cabeça de Serra deu-se numa parte da cabeça totalmente distinta daquela em que, segundo seu médico, ele foi atingido…

Leia a análise e confira as fotos no link: http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/serra-e-a-fita-crepe-questionada-autenticidade-de-video-da-globo

23 outubro 2010

Intervozes

Santidade da Vida

Via Láctea

Olavo Bilac.

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso"! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora! "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las:
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".

Rios Solimões e Amazonas têm maior seca da história

Parece surreal: seca no rio Amazonas.
Em razão da estiagem na região Amazônica, os rios Solimões e Amazonas registraram, nos últimos dias, os menores níveis desde que as medições começaram a ser feitas, segundo o boletim semanal do Serviço Geológico do Brasil em Manaus (CPRM), divulgado nesta sexta-feira (22). O rio Negro deve bater o recorde de vazante nesse domingo. A seca no Amazonas atinge pelo menos 62 mil famílias e obrigou 38 municípios a decretar situação de emergência.

Segundo o CRPM, o rio Solimões alcançou o menor nível da história nos três principais pontos de medição: Tabatinga, na divisa com a Colômbia; Itapeua, ponto situado no centro do Estado, no curso médio do rio; e Careiro, a 24 km a leste de Manaus.

Em Itapeua e Careiro, os recordes foram alcançados na terça (19) e na quarta-feira (20), respectivamente, quando os níveis chegaram a 1,32 m e 1,68 m. O recorde anterior em Itapeua --onde as medições são feitas desde 1970-- foi de 2,30, em 1998, e, em Careiro --com medições desde 1970-- de 2,14 m, em 1997. Já em Tabatinga o menor nível foi observado no dia 11 de outubro, quando o nível chegou a -86 cm. O local mede o nível desde 1982.

No rio Amazonas --formado a partir do encontro dos rios Negro e Solimões--, o recorde foi quebrado também na quarta-feira (20) no principal ponto de medição, que fica em Parintins (a 315 km a leste de Manaus). O nível do rio chegou a -162 cm, superando em 10 cm a marca anterior, registrada em 1997. As medições são feitas em Parintins desde 1970.

Tanto no rio Solimões, quanto no Amazonas, o nível do rio continuará diminuindo nos próximos dias, de acordo com a previsão do CRPM.

O rio Negro também deve alcançar o menor nível até domingo (24). Nesta sexta, o rio mediu 13,80 m em Manaus, apenas 16 cm a mais do que o recorde histórico, registrado em 1963 (13,64 m). As medições são realizadas na capital amazonense desde 1903.


Segundo Daniel de Oliveira, gerente de hidrologia do CRPM, de ontem para hoje, o nível diminuiu 13 cm. Na primeira metade da semana, a redução ficou entre 16 cm e 20 cm entre um dia e outro.

 “O maior impacto da seca é na navegação. Há lugares em que as balsas não chegam, e os moradores ficam sem combustível para gerar luz. O preço dos alimentos sobe porque, com a seca, as embarcações precisam fazer mais curvas, o que eleva o tempo de viagem”, afirma Oliveira.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2010/10/22/rios-solimoes-e-amazonas-tem-maior-seca-da-historia.jhtm
Daniel Cohn-Bendit, líder da bancada verde no Parlamento Europeu.

A candidatura de Marina Silva trouxe para o eleitorado de Dilma, a pupila de Lula, a grande surpresa do primeiro turno. É preciso saudar a novidade que representa a candidatura de Marina Silva que já lutava, desde o período de sete anos em que foi ministra do governo Lula, para fazer entrar verdadeiramente as questões ecológicas na pauta de preocupações do governo brasileiro de esquerda. Com sua presença no escrutínio, a diversidade de lutas sociais, de todas as minorias (sexuais, religiosas) encontrou uma voz.

O placar de 19% do total de votos para uma candidata independente, sem apoio de partidos poderosos, representa a segunda grande surpresa. Ele prova que o Brasil se transforma muito mais profundamente do que apenas no plano do crescimento econômico. Para a democracia e a cultura, este já é um passo considerável.

Na América Latina, da Colômbia ao Chile, e agora também no Brasil, para além dos diferentes contextos, as questões ecológicas entram definitivamente na pauta das eleições presidenciais, o que não é mais o caso na Europa. O Brasil é a sétima potência mundial. Nenhum europeu em sã consciência pode se desinteressar pelo que está em jogo para os destinos ecológicos e sociais do planeta.

Esta é a razão pela qual desejamos, através deste manifesto, expressar nossa inquietação. A batalha do segundo turno se anuncia bastante cerrada e, algo impensável até ontem, uma vitória da direita não está mais excluída. Na configuração de hoje, o Partido Verde está longe de ter a dimensão popular de Marina Silva. Algumas personalidades como Gilberto Gil, ele mesmo afiliado a este partido, conclamam a que se vote em Dilma sem ambiguidade. E nós compartilhamos desta posição. Prestemos bastante atenção ao seguinte: José Serra não é um social democrata de centro. Por trás dele, a direita brasileira vem mobilizando tudo o que há de pior em nossas sociedades: preconceitos sexistas, machistas e homofóbicos, junto com interesses econômicos os mais escusos e míopes. A direita sai do porão.

Contra as mulheres, as facções mais reacionárias das igrejas cristãs – incluindo aquela da mulher do candidato da direita que declarou publicamente que Dilma quer assassinar criancinhas – acusam a candidata de ser favorável ao aborto, mesmo que esta questão não faça parte de seu programa de governo, tampouco do programa do Partido dos Trabalhadores.

Contra os homossexuais: o vice de Serra sustenta um discurso abertamente sexista e homofóbico.

Contra os pobres: acusados de votar na esquerda por ignorância.

Leia na íntegra: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17103

Manifesto da PUC e UNICAMP


Os signatários deste manifesto, ligados à área de educação e de pesquisa, sentem-se no direito e no dever de tornar pública sua opção nestas eleições em favor de Dilma Roussef. São dois estilos de governo e de campanha em disputa.

