O maior produtor individual de soja do mundo, Eraí Maggi Scheffer, anunciou esta semana que pretende construir um terminal graneleiro no Porto de Santarém, Pará. E para a empreitada, já separou R$ 50 milhões. À primeira vista, a notícia pode não parecer alarmante. Mas é.
Há dez anos, chegava à região a Cargill, multinacional e gigante do setor agroindustrial. Vinha com o mesmo anúncio da Maggi: iria abrir um terminal no Porto de Santarém para escoar a produção de grãos. Assim foi feito. Em 2003, tudo já estava pronto, em funcionamento e... ilegal. Sob orientação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), a empresa iniciou as obras sem o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), pré-requisito legal para que qualquer empreendimento de grande impacto saia do papel.
Enroscada na Justiça, a Cargill conseguiu uma liminar para continuar operando. E o avanço da soja pela região veio sem precedentes. A agricultura familiar viu suas terras sendo tomadas por sojeiros, seus igarapés sendo contaminados por agrotóxicos e sua produção minguando. Enquanto isso, os números da soja subiam em disparada. Segundo dados da CONAB, entre 2000, quando o terminal começou a ser implantado, e 2003, quando entrou em operação, a área ocupada com soja no Pará saltou de 2.300 para 35.200 ha.
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