2° turno. |
Por mais que importe o apoio da terceira colocada, Marina Silva (PV), o que estará em jogo é a capacidade de transferência de votos lulistas para a segunda votação presidencial, em 31 de outubro. Nas pesquisas, Dilma aparece à frente de Serra. Mas nas últimas duas semanas de campanha, a petista caiu nas preferências por conta de escândalos na Casa Civil, que podem afetá-la no noticiário até o fim deste mês.
Serra, por sua vez, terá a chance de ajeitar sua campanha errática no primeiro turno, quando tentou até se associar a Lula no horário eleitoral obrigatório para não perder votos para a preferida do presidente. Depois de uma queda vertiginosa nas pesquisas em agosto, recuperou-se levemente em setembro, mas foi ofuscado pela ascensão da ex-ministra Marina, cujo apoio buscará com insistência.
O embate final entre Dilma e Serra não era desejado por Lula, que se esforçou para tirar o deputado Ciro Gomes (PSB) da disputa para resolver o confronto o quanto antes. Se o eleitorado não deu ao presidente o sabor de dar-lhe sua sucessora na primeira votação, poderá fazê-lo na segunda oportunidade com o reforço de vários governadores, senadores e deputados eleitos com a ajuda do petista.
O papel de Marina
A cúpula do PV pende para Serra. Mas sua estrela única evita dar pistas sobre se planeja seguir a provável orientação de seu partido, ficar ao lado de seu ex-ídolo Lula ou optar pelo distanciamento. Preocupada em se credenciar como líder oposicionista, dizem seus aliados, Marina não quer ser associada ao pragmatismo da candidatura de Dilma nem à claudicante campanha de Serra à Presidência.
O segundo turno, que ocorrerá em grande parte por causa dela, pode vê-la não decidir por nenhum dos dois finalistas. Ainda assim, saiu triunfante da disputa: quebrou o plebiscito entre PT e PSDB desejado por Lula e será procurada pelos adversários para compor o próximo governo ou, ao menos, criar pontes com ele. Por não depender do presidente, ajudará a demonstrar a capacidade que ele tem de influir seus eleitores.
O resultado, em 31 de outubro, mostrará se o lulismo é um fenômeno que pode sobreviver a Lula ou se morrerá antes mesmo de seu criador deixar o cargo.
Fonte: http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/10/03/favorita-dilma-vai-ao-2-turno-contra-serra-no-maior-teste-a-popularidade-de-lula.jhtm
Nenhum comentário:
Postar um comentário