05 outubro 2010

O meio ambiente ruge

Um pedra preciosa entre o lamaçal político.
Tom Jobim já dizia que o Brasil não é para principiantes. Enquanto os analistas se dedicam a explicar o resultado e a especular sobre o rumo que Marina Silva irá tomar diante da disputa entre Serra e Dilma no segundo turno, o Greenpeace acredita que é mais do que hora da questão ambiental – justamente a que catapultou a senadora no cenário político brasileiro – encontrar seu lugar entre os temas prioritários da agenda nacional, acabando com a síndrome de que político que fala em meio ambiente perde votos. Marina teve 20 milhões de votos.

Dilma e Serra não podem mais fugir do tema. Para além do que fazer em saúde, educação, segurança e emprego, que são alvo das promessas dos candidatos, o Greenpeace defende que há assuntos dentro da pauta ambiental que precisam ser priorizados no plano de governo de um futuro presidente da República.

O primeiro deles é a compatibilização entre a expansão da agricultura e a garantia da preservação das nossas florestas. Num país com mais de uma centena de milhões de hectares abandonados e outros tantos desmatados, dizer que é preciso desmatar mais para continuar plantando é repetir o velho mantra de que a destruição da natureza é o passaporte para o desenvolvimento.

O candidato presidencial que decidir ignorar as questões ambientais daqui para a frente corre sério risco de entrar em choque com o eleitor. Se algum deles duvidar disso, basta estudar o que aconteceu na eleição para Câmara dos Deputados. Em todo o país, deputados identificados com a causa ruralista e que combateram o Código Florestal nos últimos meses, defendendo a anistia para desmatadores, viram emagrecer seu cabedal eleitoral ou simplesmente não foram eleitos, caso de Valdir Colatto (PMDB-SC).

Aldo Rebelo (PCdoB-SP), líder da ofensiva contra o Código Florestal, angariou o dobro de fundos mas perdeu 47 mil votos em relação a eleição de 2006. Abelardo Lupion (PMDB-PR), outro ruralista empedernido, foi eleito. Mas não por seus próprios méritos. Teve que se valer da força eleitoral de sua legenda. Com os deputados identificados com a defesa de nossas florestas aconteceu exatamente o contrário. Rebeca Garcia (PP-AM) teve 64 mil votos a mais do que na eleição passada. Ivan Valente (PSOL-SP), de 83 mil votos em 2006, saltou para 189 mil em 2010. O eleitor deu um recado. Ficar a favor do crime ambiental, definitivamente, não compensa.

Fonte: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/O-meio-ambiente-ruge/

Nenhum comentário:

Postar um comentário