20 dezembro 2010

No cais de São Brás



No Cais de São Brás

Ela despediu-se do seu amor
Ele partiu em um barco no cais de São Brás
Ele jurou que voltaria e
Enxarcada em choro ela jurou que esperaria
Milhares de luas passaram
E sempre ela estava no cais
Esperando
Muitas tardes se acabaran
Se acabaram em seu cabelo
E em seus lábios

Usava o mesmo vestido
E se ele voltasse não iria se enganar
Os caranguejos a mordiam
Suas roupas, sua tristeza e sua ilusão
E o tempo se passou
E seus olhos se encheram de amanheceres
E pelo mar se apaixonou
E seu corpo se enraizou
No cais

Sozinha,
Sozinha no esquecimento
Sozinha,
Sozinha com seu espírito
Sozinha,
Sozinha com seu amor em mar
Sozinha,
No cais de San Brás

Seu cabelo se branqueou
Mas nenhum barco seu amor lhe devolvia
E no povoado lhe chamavam
Lhe chamavam a louca do cais de São Brás
E uma tarde de abril
tentaram translada-la ao manicomio
nada pode arranca-la
e do mar nunca, jamais a separaram

Sozinha,
Sozinha no esquecimento
Sozinha,
Sozinha com seu espírito
Sozinha,
Sozinha com seu amor em mar
Sozinha,
No cais de San Brás

Sozinha, sozinha no esquecimento
Sozinha, sozinha com seu espírito
Sozinha, sozinha com seu amor o mar
Sozinha, no cais de São Brás.
sozinha
Sozinha com o sol e o mar

Sozinha,
Sozinha no esquecimento
Sozinha,
Sozinha com seu espírito
Sozinha,
Sozinha com seu amor em mar
Sozinha,
No cais de San Brás

Ficou,
ficou,
sozinha, sozinha
Ficou,
ficou,
com o sol e com o mar
Ficou nesse lugar,
ficou, até o fim
Ficou nesse lugar,
ficou, no cais de São Brás

sozinha, sozinha,sozinha

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