04 fevereiro 2011

Lixo á vista!

Praia repleta de lixo trazido pelas marés.

Entre outros produtos criados pelo homem, o plástico que é encontrado em lugares pouco comuns, faz parte da revolução do mundo moderno. Mas, apesar desse aspecto, quando ele é constituído por material polimérico-sintético, que não se biodegrada, seus pedaços apenas se desintegram em pequenos fragmentos, que conservam os polímeros (compostos químicos que contêm elementos tóxicos) em proporção relativa e quantidade absoluta que, por sua vez, contaminam o meio-ambiente. Talvez, essa informação seja nova, mas todos nós sabemos que grandes quantidades de resíduos, provenientes de centros urbanos, chegam aos oceanos diariamente. Para constatar essa informação, basta caminhar por uma praia após um dia de ressaca e observar o lixo acumulado na areia. No entanto, quando os resíduos não são expelidos pelo mar, eles bóiam de acordo com as correntes marítimas, se aglomeram e formam uma enorme camada flutuante, principalmente de plástico, que funciona como uma esponja que concentra grande quantidade de Poluentes Orgânicos Persistentes de (POPs), caso da Grande Mancha de Lixo do Pacífico Norte que interfere no ecossistema, pois qualquer peixe ou animal marinho que se alimenta na região, ingere altos índices de toxinas que, de forma direta ou indireta, também acabam sendo introduzidos na cadeia alimentar humana.

Ilha de lixo.

A grande concentração de lixo no Pacifico Norte
Em 1997, após participar da Transpacific Yacht Race (regata entre Los Angeles e Havaí), ao retornar para o sul da Califórnia por uma área pouco navegável, onde faltam ventos e correntes marítimas, o oceanógrafo Charles J. Moore e sua tripulação confirmaram a existência de uma Grande Mancha de Lixo no Pacífico, já prevista em 1988 pelo órgão norte-americano National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), a partir dos resultados obtidos por pesquisadores que, entre 1985 e 1988, mediram os neustônicoplasticos (agregações não-organismal flutuante) existentes no oceano. Embora Moore tenha avistado um grande campo de destroços, formado por pedaços de redes, garrafas, tampas, bolas, bonecas, patos de borracha, tênis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas e demais tipos de plástico, em diferentes estados de conservação, o problema é bem maior, porque o lixão marítimo é constituído, principalmente, por partículas não visíveis a olho nu, que também não podem ser captadas por fotografias de satélite. Pesquisadores estimam que cerca de 80% desse sopão é resultante de aterros sanitários e de despejos de resíduos, realizados por países banhados pelo mar. Já os 20% restantes provêm de navios comerciais. Todo esse material que flutua à deriva entre a Califórnia (EUA) e o Japão, alcança um ponto próximo ao noroeste da Austrália, região do chamado Giro do Pacífico Norte, onde se dá a convergência de quatro grandes correntes marítimas de movimento lento, que atrai e possibilita o acúmulo de plástico que, aos poucos, devido à ação do sol e dos ventos, se desintegra em pequenos fragmentos que, por sua vez, permanecem flutuando, numa espécie de redemoinho condensado de tamanho indeterminado, mas de grande proporção, que já chegou a ser comparado ao dobro do território norte-americano do Texas.


À direita, um albatroz em decomposição que havia engolido um material plástico.

Fonte: http://portalcienciaevida.uol.com.br/ESLH/Edicoes/37/artigo208224-1.asp

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