Nos oito anos do governo Lula, as universidades federais obtiveram autonomia financeira, o governo promoveu uma política de contratação de professores, pesquisadores e outros funcionários efetivos por concursos públicos, aumentou os orçamentos das universidades e criou 214 Institutos Federais Tecnológicos, 13 novas universidades, 60 novos campi nas já existentes, aumentou expressivamente o número de estudantes das universidades federais e o número de bolsas de pós-graduação. E ainda, para o ensino de nível básico, o atual governo federal aprovou no Congresso Nacional o piso nacional de salário para os professores e o Fundo de Educação Básica (FUNDEB).

Serra, no governo de São Paulo, tratou os professores em greve com bomba de gás lacrimogêneo. O campus da USP foi invadido pela polícia, fato que só acontecera durante a ditadura militar. No início de seu mandato, ameaçou a autonomia das Universidades Paulistas ao tentar assumir seu controle financeiro através de decretos, só recuando por causa de intensa mobilização da comunidade. Os 19 institutos de P&D estaduais paulistas, que já tiveram papel de fundamental importância no desenvolvimento do estado, foram sucateados, e vêm perdendo sua importância nos sucessivos governos tucanos com a redução de seus quadros de funcionários e pesquisadores, com os baixos salários e o desmonte de sua infra-estrutura.

Se estes motivos já não bastassem para defendermos o voto na Dilma, outra sorte de motivo se acrescenta. É o teor da campanha realizada pelo candidato do PSDB, de cunho quase fascista, que evita o debate político sobre projetos e programas, que se afirma em boatos vis e de desconstrução de imagens, que apela à irracionalidade, ao medo e a um moralismo tacanho, além de contar com o apoio de uma mídia elitista, conservadora e manipuladora, uma repetição, de forma mais acentuada, do que foram as campanhas contra Lula sempre que foi candidato. Mesmo os que não se alinhem com o governo do PT, e que tenham críticas em relação a sua gestão, o que é legítimo, ponderam sobre o significado destas práticas.

A campanha de Serra é mentirosa quando fala de Dilma, assim como quando fala de si. É o caso da alegação de Serra de que foi o melhor deputado constituinte. Serra votou contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas, contra garantias de estabilidade no emprego ao trabalhador, negou seu voto pelo direito de greve (isso explica a forma ditatorial e violenta com que trata o funcionalismo quando recorre à greve), negou seu voto pelo abono de férias de 1/3 do salário, negou seu voto pelo aviso prévio proporcional e mesmo para garantir 30 dias de aviso prévio, negou seu voto pela estabilidade do dirigente sindical, negou seu voto pela garantia do salário mínimo real, votou contra a implantação de Comissão de Fábrica nas indústrias, votou contra o monopólio nacional da distribuição do petróleo. Assim, do ponto de vista dos trabalhadores, a atuação de Serra foi muito ruim; o DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) atribuiu ao tucano a pífia nota de 3,75 em 10.

A forma mais adequada para o embate político é o confronto de opiniões e, principalmente, de práticas. As formas menos adequadas são as das acusações pessoais infundadas, as dos preconceitos, as dos boatos de véspera de eleição. O ato de votar, um ato democrático, dispensa o medo, mau conselheiro e aliado do pesadelo. Sem medo e sem preconceito, podemos avaliar com a razão. Este ato exige, portanto, cabeça e coração, racionalidade e prudência, o apelo à reflexão. É esta reflexão que nos mostra que Serra representa uma ameaça à democracia ao apelar para o medo e para a destruição de seus adversários em uma campanha de contornos fascistas. Além de outros motivos, este nos unifica em torno da candidatura de Dilma Roussef, inclusive aqueles que estavam em outras posições no primeiro turno.

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=579

21 outubro 2010

Serra responde. Mal

Acho que esse tucano é falso.
Os ciberativistas e colaboradores que pediram – enviando petição do Greenpeace – para os presidenciáveis detalharem seus planos para manter as florestas em pé e investir em energia renovável, andam recebendo uma resposta da equipe do candidato José serra (PSDB). Ela inclusive usa o símbolo da campanha “Vote por um Brasil mais verde e limpo”, o que tem levado alguns de seus destinatários a contundi-la com um email oficial do Greenpeace. Mas basta ler o texto para perceber o engano. Nele não há de fato uma proposta concreta para tornar o Brasil mais verde e limpo.

Diz o email que Serra não é tucano apenas por filiação partidária, mas por ser um legítimo ambientalista – ecoando frase do candidato que seu ambientalismo é fruto de sua convicção. Como exemplo dela, cita a lei do clima, aprovada em seu governo, para controlar as emissões de gases que causam o aquecimento global no estado de São Paulo. A lei é importante e inovadora, mas o candidato esquece de mencionar que ela não só ainda não foi posta em prática como deixou de fora – por esquecimento ou propósito, coisa que Serra nunca explicou – o setor de transporte, maior responsável por emissões nas fronteiras  paulistas.

O e-mail convida quem assinou a petição do Greenpeace a conhecer no site da campanha de Serra uma série de outras ações que ele teria tomado, como governador, para proteger a natureza. Seu texto alega serem muitas. Não são. Em sua maioria não passam de uma adaptação de velhas iniciativas, mais voltadas para dar uma mão de tinta verde a um modelo ultrapassado de desenvolvimento do que para apontar um caminho novo, onde a prosperidade do país deixaria de depender da destruição de sua biodiversidade e recursos naturais.

Serra, segundo seu site, teria evitado a emissão de milhões de toneladas de CO2 na atmosfera com projetos de mecanização da cultura da cana no Estado, que dispensariam a queima da palha. Há um mérito em incentivar a mecanização da indústria canavieira. Mas ele ainda se materializa lentamente, pois a queima não foi proibida.

Ou melhor. Ela está meio proibida. Serra baixou resolução para este ano impedindo que se ateasse fogo aos campos de cana no estado entre junho e novembro. Mas só entre 6 da manhã e 10 horas da noite. Na escuridão da madrugada, os céus de São Paulo continuam sendo iluminados pelas chamas das queimadas.

Fonte: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Serra-responde-Mal/

Metarrefrão Microtonal Plurissemiótico

Análise identifica resíduos de herbicida em amostras de ovos

Tudo pelo máximo lucro.
Pesquisa apresentada na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (Universidade de São Paulo) identificou resíduos de herbicida em amostras de ovos comercializadas  em São Paulo. A substância, possivelmente incorporada por intermédio da alimentação das galinhas,  pode contribuir com o aparecimento de doenças crônicas em seres humanos. O estudo recomenda maior orientação aos produtores de alimentos, visando evitar o uso inadequado de pesticidas e medicamentos nos cultivos agrícolas e criações de animais.

