O comitê organizador da Cúpula dos Povos declarou na tarde desta sexta-feira que rejeita as negociações conduzidas por chefes de Estado na Rio+20. Na avaliação do grupo, a economia verde discutida na conferências atende aos interesses das empresas transnacionais, e não do meio ambiente.
A cúpula realizará cinco plenárias e três assembleias nas quais vai discutir e fazer proposições para mudanças que evitem o aquecimento e as mudanças climática.
"Estamos aqui para desmascarar a mentira das falsas soluções, da economia verde. O sistema capitalista tenta se ressuscitar pintando-se de verde. Eles estão defendendo os interesses dos bancos, de Wall Street, das transnacionais e das indústrias petroleiras. Eles são os obstáculos. Precisamos de uma mudança radical da economia", disse a norte-americana Cindy Wiesner, do Grassroots Global Justice Alliance.
Ela afirmou que os chefes de Estado reunidos no Riocentro representam o "1%, os capitalistas e os governos", em referência ao lema do movimento Ocupe Wall Street.
"Será uma cúpula de demarcação clara contra o capitalismo verde que se traduz no encontro oficial. (Do encontro da ONU) Não sairá nenhum documento a favor dos povos e do meio ambiente. O que está saindo é uma nova engenharia do sistema capitalista que está em crise no seu centro, a Europa e América do Norte, e tenta nova ferramenta para se apropriar dos recursos dos países do sul", disse Luiz Zarref, da Via Campesina.
Na análise da moçambicana Graça Samo, membro da Marcha Mundial das Mulheres, são necessárias mudanças radicais no sistema econômico para que o mundo consiga mitigar os impactos ambientais.
"Estamos num mundo extremamente consumista, e o capitalismo nos estimula a consumir cada vez mais. Se estamos conscientes de que com os recursos que nós temos não vamos nos manter nem a médio, nem a longo prazo, não tem como pensr uma possibilidade de mundo sem essa transformação", disse Samo.
Fonte: UOL
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