As áreas vermelhas marcam onde há riscos de preservação (Clique para ampliar). |
Aguardado há meses, o anúncio de uma moratória do desmatamento das florestas da Indonésia deve ser feito em alguns dias pelo governo do país. Mas o que era para ser uma boa notícia não deve passar de um plano muito modesto – até demais. O Greenpeace teve acesso ao documento e, se for anunciado como o previsto, a moratória vai deixar de fora 45 milhões de hectares de florestas tropicais e de turfa que deveriam estar sob proteção. Uma área duas vezes maior que o Reino Unido.
“A proposta da moratória é totalmente inadequada. Ela permite que as indústrias de papel e óleo de dendê destruam as florestas e a biodiversidade da Indonésia”, critica Yuyun Indradi, que coordena a campanha do Greenpeace no Sudeste Asiático. “O governo tem de tomar medidas que realmente protejam as florestas e as vidas que dependem delas. Não há mais tempo a perder”, diz.
No plano que deve ser anunciado em breve pelo presidente Susilo Bambang Yudhoyono, o hábitat de orangotangos, tigres e outras espécies ameaçadas vai permanecer vulnerável. A moratória vai muito pouco além do que a legislação do país já oferece em termos de preservação.
De acordo com mapas produzidos pelo Greenpeace – com dados do próprio governo indonésio – a proteção vai abranger apenas 12 milhões de hectares a mais, e a maioria dessas áreas está em regiões de difícil acesso, que não estão atualmente ameaçadas pelas indústrias que mais têm devastado as matas do país.
Dica: @GabrielStorolli
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