A pesquisa buscou resíduos de agrotóxicos existentes nos ovos, por serem alimentos bastante consumidos pela população em geral. “Sabe-se que essa produção utiliza grande quantidade de agrotóxicos, para combater doenças nos animais”, afirma a bióloga Cláudia Ciscato, que realizou a pesquisa. Parte das amostras foi enviada por uma granja e as demais adquiridas no comércio, para  simular o consumo do produto e verificar a presença de contaminantes.

Os ovos foram submetidos a análises capazes de identificar de 140 a 150 substâncias tóxicas diferentes, entre organoclorados, organofosforados, carbonatos, pireticidas e alguns tipos de fungicidas e herbicidas. “Durante os testes, detectou-se a presença de herbicida, possivelmente utilizado para combater pragas surgidas no cultivo do alimento fornecido aos animais”, conta. “O mais provável é que o pesticida, ao ser incorporado pela galinha durante a alimentação, tenha se translocado para o ovo.”

Segundo Cláudia, cerca de 80% das amostras alimentos de origem vegetal e animal analisados habitualmente em laboratórios não possuem resíduos de agrotóxicos, ou estes são encontrados em valores abaixo dos tolerados pela legislação. “O restante das amostras, porém, contém produtos que não possuem legislação pertinente, ou seja, são usados de forma indevida pelos produtores para o controle de doenças e pragas, podendo trazer riscos para a saúde humana.”
 
Riscos
O contaminante encontrado nos ovos não necessariamente irá causar impacto imediato no consumidor, aponta a pesquisadora. “Seria necessário verificar a dieta de quem consome o produto, pois as quantidades encontradas não são suficientes para causar uma intoxicação aguda”, observa. “Entretanto, a longo prazo, há a possibilidade do herbicida contribuir para alguma doença crônica, como alergia, reumatismo, problemas nos sistemas nervoso e reprodutivo, além do aparecimento de tumores.”

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2010/10/20/analise-identifica-residuos-de-herbicida-em-amostras-de-ovos.jhtm

20 outubro 2010

Os danos causados pelo papel



É, eu digo. E continuo dizendo...

Enquanto minha guitarra gentilmente chora

Jornalista mostra que promessas de Serra são impraticáveis e contraditórias

Caíram cartas do baralho.
O jornalista André Siqueira, sub-editor de Economia da revista Carta Capital, decidiu fazer algumas contas e demonstrou objetivamente que o candidato à presidência da República do PSDB, José Serra, não tem como cumprir uma série de promessas que vem fazendo na campanha eleitoral. Em primeiro lugar, Serra teria que rasgar a cartilha de gestão pública de seu partido, que critica os gastos públicos do governo Lula. E nem assim o tucano conseguiria elevar o salário mínimo para 600 reais, instituir um 13° pagamento para o Bolsa Família ou reajustar em 10% as aposentadorias. “É de causar espanto a falta de olhar crítico da mídia para as promessas do candidato José Serra, impraticáveis diante dos paradigmas de gestão tucanos”, escreve Siqueira. Trata-se de um devaneio do candidato, acrescenta.

Vamos aos números analisados por André Siqueira:

“Consta no Orçamento de 2011 a proposta de elevar o salário mínimo para 538,14 reais. Serra propõe desembolsar 61,86 reais a mais por assalariado, para atingir os 600 reais. Apenas essa promessa de campanha custaria, portanto, 12,3 bilhões de reais. O montante é próximo ao orçamento total do programa Bolsa Família, atualmente em 13,7 bilhões de reais. Aliás, criar uma parcela a mais para o programa acrescentaria 1,14 bilhão de reais ao cálculo – em valores correntes. Finalmente, há o reajuste dos benefícios da Seguridade Social. Nesse caso, apelo ao cálculo do economista do Ipea, Marcelo Caetano, que avaliou em 6,2 bilhões de reais o esforço adicional exigido pelo presente oferecido pelo tucano aos aposentados e pensionistas”.

No total, assinala o jornalista da Carta Capital, as promessas de Serra custariam cerca de 19,6 bilhões de reais aos cofres públicos. André Siqueira consultou, então, o especialista em contas públicas, Amir Khair, ex-secretário de Finanças de São Paulo, para indagar sobre a viabilidade das promessas de Serra, que batem de frente, sempre é bom lembrar, com as críticas que o próprio candidato e seu partido fazem ao que consideram ser “excesso de gastos” do governo Lula. Em primeiro lugar, Khair lembra que o gasto federal corresponde a uma parcela de 43% dos desembolsos totais do setor público. O restante fica a cargo das prefeituras e estados. Em segundo, assinala, cerca de 80% do orçamento federal está legalmente engessado com salários e outras obrigações constitucionais.

Considerando a pouca margem de manobra que resta ao Executivo, Khair imagina que um “choque de gestão”, - a receita preferida do PSDB – permitiria um corte de aproximadamente 30%. Seria um “sacrifício extraordinário”, diz o economista, e equivaleria a 2,58% do gasto público nacional, algo em torno de 9,9 bilhões de reais. Ou seja, mesmo se fizesse isso, Serra estaria conseguindo apenas a metade dos recursos necessários para cumprir suas promessas de aumentar o salário mínimo para 600 reais, de reajustar em 10% as aposentadorias e de conceder um 13° pagamento ao Bolsa Família. “E ele continua a criticar o endividamento público. Ao mesmo tempo em que promete elevar gastos sociais, ampliar investimentos e cortar impostos. Como, José?”, indaga o jornalista.

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17082

Mino Carta sobre o Brasil



19 outubro 2010

O Mundo de Sofia [3]

Um sentimento aniquilado pela sociedade.
Um pedacinho do capítulo "O ILUMINISMO ...da produção de agulhas à fundição de canhões...

