A maior causa do desmatamento. |
A divulgação feita pelo governo nesta sexta-feira (2) de que 62% do desmatamento na Amazônia Legal até 2008 tem ligação direta com pastagem serve também para provar que a agricultura não afeta a natureza em larga escala e que pode melhorar sua produtividade em espaços que já ocupa. É essa a avaliação da ministra do Meio-Ambiente, Izabella Teixeira, após o lançamento do Terra Class – que faz monitoramento mais próximo dessa região composta por nove Estados.
O levantamento detectou 447 mil quilômetros quadrados – área equivalente aos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraíba e Alagoas – com danos ao meio-ambiente causados diretamente pela criação de gado. A agricultura, em contra partida, é responsável por apenas 5% do desmatamento – ou 3,4 milhões de hectares. As áreas degradadas, que por muito tempo preocuparam o governo, são responsáveis por não mais que 0,1% dos prejuízos.
“Quem discute que tem de desmatar para ter agricultura na Amazônia tem uma visão equivocada. Temos que ter política sim para aumentar a eficiência da pecuária”, afirmou a ministra depois da publicação do estudo feito pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
“A agricultura anual não é responsável pelo desmatamento na Amazônia. Temos um problema sim na pecuária. Precisamos ver a viabilidade econômica, a regularização fundiária e incrementar a produtividade dela por hectare. Haver menos de uma cabeça de gado produzida por hectare é inaceitável”, disse.
Extensão para o Cerrado
Novas tecnologias permitiram ao poder público contar de 20 em 20 metros ou de 30 em 30 metros os quase 720 mil quilômetros quadrados de áreas desmatadas nos Estados (Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Pará, Amapá, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins). O Terra Class, o sistema gera uma classificação dos diversos usos e situações na região.
As análises foram feitas com informações do levantamento detalhado feito até 2008, obtidas pelo Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), do Inpe. O governo já estuda utilizar a mesma ferramenta para conter o desmatamento no Cerrado, abrangido por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Maranhão, Piauí, Minas Gerais e Bahia. “Queremos fazer isso já no ano que vem”, disse Izabella.
A pesquisa teve apoio do Ministério do Meio Ambiente, graças ao Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG-7). Essa iniciativa é financiada pelos sete países mais ricos do mundo, pela Holanda e pela Comissão Europeia, com a ajuda do Banco Mundial. Os recursos vieram da Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologias Espaciais – Funcate.
Fonte: UOL
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