Muita politicagem e pouco efeito. |
Em duas semanas de conversações, que se encerram nesta sexta-feira, os negociadores obtiveram pouco progresso para salvar o Protocolo de Kyoto para combater as mudanças climáticas depois de 2012, disseram delegados.
"Quando você olha para o progresso... é muito irregular", disse Adrian Macey, da Nova Zelândia, ao presidir a sessão de negociações em Bonn, na Alemanha, envolvendo 180 países sobre o Protocolo de Kyoto, que corre o risco de acabar depois de 2012 por falta de apoio.
Nações em desenvolvimento acusaram os países ricos de renegar promessas feitas para prorrogar Kyoto, cujos termos comprometem atualmente cerca de 40 nações a cortar as emissões de gases causadores do efeito estufa até 2012.
O futuro de Kyoto se tornou o principal foco do debate depois que uma cúpula da ONU em 2009 fracassou em sua tentativa de formular um novo tratado.
"O progresso em Bonn está sendo prejudicado pelas partes com a maior responsabilidade histórica pelas emissões", disse a Aliança das Pequenas Ilhas-Estado, referindo-se aos países ricos, que queimam combustíveis fósseis desde a Revolução Industrial, no século 18.
A aliança diz que seus membros estão na linha de frente das consequências das mudanças climáticas, incluindo tempestades poderosas, enchentes, secas e elevação do nível do mar. As nações em desenvolvimento querem que os ricos assumam a liderança no corte de emissões e prorroguem os termos do Protocolo de Kyoto.
Japão, Canadá e Rússia não apóiam a continuidade de Kyoto e exigem, em vez disso, um acordo mundial pelo qual todos os países se comprometeriam a fazer contenções nas emissões de gases do efeito estufa, incluindo nações emergentes como Brasil, China e Índia.
Os defensores de Kyoto, liderados pela União Europeia, dizem não ter como seguir adiante sozinhos e que prorrogarão o pacto somente se todos os grandes emissores do mundo, incluindo os emergentes, se comprometerem com os cortes.
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