- "De volta à natureza!" : esta era a palavra de ordem da crítica à civilização. Só que para os filósofos do Iluminismo a natureza era quase a mesma coisa que a razão. Isto porque, para eles, a razão era uma dádiva da natureza ao homem, em oposição, por exemplo, à Igreja ou à civilização. Enfatizava-se que os "povos naturais" eram frequentemente mais sadios e mais felizes do que os europeus, exatamente porque não possuíam uma civilização. A palavra de ordem "De volta à natureza" é de Jean-Jacques Rousseau. Ele dizia que a natureza era boa e que o homem, portanto, era "naturalmente bom". Todo o mal estaria na sociedade civilizada, que afasta o homem de sua natureza. Por isso Rousseau também queria que as crianças vivessem por mais tempo possível em seu estado "natural" de inocência. Podemos dizer que a noção de um valor próprio da infância vem do Iluminismo. Até então, a infância tinha sido vista como uma preparação para a vida adulta. Mas somos todos seres humanos, e vivemos nossa vida na terra também como crianças.

Página 339.

O Mundo de Sofia [2]

Que falta nos faz as oportunidades...
 Segue trecho do capítulo "SPINOZA ...Deus não é um manipulador de fantoches...

(...)
- Tudo bem, mas antes me responda a uma última pergunta: duas árvores de mesma idade crescem num enorme jardim. A primeira está num ponto do jardim em que recebe bastante sol e tem acesso abundante a um solo rico em nutrientes e água. A outra árvore cresce na sombra, sobre solo infértil. Qual das duas árvores dará mais frutos?
- Naturalmente aquele que tem as melhores condições de crescer.
- Para Spinoza esta árvore é livre. É livre no sentido de que possui plena liberdade para desenvolver todas as possibilidades que lhe são inerentes. Só que se esta árvore for uma macieira, ela não terá opção entre produzir maçãs ou ameixas. E o mesmo acontece conosco, seres humanos. As circunstâncias políticas, por exemplo, podem obstruir nossa evolução e o nosso crescimento pessoal. Uma pressão exterior é capaz de nos tolher. Só quando podemos desenvolver livremente as possibilidades que nos são inerentes é que podemos viver como pessoas livres. Apesar disso, somos governados pelo nosso potencial interno e pelas circunstâncias exteriores da mesma forma como o menino da Idade da Pedra na Renânia, o leão na África ou a macieira no jardim.

Página 273.

Zambação

Gráfica de tucana fez panfletos anti-Dilma

E agora José? Mais um factóide?
A Polícia Federal apreendeu ontem, por determinação da Justiça Eleitoral, cerca de 1 milhão de panfletos que pregam voto contra o PT devido à posição favorável à descriminalização do aborto.

A gráfica que imprimia os jornais pertence à irmã do coordenador de infraestrutura da campanha de José Serra (PSDB), Sérgio Kobayashi.

Arlety Satiko Kobayashi é dona de 50% da Editora Gráfica Pana Ltda, localizada no Cambuci, na capital paulista.

A empresária é filiada ao PSDB desde março de 1991, segundo registro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

NOTA DA CNBB
Bispos do braço paulista da CNBB divulgaram nota ontem na qual dizem que "não patrocinam a impressão e a difusão de folhetos". Contudo, o bispo que assina a nota de ontem, dom Nelson Westrupp (de Santo André), presidente a Regional Sul 1 da CNBB, é um dos que assina o texto reproduzido nos panfletos apreendidos.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/816036-grafica-de-tucana-fez-panfletos-anti-dilmap.shtml

Ambientalistas que estavam com Marina manifestam apoio a Dilma

PV reconhece algumas boas práticas ambientais por parte de Lula.
Apesar de a candidata derrotada do PV nas eleições, Marina Silva, ter oficializado no domingo (17) sua posição de “independência” em relação ao segundo turno da disputa presidencial, alguns dos principais ambientalistas do país que a acompanharam no primeiro turno decidiram lançar um manifesto de apoio à candidata do PT, Dilma Rousseff. O manifesto será lido nesta segunda-feira (18) no Rio de Janeiro, durante o ato de apoio à petista organizado por intelectuais e artistas - comandados por Chico Buarque, Leonardo Boff, Emir Sader e Eric Nepomuceno - no Teatro Casa Grande.

A leitura do manifesto de apoio dos ambientalistas e sua entrega à Dilma serão realizadas por Ivan Marcelo Neves, que é secretário-executivo do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais pelo Meio Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável (FBOMS). Neves, no entanto, esclarece que o manifesto é uma iniciativa individual de cada um dos dirigentes signatários e que o mesmo não trará a assinatura das entidades, organizações ou redes do movimento socioambientalista: “Dentro do FBOMS, por exemplo, existem setores que não são favoráveis a apoiar o candidato A ou B. Vamos respeitar essa diversidade, até porque não houve tempo para uma discussão aprofundada. Por isso, as manifestações de apoio são individuais”.

Mesmo não sendo assinado pelas entidades, o manifesto traz o apoio individual de respeitados dirigentes do movimento socioambientalista ligados a organizações como o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), a Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA) e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), entre outras, além do próprio FBOMS. Por isso, a divulgação do manifesto logo no dia seguinte ao anúncio da opção de Marina e do PV pela “independência” é vista com muitos bons olhos no comando da campanha de Dilma, que enxerga no documento um importante trunfo para conquistar parte dos votos destinados à candidata verde no primeiro turno.

No manifesto, obtido em primeira mão pela Rede Brasil Atual, os ambientalistas afirmam “assumir com firmeza política” o apoio à Dilma: “Mesmo considerando que o governo Lula não foi tão longe quanto poderia ir na área de meio ambiente, avaliamos como indiscutíveis os avanços deste em relação ao governo anterior, comandado pelo PSDB de Fernando Henrique Cardoso. Consideramos também que a eventual eleição do candidato José Serra representaria um enorme e perigoso retrocesso nas políticas ambientais brasileiras”, diz o documento.

Apesar das críticas ao governo federal, os ambientalistas reconhecem os avanços conquistados pelo país: “Nos últimos oito anos, o Brasil avançou em suas políticas ambientais e se consolidou como um ator de primeira importância nas discussões internacionais sobre temas como mudanças climáticas, proteção à biodiversidade e preservação das florestas, entre outros. Nós avaliamos que as conquistas do país na área ambiental são méritos tanto da gestão de Marina Silva à frente do Ministério do Meio Ambiente quanto da gestão de Carlos Minc, que a substituiu no MMA”, diz o manifesto.

