CNBB em defesa do Código Florestal. |
A exemplo da campanha da Ficha Limpa, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) vai incentivar um abaixo-assinado contra o atual texto do Código Florestal, que está em tramitação no Senado.
Os bispos criticam dois pontos da proposta: a mudança nas regras para as APPs (Áreas de Preservação Permanente) e a chamada anistia aos desmatamentos antigos.
"Anistiar é um problema. Não é possível que todo esse desmatamento seja esquecido", afirmou dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB e bispo prelado de São Félix do Araguaia (MT).
A lei da Ficha Limpa, sancionada em 2010, veta a candidatura de políticos condenados por um colegiado da Justiça (mais de um juiz). A regra foi resultado de iniciativa popular que obteve em um abaixo-assinado 1,6 milhão de assinaturas, a maior parte delas captada em paróquias de todo o país.
"Se não fosse a Igreja, a Ficha Limpa não teria tantas assinaturas. Gostaríamos de fazer um pouco de pressão agora", disse dom Steiner.
O secretário-geral da CNBB criticou o fato de a votação na Câmara dos Deputados ter sido influenciada pelo "jogo político".
Questionado sobre o motivo de o abaixo-assinado não ter sido organizado antes da votação do Código Florestal na Câmara, ele respondeu: "Não esperávamos que a Câmara tomasse a atitude que tomou."
MORTES NO CAMPO
A CNBB criticou ainda o governo pela falta de "medidas preventivas", que poderiam ter evitado as recentes mortes de líderes extrativistas na região Norte do país.
"O governo já tomou algumas medidas cabíveis, mas não pode agir somente quando acontecem esses fatos dolorosos", disse o cardeal Raymundo Damasceno, presidente da CNBB.
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