Eles ainda dominam onde a polícia não chega. |
Quase 6 anos após o assassinato de Dorothy Stang, pouca coisa mudou no assentamento coordenado pela missionária no sudoeste do Pará. A floresta continua sendo devastada e os agricultores ainda vivem ameaçados por pistoleiros.
A floresta nativa desaparece em meio à devastação. Em clareiras na mata há várias pilhas de troncos e máquinas são escondidas sob galhos. O desmatamento aumenta sobretudo entre Pacajá e Anapu, onde Dorothy Stang foi assassinada quando defendia a floresta e os colonos da ação de grileiros.
Lavradores que moram no assentamento dizem que estão sendo ameaçados. “Eles entram pelo fundo dos seus lotes, tiram a madeira e você não tem direito de dizer que não pode tirar porque ele diz assim: ‘eu vim aqui não é para brincadeira’", diz uma trabalhadora.
Segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), cerca de 200 famílias vivem hoje na região, das quais 40 são investigadas por suspeita de envolvimento na devastação. “É um grupo de pessoas bem organizadas que estão tirando madeira do assentamento, não são pobres colonos sem dinheiro que estão tirando madeira. Na verdade, estão tirando mesmo, de forma deliberada, financiado por madeireiras”, diz Antônio Ferreira, coordenador do Incra em Anapu.
A Comissão Pastoral da Terra diz que as primeiras denúncias de retirada ilegal de madeira foram feitas há quase um ano e que até hoje o clima é de insegurança na região. “Tem algumas pessoas que têm até medo de sair de casa, porque, quando os madeireiros passam, eles passam escoltados geralmente por pistoleiros, e essas pessoas estão lá indefesas. O povo quer sobreviver. Do jeito que está, não dá”, diz Padre Amaro Lopes de Souza, da Comissão Pastoral da Terra de Altamira.
Fonte: http://www.globoamazonia.com/Amazonia/0,,MUL1633913-16052,00-DESMATAMENTO+AVANCA+ENTRE+CIDADES+EM+QUE+ATUAVA+IRMA+DOROTHY+NO+PA.html
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