Código Florestal
No total, serão levadas ao conhecimento da candidata do PT vinte e cinco propostas que tratam de temas como mudanças climáticas, desmatamento, biodiversidade, agrotóxicos, transgênicos, conhecimentos tradicionais, bacias hidrográficas, políticas energéticas e licenciamento ambiental, entre outras: “Nós, abaixo assinados, estamos convictos que um governo comandado por Dilma Rousseff terá muito mais condições e vontade política para implementar esse conjunto de propostas _ assim como de fortalecer a participação do movimento socioambientalista na elaboração e implementação das políticas públicas ambientais _ do que um governo de José Serra”, afirma o manifesto.

Propostas
“Entre as propostas apresentadas pelo PV, foi o PT o partido que mais apresentou concordâncias neste segundo turno das eleições. Nós ambientalistas não estamos colocando nada do que já não tenhamos pautado o atual governo e outros governos. Estas são as reivindicações dos ambientalistas. Devemos tê-las sempre, pois isso demonstra que somos coerentes em qualquer situação”, diz Ivan Marcelo Neves.

17 outubro 2010

O tempo, como invenção do homem

Estamos em qual década mesmo?
Questão levantada por Dilma Rousseff no debate de domingo 10 na Band merece reflexão. Observou a candidata que a campanha eleitoral tucana estimulou um sentimento insólito no Brasil, o ódio. Há brasileiros e brasileiros. Os privilegiados e seus reservas, e os desvalidos em estágios diversos. As diferenças sociais são ainda profundas, a despeito de alguns avanços realizados à sombra de Lula.

A maioria brasileira não é capaz de ódio, mas sua característica mais pronunciada é a resignação. Já o ódio tem ibope elevado na minoria, aquele resistentemente alimentado em relação à maioria. O sulista feliz da vida enquanto mantém sua primazia e o remediado confiante em um futuro favorável à moda dos atuais privilegiados odeiam o nortista pobre. Incluam-se os miseráveis em qualquer latitude.

Há inúmeras décadas a mídia nativa, instrumento nas mãos da chamada elite (elite?) porta-se da mesma maneira. Desembainha os mesmos argumentos. Desde a oposição a Getúlio Vargas democraticamente eleito, a resistência à posse de Juscelino, a manipulação constitucional para que João Goulart substituísse o renunciatário Jânio ao aceitar a imposição do parlamentarismo, enfim, o golpe de 1964 e o golpe dentro do golpe de 1968. Até a rejeição da campanha das Diretas Já, a eleição indireta de 1985, a posse anticonstitucional de José Sarney, a eleição de Fernando Collor no seu papel de antídoto ao Sapo Barbudo.

Sempre e sempre, a mesma peroração, a favor das mesmas inaceitáveis razões, frequentemente em apoio de quem, em nome das conveniências, foi elevado aos altares da glória e hoje é atirado à poeira. É um festival de acusações sem prova, de omissões oceânicas, de mentiras que envergonhariam o bugiardo de Goldoni ou o tartufo de Molière.

Pergunto-me se esses heróis da velhacaria perceberam o quanto o Brasil e o mundo mudaram no período. Por uma série de eventos, a vincar as décadas. O Brasil, por exemplo, não é mais um dos ancoradouros preferidos da CIA. O embaixador americano Lincoln Gordon, depois de mandar mais que o presidente da nossa república, passou-se para outra. Na onda da Marcha da Família, com Deus (que deus seria este?) e pela Liberdade, perdemos a liberdade, com ele pequeno, por 21 anos, e a verdadeira, irmã da igualdade, ainda não a encontramos.
Os meus estarrecidos, porém lúcidos botões cuidam de me informar: os senhores todos continuam a querer um país de 20 milhões de habitantes e uma democracia sem povo, o tal de demos, como avisava Raymundo Faoro, o grande pensador, que faz falta não somente a mim. E não deixa de representar fenômeno extraordinário como o candidato José Serra se encaixou à perfeição no seu papel de udenista da última hora, de sorte a ganhar, de forma ainda mais clara que em 2002, o suporte da mídia de uma nota só.

Há momentos sublimes na interpretação do candidato tucano. Ele se prontifica a deglutir hóstias sagradas e se apresentar como derradeiro apóstolo de Jesus Cristo. Enquanto isso, a mídia concretiza a mais ampla, geral e irrestrita conciliação elitária da nossa história, na qual este gênero de arreglo invariavelmente nasceu do ódio à maioria e representou um capítulo fatal.

Recordo um debate entre figuras da imprensa, organizado em fins de 1976 por Ruth- Escobar no seu teatro paulistano. Inicialmente proibido pela ditadura por causa da minha presença entre os debatedores (incrível, não é mesmo?) e enfim liberado duas semanas após porque me caberia apenas o papel de moderador.

E o moderador, lá pelas tantas, perguntou a Ruy Mesquita, também presente, por que, diante da censura, os donos das empresas midiáticas não se tinham unido para protestar, assim como em uníssono haviam invocado o golpe. Ruy respondeu ser impossível um entendimento entre famílias tão díspares quanto Mesquita, de um lado, e Marinho, Frias, Nascimento Brito e Civita do outro. Pois agora, na esteira da candidatura Serra, e para espanto meu e dos meus botões, é possível.

Mino Carta é diretor de redação de CartaCapital. Fundou as revistas Quatro Rodas, Veja e CartaCapital. Foi diretor de Redação das revistas Senhor e IstoÉ. Criou a Edição de Esportes do jornal O Estado de S. Paulo, criou e dirigiu o Jornal da Tarde. redacao@cartacapital.com.br

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/o-tempo-como-invencao-do-homem

"Independente", Marina diz que PT teve "maior acolhimento" de propostas do PV

Neutra, ou independente.
Apesar de declarar neutralidade no segundo turno da disputa eleitoral, a candidata derrotada do PV à Presidência da República, Marina Silva, afirmou neste domingo (17) que a candidatura de Dilma Rousseff (PT) se aproximou mais dos pontos defendidos pelo PV do que a candidatura de José Serra (PSDB).

"Houve um acolhimento maior por parte da candidata do PT", disse a senadora, que classificou a posição tomada como "independente". "Houve um acolhimento significativo, mas um pouco menor, por parte da candidatura do PSDB", afirmou, em referência ao programa mínimo defendido pela sigla e apresentado no último dia 8 para servir de base para conversas com os candidatos.

