30 setembro 2010

Em Altamira, antigo reduto petista, os movimentos sociais apostam mais hoje na força de James Cameron

James Cameron e a atriz Sigourney Weaver, durante visita à Amazônia Brasileira.
"Tucuruí foi feita durante o regime militar e então o PT era contrário", lembra a agricultora Raimunda gomes da Silva, para em seguida concluir: "Para nós, a sigla PT significa partido da traição".

Algo está claro em Altamira, uma cidade de 100 mil habitantes nas margens do rio Xingu, agora o quartel-general dos protestos contra a acelerada industrialização da Amazônia. O histórico Partido dos Trabalhadores (PT), que há três décadas aglutinou camponeses sem terra, povos indígenas e seringueiros como Chico Mendes em um grande movimento de oposição, já não é mais o que era. Depois de oito anos de poder, tanta coisa mudou dentro do PT que os movimentos sociais da Amazônia agora abrigam mais esperanças em Hollywood – concretamente no diretor de Avatar, James Cameron – do que na candidata Dilma Rousseff, que lidera as pesquisas com chances de se eleger a próxima presidente do Brasil.

Cameron, um rival talvez mais perigoso para Dilma do que o candidato da oposição José Serra, voltará a visitar Altamira dia 11 de outubro para rodar um documentário em três dimensões contra o projeto da usina hidrelétrica de Belo Monte. "Cameron incomoda o governo do PT", diz Antonia Melo, de 55 anos, que deixou o partido no ano passado depois de treze anos de militância.

Tanto Dilma quanto o presidente Lula pararam seus road shows eleitorais em Altamira para defender o chamado Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), um ambicioso plano de investimentos em infraestrutura que na Amazônia se traduz em projetos megalomaníacos de energia e extração mineral, encabeçados por um punhado de multinacionais brasileiras poderosas como a Vale, a construtora Odebrecht e a Eletrobrás.

Fonte: http://amazoniainforma.blogspot.com/2010/09/amazonia-contra-dilma-rousseff.html

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