Panfleto distribuído em Aparecida pede voto em quem é contra o aborto

Uma das maiores hipocrisias de nosso tempo.

Um panfleto atribuído à Regional Sul 1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) foi distribuído nesta terça-feira (12) nas entradas da Basílica em Aparecida (SP). O documento, intitulado "Votar bem", prega o voto em quem não defende o aborto e critica o PT. A Basílica recebe hoje milhares de fiéis por causa do dia da padroeira do Brasil. O aborto tem sido tema da campanha presidencial.

O panfleto critica o 3º Programa Nacional de Direitos Humanos do governo Lula, que, segundo ressalta o documento, é "assinado pelo atual presidente e pela ministra da Casa Civil [Dilma Rousseff], no qual se reafirmou a descriminalização do aborto".

O UOL tentou contato com representantes da Igreja para que comentassem o conteúdo do panfleto, mas ninguém se manifestou. O telefone do escritório da Regional Sul 1 não atendeu. A assessoria de imprensa da CNBB nacional informou que desconhecia o documento e que somente a regional poderia comentar.

Em Aparecida, os responsáveis por atender a imprensa afirmaram que só cuidavam das festividades da padroeira e não poderiam falar sobre o documento, mesmo tendo sido distribuído nas entradas da Basílica. Uma das pessoas que entregavam a nota e que não quis se identificar afirmou ser de uma paróquia de Taubaté (SP).

Em janeiro deste ano, a mesma regional da CNBB havia distribuído uma nota em que acusava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser o "novo Herodes". Herodes, segundo a Bíblia, ordenou a "matança de inocentes". A nota de janeiro se referia também ao 3º Programa Nacional de Direitos Humanos.

Fonte: http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/10/12/panfleto-distribuido-em-aparecida-pede-voto-em-quem-e-contra-o-aborto.jhtm

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Nota: O que vemos é uma interferência extremamente perigosa das forças religiosas em um Estado laico. Como muitos críticos têm falado, estamos voltando aos tempos medievais, em que a igreja praticamente era a voz mais forte dentro das decisões que rumavam um país. A Igreja interfere na política para não ver seus interesses perturbados, minando a escolha livre do povo para escolher seu governante.

Podemos perceber que quem não pratica a mesma religião da maioria, diferentemente do que o povo adora dizer, que no Brasil não existe discriminação de culto, é sim, visto de forma preconceituosa. Isso acontece com espíritas, evangélicos etc, e em época eleitoral, acontece com candidatos não-católicos.

Mas o que mais incomoda mesmo é a hipocrisia que ronda o tema. A mesma Igreja que prega a igualdade e a fraternidade pratica o terrorismo ideológico com seus fiéis, demonizando aqueles que não dividem sua crença.