Críticas e elogios
Buscando se colocar como terceira via para uma eventual candidatura ao Palácio do Planalto em 2014, Marina manteve o discurso equilibrado que exibiu no primeiro turno, alternando elogios ("duas pessoas dignas, com origens no que há de melhor nesse país") e críticas às candidaturas do PT e do PSDB e seus respectivos legados para o país.

Para ela, os dois partidos "se deixaram capturar pela lógica do embate até as últimas consequências", e as divergências entre ambos são uma "ironia da história", uma vez que as legendas foram forjadas durante a resistência à ditadura militar.

Ela falou ainda em uma "dualidade destrutiva" que faz com que as siglas sejam "fiadoras de um conservadorismo renitente", e manteve a porta aberta para futuras conversas com os presidenciáveis, seja qual for o escolhido pela população. "Acredito que há terreno fértil para a continuação desse diálogo", afirmou.

Fonte: http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/10/17/independente-marina-diz-que-pt-teve-maior-acolhimento-de-propostas-do-pv.jhtm

Ambientalismo é prática

MANIFESTO DE PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS DEFESA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA

Olha pra baixo!

Manifesto em Defesa da Educação Pública
Nós, professores universitários, consideramos um retrocesso as propostas e os métodos políticos da candidatura Serra. Seu histórico como governante preocupa todos que acreditam que os rumos do sistema educacional e a defesa de princípios democráticos são vitais ao futuro do país.

Sob seu governo, a Universidade de São Paulo foi invadida por policiais armados com metralhadoras, atirando bombas de gás lacrimogêneo. Em seu primeiro ato como governador, assinou decretos que revogavam a relativa autonomia financeira e administrativa das Universidades estaduais paulistas. Os salários dos professores da USP, Unicamp e Unesp vêm sendo sistematicamente achatados, mesmo com os recordes na arrecadação de impostos. Numa inversão da situação vigente nas últimas décadas, eles se encontram hoje em patamares menores que a remuneração dos docentes das Universidades federais.

Esse “choque de gestão” é ainda mais drástico no âmbito do ensino fundamental e médio, convergindo para uma política de sucateamento da Rede Pública. São Paulo foi o único Estado que não apresentou, desde 2007, crescimento no exame do Ideb, índice que avalia o aprendizado desses dois níveis educacionais.

Os salários da Rede Pública no Estado mais rico da federação são menores que os de Tocantins, Roraima, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Espírito Santo, Acre, entre outros. Somada aos contratos precários e às condições aviltantes de trabalho, a baixa remuneração tende a expelir desse sistema educacional os professores qualificados e a desestimular quem decide se manter na Rede Pública. 


Diante das reivindicações por melhores condições de trabalho, Serra costuma afirmar que não passam de manifestação de interesses corporativos e sindicais, de “tró-ló-ló” de grupos políticos que querem desestabilizá-lo. Assim, além de evitar a discussão acerca do conteúdo das reivindicações, desqualifica movimentos organizados da sociedade civil, quando não os recebe com cassetetes.

Serra escolheu como Secretário da Educação Paulo Renato, ministro nos oito anos do governo FHC. Neste período, nenhuma Escola Técnica Federal foi construída e as existentes arruinaram-se. As universidades públicas federais foram sucateadas ao ponto em que faltou dinheiro até mesmo para pagar as contas de luz, como foi o caso na UFRJ. A proibição de novas contratações gerou um déficit de 7.000 professores. Em contrapartida, sua gestão incentivou a proliferação sem critérios de universidades privadas. Já na Secretaria da Educação de São Paulo, Paulo Renato transferiu, via terceirização, para grandes empresas educacionais privadas a organização dos currículos escolares, o fornecimento de material didático e a formação continuada de professores. O Brasil não pode correr o risco de ter seu sistema educacional dirigido por interesses econômicos privados.

No comando do governo federal, o PSDB inaugurou o cargo de “engavetador geral da república”. Em São Paulo, nos últimos anos, barrou mais de setenta pedidos de CPIs, abafando casos notórios de corrupção que estão sendo julgados em tribunais internacionais. Sua campanha promove uma deseducação política ao imitar práticas da extrema direita norte-americana em que uma orquestração de boatos dissemina dogmas religiosos. A celebração bonapartista de sua pessoa, em detrimento das forças políticas, só encontra paralelo na campanha de 1989, de Fernando Collor.


Clique no link para ter acesso à lista de nomes de professores que aderiram ao protesto: http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=571

Marilena Chauí

Serra e sua mulher devem à ‘platéia’ uma explicação

Abortar, abortar!
Deve-se considerar a opção religiosa e a intimidade de alguém no momento da escolha de um chefe de Estado? Pensando melhor, adie-se a pergunta.

Comece-se de outro modo: o debate beato que tomou conta da cena eleitoral injetou em 2010 um quê de inquisição.

Serra viu na dubiedade de Dilma uma avenida de oportunidades. Chamou-a de “duas caras”.

Ontem incrédula, hoje cristã. Antes pró-descriminalização do aborto, agora contra.

Súbito, Monica Serra, a mulher do candidato tucano, mirou abaixo da linha da cintura.

Há um mês, num evento de campanha realizado na Baixada Fluminense, Monica disse que Dilma é a favor de “matar criancinhas”.

Veiculada pela ‘Agência Estado’, a frase de Monica não foi desmentida. Dilma esfregou a declaração na face de Serra.

Deu-se no debate de domingo passado. Serra poderia ter ecoado a mulher. Poderia também tê-la desdito. Preferiu o silêncio.

Mal comparando, o lero-lero da morte de “criancinhas” evocou 1989, o ano em que Collor trouxe para o centro da arena eleitoral Lurian.

Logo se descobriria que Collor escondia, ele próprio, um segredo. Patrocinou a acusação de que Lula propusera o aborto a uma antiga namorada...

...E recusava-se a reconhecer filho gerado fora do casamento. Collor negava-lhe o sobrenome da família.

Pois bem. Surge agora a informação de que a psicóloga Monica Serra também teria ceifado a vida de uma “criancinha”.

Em notícia levada às págins da Folha, a repórter Mônica Bergamo conta o seguinte:

1. A mulher de Serra ministrava, em 1992, um curso de dança na Unicamp. Ex-alunas de Mônica dizem ter ouvido dela a revelação de que fez um aborto.

2. Quando? Na época em que vivia com Serra no Chile. No dia seguinte ao debate de Dilma com Serra, uma das ex-alunas de Mônica foi ao Facebook.

