No zoológico Jungle Island, em Miami, a relação dos orangotangos com a tecnologia tem sido parecida com a dos seres humanos. Os jovens utilizam o aparelho para desenhar, jogar e expandir seus vocabulários. Os mais velhos, no entanto, demonstram menos interesse.
O parque é um dos vários zoológicos que vêm fazendo experimentos com computadores e primatas. No Jungle Island, existem seis orangotangos utilizando iPads para se comunicar, como parte de um programa de estímulo mental realizado pela instituição.
O software utilizado foi criado para humanos com autismo, e funciona da seguinte maneira: a tela mostra fotos de vários objetos, o treinador diz o nome de um dos itens, e o orangotango aperta o botão correspondente. "Os dispositivos foram um grande acréscimo para enriquecer os projetos que o zoológico tem com os símios", afirma a supervisora do programa, Linda Jacobs. Os tratadores do Jungle Island já utilizavam a linguagem de sinais para se comunicar com os orangotangos. Usando as mãos, os animais podem responder questões simples, identificar objetos e expressar seus desejos ou necessidades. Eles também podem identificar partes do corpo, ajudando os treinadores a cuidar deles.
Enquanto Linda e outros treinadores puderam desenvolver relacionamentos com os orangotangos, o iPad e outros dispositivos com tela sensível ao toque oferecem a oportunidade de se estabelecer contato entre os animais e pessoas que não dominam a linguagem de sinais. "Orangotangos são extremamente inteligentes, mas limitados por sua impossibilidade de falar", diz Linda.
O iPad, no entanto, tem algumas limitações para ser usado por orangotangos. A principal delas é a fragilidade do aparelho, o que faz com que os animais não possam pegá-los, e tenham que usá-los nas mãos de seus treinadores.
Por isso Linda afirma que, a longo prazo, a ideia é utilizar um dispositivo à prova de orangotangos, junto a uma tela fora da jaula, que seria usada por convidados, que poderiam fazer perguntas aos animais. É importante destacar, contudo, que o treinamento dos símios não é feito para entreter os trabalhadores do Jungle Island ou os visitantes. Em razão da inteligência dos animais, suas mentes devem ser mantidas ativas para prevenir que eles se sintam entediados ou entrem em depressão.
Outros zoológicos e parques naturais estão desenvolvendo um trabalho parecido. Richard Zimmerman, diretor executivo da associação Orangutan Outreach, está desenvolvendo o "Apps for Apes" (aplicativos para macacos), programa que utiliza iPads velhos, doados em instalações na América do Norte. A associação começou a trabalhar em um zoológico em Milwaukee, e expandiu para diversas localidades. Por videoconferência, eles esperam reconectar orangotangos com amigos e membros família que foram transferidos para outros zoológicos.
Fonte: Terra
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