JOHN M. BRODER
do New York Times
Enquanto milhões de pessoas na costa leste dos EUA se escondem em suas casas cobertas de neve, os dois lados do debate climático usam as tempestades para reforçar suas visões. do New York Times
Céticos do aquecimento estão usando a nevasca recorde para desdenhar de quem alerta para as mudanças climáticas perigosas causadas pelos seres humanos --está mais para resfriamento global, provocam.
A maioria dos climatologistas diz que as tempestades são consistentes com as previsões de que um planeta mais quente produzirá eventos extremos mais frequentes e intensos. Mas alguns cientistas dizem que as nevascas no Nordeste dos EUA não são mais prova de que o planeta está esfriando do que a falta de neve em Vancouver (Canadá) é prova de que ele está esquentando.
Para ilustrar seu ponto de vista, a família do senador republicano James Inhofe (Oklahoma), um dos principais céticos do clima no Congresso, construiu um iglu de dois metros de altura em frente ao Capitólio e pôs em seu topo um cartaz que dizia: "A nova casa de Al Gore". O extremo meteorológico, disse Inhofe, reforça as dúvidas sobre as conclusões dos cientistas de que o aquecimento é "inequívoco".
Bobagem, replica Joseph Romm, especialista em mudança climática que escreve sobre o assunto para a ONG liberal Center for American Progress. "Os ideólogos no Senado ficam forçando informações anticientíficas de que grandes nevascas são evidências contra o aquecimento", escreveu Romm na última quarta-feira.
A guerra em torno das nevascas está acontecendo na esteira de uma série de controvérsias climáticas: nos últimos meses, críticos da ideia do aquecimento global atacaram o relatório de 2007 do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática) e afirmaram que e-mails roubados de um centro de climatologia na Inglaterra levantam dúvidas sobre a integridade acadêmica de alguns cientistas do clima.
Mas os climatologistas dizem que nenhum episódio meteorológico extremo pode ser atribuído a tendências climáticas globais --embora digam que tais eventos ficarão mais frequentes à medida que as temperaturas globais sobem e que o ar carrega mais umidade.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u693819.shtml
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