A nossa civilização é em grande parte responsável pelas nossas desgraças. Seríamos muito mais felizes se a abandonássemos e retornássemos às condições primitivas. Sigmund Freud
30 abril 2011
Unicamp lança sistema de empréstimo gratuito de bicicletas
Acompanhando uma tendência mundial de incentivo ao transporte verde, - amplamente praticado em cidades como Barcelona, Madri, Paris e Londres -, a Unicamp acaba de lançar um projeto piloto de bicicletas comunitárias, com a disponibilização gratuita, já a partir de segunda-feira (02/05), de 10 bikes aos alunos, funcionários e professores da Universidade para circular dentro do campus por um período de 4 horas. O lançamento do Mobic - Mobilidade Intracampus - nome dado ao projeto, foi feito nesta sexta-feira (29), no Ciclo Básico I, pelo pró-reitor de Graduação, Marcelo Knobel. “Vamos começar com poucas bicicletas para fazer um teste. Mas a segunda fase do projeto prevê um sistema automatizado e com vários pontos de empréstimo pelo campus”, antecipou o pró-reitor.
Muito utilizada pela comunidade universitária, a bicicleta representa um importante meio de transporte urbano na manutenção da qualidade de vida no campus por não poluir o meio ambiente e ser complementar a outros meios de transportes utilizados atualmente. O Mobic tem exatamente essa função, de ser uma alternativa ao transporte automotivo no campus, afirmou Leandro Medrano, urbanista da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) e coordenador do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE). “Nossa ideia, em uma segunda fase do projeto, é partir para o empréstimo de 300 bicicletas, com um sistema parecido aos já existentes em Paris, Bogotá, Barcelona, Madri e em outras cidades pelo mundo. A ideia é incentivar outras formas de locomoção que não sejam o automóvel”, explicou.
Ainda de acordo com Medrano, o projeto é fruto de uma parceria entre o SAE, através da Pró-reitoria de Graduação (PRG), e o Escritório Modelo de Arquitetura (MOD), da FEC, da qual ele é o coordenador. “O Escritório Modelo tem uma finalidade didática e que, desde de 2008, começou a apoiar algumas idéias da reitoria, como um novo edifício de tecnologia sustentável, um museu de artes, um projeto de reorganização interna do Hospital de Clínicas e esse, agora, envolvendo a utilização de bicicletas. É uma iniciativa do curso de apoiar a sua própria estrutura universitária como uma forma de contribuir para a qualidade de vida no campus”, contou.
Fonte: http://www.unicamp.br/unicamp/divulgacao/2011/04/30/seguindo-tendencia-mundial-unicamp-lanca-sistema-de-emprestimo-gratuito-de-bic
Catástrofes naturais atingiram mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo em 2010, diz Cruz Vermelha
O aquecimento global e as consequentes alterações climáticas em todo o mundo foram o motivo de 30 milhões de atendimentos da Cruz Vermelha Internacional no ano passado. Foram atendimentos a vítimas de catástrofes naturais, algumas das quais não chegaram a repercutir na grande imprensa.
A informação foi dada ontem (29), no Rio de Janeiro, pelo secretário-geral da Federação Internacional da Cruz Vermelha, Bekele Geleta, que está em visita ao Brasil, para tratar das relações institucionais, com entidades públicas e privadas do país.
Os números dizem respeito apenas aos atendimentos decorrentes de tragédias naturais e foram feitos pelos cerca de 270 mil funcionários da Cruz Vermelha, em todo o mundo. Geleta ressaltou que o montante é ainda maior se forem computadas as pessoas beneficiadas por serviços de prevenção à saúde e aqueles relativos a questões sanitárias.
Para o secretário-geral da Federação Internacional da Cruz Vermelha, o agravamento das questões climáticas poderá piorar a situação, como já vem sendo possível ser constatado também em 2011, com tragédias como o terremoto, seguido de tsunami, ocorrido no Japão e os tornados que vêm assolando vários estados norte-americanos.
“São, em geral, questões decorrentes de problemas ambientais, mudanças climáticas e também de violência urbana. O número de desastres naturais tem aumentado ano a ano. E a questão é saber se as economias dos países afetados vão crescer o suficiente para ajudar as pessoas a não ficarem tão expostas a tragédias ou mesmo minimizar os efeitos dessas catástrofes”.
Ao lembrar que o governo brasileiro doou US$ 1 milhão para o Haiti, quando do terremoto que devastou o país no ano passado, o secretário-geral da Cruz Vermelha destacou o fato de que o Brasil está cada vez mais presente na cena internacional.
“Iniciativas como essas mostram que o governo brasileiro começou a ser ativo também na participação e no socorro às questões humanitárias internacionais. O que mostra que o governo brasileiro está cada vez mais presente nos assuntos de relevância no mundo e também no suporte às pessoas necessitadas.”