3. Chama-se Sheila Canevacci Ribeiro. É bailarina. Tem 37 anos. Ficou abespinhada com o silêncio de Serra. Levou sua “indignação” ao sítio de relacionamento.

4. Escreveu que Serra, por “escorregadio”, desrespeitou "tantas mulheres, começando pela sua própria mulher. Sim, Monica Serra já fez um aborto".

5. Prosseguiu: "Com todo respeito que devo a essa minha professora, gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas foram regadas a discussões sobre o seu aborto traumático".

6. Perguntou: "Devemos prender Monica Serra caso seu marido fosse [sic] eleito presidente?" A mensagem correu a web. A repórter da Folha foi ouvir Sheila. E ela confirmou “cem por cento” o teor de seu texto.

7. No primeiro turno, Sheila votou em Plínio de Arruda Sampaio. No segundo, votaria em Dilma. Mas estará no Líbano, onde fará uma performance.

8. Sheila é filha da socióloga Majô Ribeiro, ex-aluna de mestrado, na USP, de Eva Blay, suplente de Fernando Henrique Cardoso no Senado em 1993.

9. Militante feminista, Majô foi pesquisadora do Núcleo de Estudos da Mulher e Relações Sociais de Gênero da USP, fundado por Ruth Cardoso (1930-2008).

10. Ouvida, Majô se disse "preocupada" com a revelação da filha. Mas disse tê-la criado para "ser uma mulher livre". Acha que Sheila "agiu como cidadã".

11. A reportagem traz também declarações de uma colega de classe de Sheila nas aulas de dança da ex-professora Monica Serra.

12. Sob o compromisso do anonimato, a colega contou: Nas aulas da mulher de Serra, as alunas costumavam sentar-se em círculos.

13. Sob atmosfera de intimidade, Monica explicava como os traumas da vida alteram os movimentos do corpo e se refletem na vida cotidiana.

14. Era nesses momentos, segundo ela, que profressora e alunas compartilhavam suas experiências de vida. Nessas aulas, Monica teria falado sobre o aborto.

15. Segundo a ex-aluna, Monica disse que fez o aborto por causa da ditadura. Por quê? O futuro dela e do marido Serra era muito incerto. Grávida, sentiu-se em situação vulnerável.

16. Ouça-se agora mais um pouco de Sheila: "Ela não confessou. Ela contou. Não sou uma pessoa denunciando coisas. Mas [ela é] uma pessoa pública, que fala em público que é contra o aborto, é errado. Ela tem uma responsabilidade ética".

Retorne-se à pergunta inicial: Deve o eleitor considerar a opção religiosa e as vicissitudes íntimas de alguém no momento da escolha de um presidente da República?

Em condições normais, a resposta seria um sonoro “não”. Busca-se um presidente, não um santo. Porém...

Porém, ao servirem-se do discurso carola para desqualificar Dilma, Serra e Monica tornaram-se devedores de uma boa e consistente explicação.

Procurada por dois dias, a mulher de Serra não respondeu à reportagem. A assessoria de Monica alegou que ela viajara para o Chile e estaria ilocalizável. “Não há como responder”, informou-se, por e-mail. Pena.

16 outubro 2010

Associação de ateus critica Serra por panfleto religioso

Sapéquinha.
A Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos divulgou uma carta endereçada ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra, para criticar sua campanha por produzir um santinho com a citação "Jesus é a verdade e a Justiça".

"Em cada três pessoas vivas hoje, duas não concordam com essa frase. O único efeito que uma tática desse tipo pode ter é o de angariar votos completamente desvinculados de propostas de campanha, o que já é ruim, e à custa da perda de eleitores de todas as posições não cristãs, o que é péssimo", afirma a associação sobre o panfleto.

A entidade ainda critica declarações de Serra durante o debate organizado pela TVs católicas em agosto.

"Eu acho bom que o presidente da República acredite em Deus", disse o candidato.

"Não há outra palavra para esse tipo de opinião, Serra: preconceito. Associar imoralidade a um grupo qualquer de seres humanos é uma prática vergonhosa que já foi e continua sendo aplicada por todos aqueles que têm preconceito contra negros, judeus, homossexuais ou qualquer outro grupo, inclusive os ateus", afirma a carta.

A mensagem também não poupa críticas a declarações do vice do tucano, Indio da Costa (DEM).
"Se adesão religiosa não é sinal de concordância doutrinária, ela nada nos diz sobre conteúdo programático, e portanto não tem lugar nas campanhas eleitorais."

A associação afirma que cerca de 2% da população brasileira é de ateus, "um contingente maior do que a maior parte das denominações religiosas". Também usa argumento de que o Estado é laico.
"Serra, você nos deve desculpas. Desculpas sinceras e completas. Nós não achamos que você seja mau por ser cristão. Mas você está errado, e seu erro nos avilta e nos ofende", diz o grupo, que não cita a adversária do tucano, Dilma Rousseff.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/815728-associacao-de-ateus-critica-serra-por-panfleto-religioso.shtml

Associação em defesa dos homossexuais critica Dilma e Serra por pauta religiosa


A ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) divulgou nesta sexta-feira uma carta na qual critica os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) por conta da pauta religiosa que domina o debate na segundo turno.

"Não é aceitável que o preconceito, o machismo e a homofobia sejam estimulados por discursos de alguns grupos fundamentalistas e ganhem espaço privilegiado em plena campanha presidencial", afirma a associação, que diz reunir 237 entidades.

O grupo lembra que o Estado brasileiro é laico. "O avanço da democracia brasileira é que tem nos permitido pautar, nos últimos anos, os direitos civis dos homossexuais e combater a homofobia."
Para a associação, é preocupante o uso da fé para influir no resultado das eleições.

"Nos últimos dias, ficou clara a inescrupulosa disposição de determinados grupos conservadores da sociedade a disseminar o ódio na política em nome de supostos valores religiosos."

"Candidatos, não maculem suas biografias e trajetórias. Não neguem seu passado de luta contra o obscurantismo", diz a carta.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/815214-associacao-em-defesa-dos-homossexuais-critica-dilma-e-serra-por-pauta-religiosa.shtml

Cochilo de 48 horas pode custar quatro anos a Maluf

Mas foram só 2 dias...
O ministro Marco Aurélio Mello, do TSE, indeferiu recurso de Paulo Maluf (PP-SP) contra decisão que o havia enquadrado na lei da Ficha Limpa.

