Seca no Amazonas.
A seca recorde que o rio Negro enfrentou esse ano, seguido da maior cheia de sua história e de outros anos de índices extremos não é acaso. Nos últimos 40 anos, quase 18% da Amazônia brasileira – mais de 700 mil quilômetros quadrados – foram ao chão, numa velocidade de espantar. A devastação foi tão rápida que a ciência ainda não teve tempo de entender as conseqüências disso. Mas uma coisa, ao menos, já é certeza: o equilíbrio dos ecossistemas está comprometido.

Não é para menos. Além de influenciar diretamente o regime de chuvas do Brasil e da América Latina, a Amazônia estoca em suas matas entre 80 e 120 bilhões de toneladas de carbono. A cada árvore que cai, uma parcela dessa conta vai para os céus, alimentando o aquecimento global e empurrando o planeta para uma crise climática cada vez mais acentuada. E é a distorção desses ciclos que pode estar ajudando no vaivém exagerado nas águas do rio Negro.

Nesta terça-feira, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) soltaram nota dizendo que a fuligem de queimadas em suspensão na atmosfera – por conta das queimadas que varreram a floresta nos últimos meses – podem ter contribuído para intensificar a seca na região. Segundo os cientistas, essas partículas inibem a formação de nuvens.

Os estudos ainda são recentes, mas já tem muita gente se debruçando sobre o assunto. E para o grupo de pesquisa de Qualidade do Ar do Inpe, esses aerossóis originados das queimadas estão revelando impactos importantes no regime de chuvas e no clima da região.

Fonte: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Blog/o-ciclo-afetado/blog/28211