COP10, Nagoya, Japão |
A delegação brasileira teve motivos de sobra para sair satisfeita, ao ser peça-chave nas negociações para conseguir a aprovação de um Protocolo sobre Acesso e Repartição de Benefícios dos Recursos Genéticos da Biodiversidade (ABS, na sigla em inglês). Este documento estabelece normas para usufruto dos recursos genéticos oriundos da biodiversidade, o que poderá incentivar mais pesquisas sobre biodiversidade, valorizar e beneficiar diretamente populações tradicionais (que terão direito a receber parte dos recursos financeiros gerados pela comercialização de determinado produto da biodiversidade) e ser um instrumento a mais para combater a biopirataria. Agora, se algum país quiser explorar os recursos da biodiversidade em território estrangeiro, terá que pedir autorizações expressas para tal. Esta foi considerada uma vitória aguardada há quase 20 anos, desde a Eco-92, no Rio.
Os países signatários da CDB resolveram tentar novamente estabelecer um plano de metas para conservação da biodiversidade no mundo (2011-2020), apesar dos ruins resultados apresentados por cada nação nos últimos anos. Mas, desta vez, para que as metas tenham condições reais de serem atingidas, um desses mecanismos será diminuir subsídios a atividades que degradam a biodiversidade.
A meta para conservação em áreas protegidas terrestres passou de 10 para 17% no mundo e em ambientes marinhos 10%, o que representa um avanço considerável, já que a taxa atual de conservação nos oceanos é hoje de apenas 1% dos mares. Os governos também se comprometeram a recuperar pelo menos 15% de suas áreas degradadas. Esses números deverão servir de inspiração para que cada país consiga proteger seus biomas.
(Andreia Fanzeres)
Fonte: http://www.oeco.com.br/2010-ano-biodiversidade/24518-sorrisos-em-nagoya
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