O TRE-SP negara o registro da candidatura de Maluf por conta de uma condenação por improbidade administrativa.

Escorado no recurso levado ao TSE, o deputado foi às urnas. Amealhou a terceira maior votação de São Paulo: 497,2 mil votos.

Seus votos são considerados, por ora, nulos. Mas Maluf ainda pode recorrer ao plenário do TSE. Se amargar nova derrota, só lhe restará o STF.

Marco Aurélio negou-se a rever a sentença que ameaça tirar Maluf da Câmara por um motivo prosaico: o calendário.

Segundo o ministro, Maluf tinha três dias para contestar o Waterloo do TRE. O prazo venceu em 3 de setembro. E o recurso de Maluf só chegou no dia 5 de setembro.

Ou seja, um cochilo de 48 horas pode proporcionar à nação o usufruto da ausência de Maluf numa legislatura de quatro anos.

Ausência de pluralismo: a falta de um jornal popular


A demissão da psicanalista Maria Rita Kehl do corpo de colaboradores do Jornal “O Estado de São Paulo” reacende a incontornável discussão sobre a ausência de pluralismo na imprensa brasileira de grande circulação, em clara ofensa ao disposto no capítulo da Comunicação Social da Constituição Federal. Kehl afirma ter sido demitida por “delito de opinião” após ter escrito artigo em que denuncia o esforço de desqualificação dos votos das camadas mais pobres da população.

Até mesmo argumentos utilizados na eleição passada pelo conhecido sociólogo Hélio Jaguaribe indicando que os votos que elegeram Lula possuíam um significado inferior em relação aos votos do candidato derrotado, estes sim, e só estes, como que por encanto, dotados de uma dimensão de nação, constavam o artigo que causou a demissão. Por desdobramento, o presidente Lula que promoveu recuperação significativa do salário mínimo, expandiu a classe média, reduziu robustamente os milhões de famintos, recupera a Petrobrás e a indústria naval, sob reconhecimento internacional expressivo, não teria sido eleito - segundo esta teoria esdrúxula - por votos com plena legitimidade.

O voto de pobre vale menos?
A psicanalista Maria Rita Kehl ousou revelar murmúrios indignados que podem estar povoando os ambientes das oligarquias midiáticas diante da impossibilidade de impedir que herdeiros ex-escravos possam exercer seu direito a voto. Sobretudo depois de estarem gradativamente recuperando o seu direito de trabalhar com carteira assinada, de serem reconhecidos pelo estado por meio de um programa social que lhes retira e aos seus filhos do corredor da pena de morte pela fome. O Brasil acaba de ser reconhecido pela FAO com um dos países que mais contribuem na atualidade para a redução da fome. Mas, do lado de cá, sociólogos, um tanto envergonhados é bem verdade, querem insinuar que os votos destes que escapam da pena de morte da fome não teriam legitimidade. E quem revela este pensamento merece a pura e simples sentença da demissão. Decidida no mesmo ambiente em que floresceu e germinou com desenvoltura a discricionária e cruel idéia de um ex-diretor do jornal mencionado, que sentiu-se no direito de matar uma jovem jornalista porque, afinal, ela teria cometido a gravíssima falta de pretender.....terminar o namoro.

Monteiro Lobato desprezado
Quando o senador Suplicy sobe à tribuna e solicita à direção do centenário jornal que reverta a demissão de Kehl - que para nossa sorte não corre risco de vida e poderá nos iluminar com novas análises corajosas se encontrar espaços de publicação - embora bem intencionado, pode ser que não conheça episódio marcante da história deste diário. Décadas atrás, o escritor Monteiro Lobato, aflito com a incultura e particularmente com contingente de iletrados, solicita aos donos deste diário que o veículo fosse utilizado de modo militante e compromissado na luta para vencer o vergonhoso quadro de milhões e milhões de analfabetos no país. Após muito pensar, um dos proprietários responde ao criador do Sítio do Pica-pau Amarelo, provavelmente com o mesmo tom com que hoje condenam o voto dos pobres a uma espécie de sub-voto: “Ô Lobato, mas se todo mundo aprender a ler...quem é que vai pegar no cabo da enxada”. A proposta de Monteiro Lobato foi recusada. O pluralismo da psicanalista Kehl, condenado. Veremos o que ocorrerá com relação à solicitação do senador.....

Apesar da evidente ausência de pluralismo na mídia brasileira, de sua crônica incapacidade para cumprir minimamente a Constituição Federal, do indevassável controle de algumas poucas famílias sobre a indústria da informação no Brasil, ainda assim, há gente que se preocupa não com este controle já existente do mercado cartelizado sobre os veículos de comunicação, mas com uma mera proposta de regulamentação da Constituição, colocando-a em sintonia com a tendência mundial que registra regulação crescente da comunicação como único caminho para assegurar-lhe pluralismo, diversidade, bem como caráter educativo, civilizatório e informativo nos seus conteúdos.

Publicaram que o Brasil não tinha petróleo
Tantas vezes muitos de nós já escrevemos e reiteramos aqui mesmo e em outras tribunas sobre o que representou o jornal Última Hora, criado sob estímulo de Vargas, ele mesmo alvo de intensa campanha de desmoralização e destruição de imagem, na época intitulada “mar de lama”. Com a imensa popularidade que possuía, seja por ter criado a Petrobrás, o salário mínimo, os direitos trabalhistas, a licença maternidade, a siderúrgica de Volta Redonda, a Rádio Nacional, a Rádio Mauá, o Instituto Nacional do Cinema Educativo, o BNDES, etc, Vargas percebia que se dependesse da imprensa da época, o Brasil nunca teria petróleo, o salário mínimo e os direitos trabalhistas não passavam de privilégios descabidos, que a única linha editorial verdadeira e aceitável era a deposição do presidente. Ou seja, será que magnatas da comunicação que chegaram ao ponto de bradar o Brasil não possuía petróleo, podem ser sensibilizados e corrigir-se? O argumento ainda é válido para hoje. Como disse Giordano Bruno quando as fogueiras da Inquisição estavam sendo acesas “Que ingenuidade a minha, pedir ao poder para reformar o poder”

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17043