O terror dos elefantes. |
O estudo dos zoólogos americanos foi elaborado quando eles notaram que, entre todas as plantas da savana, coalhada de elefantes, as únicas das quais os enormes mamíferos não chegavam perto era as Acacia drepanolobium (em inglês, Whistling Thorn, algo como espinho assobiante).
A hipótese levantada pelos dois era que as formigas que ali habitavam – dos tipos Crematogaster mimosae, C. nigriceps, C. sjostedti e Tetraponera penzigi – tinham algo a ver com a história. Elas são espécies bastante agressivas e não podem se encontrar sem que uma destrua a outra.
Para comprovar a suposição ao estilo Davi e Golias, Palmer e Goheen retiraram as formigas das árvores. Sem as guardiãs, que pesam apenas 5 mg, os maiores animais terrestres do mundo atual – que podem ter entre seis e nove toneladas – passaram a degustar livremente a nova iguaria da savana.
A experiência contrária também foi testada. Quando colocadas em plantas que normalmente fariam parte da dieta dos elefantes, as formigas mais uma vez estragaram a festa.
Impacto no ecossistema
Apesar de os elefantes não estarem ameaçados de extinção, sua situação é considerada vulnerável. No entanto, de acordo com os pesquisadores, sua presença maciça causa um belo estrago no ecossistema dos planaltos quenianos, devido à destruição de plantas. Em média, um elefante consome 250 kg de alimento por dia.
O estudo lembra que, em momentos em que a população do animal baixou tanto que eles chegaram a ser considerados espécies em perigo de extinção, as paisagens tipicamente abertas das savanas se tornaram praticamente florestas.
Ou seja, as pequenas formigas guardiãs são colaboradoras do equilíbrio do ecossistema da região. Pelo que os pesquisadores demonstraram, o número de acácias e formigas de um local não diminui com a presença de elefantes.
“A cobertura por árvores regula fortemente os processos do ecossistema, incluindo armazenamento de carbono, dinâmica de cadeia alimentar, circulação de nutrientes e relações do solo com a água. Sendo assim, esses pequenos guardiões provavelmente geram poderosos efeitos indiretos em grandes escalas de tempo e espaço”, escrevem os pesquisadores.
Leia a matéria completa: http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2010/09/davi-e-golias
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