Geleta destacou o problema da segurança alimentar como uma das grandes preocupações da Cruz Vermelha Internacional nos tempos de hoje. Segundo ele, o problema não diz respeito somente à falta de alimento necessário para a humanidade e, em particular, para os países mais pobres. Mas preocupa igualmente a desnutrição, para ele, um problema ainda mais grave.
“Talvez ainda mais grave do que a falta de alimento é a questão da alimentação inadequada." Para ele, “não seria correto usar a palavra fome, mas, sim, a insuficiência ou a alimentação inadequada que produz crianças mal nutridas – isso diminui os anticorpos das crianças e das mães em fase de amamentação”.
A avaliação parte do pressuposto de que “o mundo responde muito mais rapidamente em momentos de fome localizada, mas não com a mesma rapidez e precisão em relação à questão da desnutrição”.
Em sua avaliação, a solução para o problema da falta de alimentação seria mudar os métodos de produção de alimentos, para aumentar a oferta.
Para Geleta, a segurança da alimentação depende de investimentos em tecnologia, “o que os governos e as empresas já vêm fazendo. Acredito que, brevemente, encontraremos uma solução para esse problema específico. Quando eu falo em segurança alimentar, falo em alimentação suficiente para poder ser distribuída. Mas não só na quantidade adequada, mas também em qualidade suficiente para propiciar os nutrientes necessários. É preciso essencialmente que tenha nutrientes em quantidade suficiente para prover saúde e criar pessoas saudáveis”, disse.
29 abril 2011
24 abril 2011
Mobilização nacional contra alteração no Código Florestal
Os dias 28, 29 e 30 de abril são dias de mobilização nacional contra a PL 1876/99, proposta absurda de flexibilização do Código Florestal Brasileiro que está para ser votada na Câmara e representa uma ameaça à nossa fauna e flora, e também aos nossos recursos hídricos!
Ocorrerão ações em dezenas de cidades!
São Paulo (SP): a manifestação acontecerá dia 28/04, com concentração às 11hs, nas escadarias da Catedral da Sé, no centro da cidade.
Rio de Janeiro (SP): dia 28/04, concentração às 10hs, na escadaria da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.
Volta Redonda (RJ): dia 28/04, concentração às 17hs na Praça Brasil
(os organizadores pedem para confirmar presença através do e-mail educa.matatlantica@gmail.com).
Curitiba (PR): dia 28/04, concentração às 16hs na Praça Santos Andrade.
Natal (RN): dia 28/04, concentração às 15hs na Av. Rio Branco, esquina com a Rua João Pessoa, Praça Kennedy.
Fonte: http://raizasas.blogspot.com/2011/04/chegou-hora-de-se-levantar-mobilizacao.html
23 abril 2011
Relator vai rever áreas em margens de rios
Aldo Rebelo. Não faz jus à bandeira ao fundo. |
O relator do projeto de reforma do Código Florestal (PL 1876/99 e outros), deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), disse nesta semana que vai modificar seu texto para tornar mais claro que os agricultores não poderão reduzir as áreas de preservação permanentes (APPs) de 30 metros ao longo dos rios. Ele afirmou que essas áreas só poderão ser reduzidas para 15 metros quando o agricultor já houver desmatado e que, mesmo assim, precisará fazer a recomposição.
Aldo fez o anúncio após reunião com o presidente da Frente Parlamentar Ambientalista e líder do PV, deputado Sarney Filho (MA), que sugeriu diversas mudanças no projeto do código.
Em caso de recomposição das APPs, Sarney Filho defendeu uma área 15 metros para todos os agricultores, enquanto Aldo definiu 15 metros para as grandes propriedades e 7,5 metros para as pequenas, de até 5 hectares.
Aldo afirmou que a recomposição de 15 metros seria inviável no caso da Região Nordeste, pois os pequenos agricultores já usam quase toda a terra de suas propriedades. Segundo Aldo, mais de 50% das propriedades no Nordeste têm até 5 hectares e reúnem apenas 0,6% de APPs e reserva legal.
Aldo também disse ser a favor de que as propriedades de até 5 hectares não tenham exigência de reserva legal, pois os pequenos agricultores já têm de preservar áreas ao redor de rios e morros.
Incentivo à preservação
Durante a reunião, Sarney Filho sugeriu que os agricultores que até hoje cumpriram a legislação ambiental sejam beneficiados com medidas como crédito mais barato e isenção do Imposto Territorial Rural (ITR). Aldo disse que vai analisar a proposta.
Durante a reunião, Sarney Filho sugeriu que os agricultores que até hoje cumpriram a legislação ambiental sejam beneficiados com medidas como crédito mais barato e isenção do Imposto Territorial Rural (ITR). Aldo disse que vai analisar a proposta.
Sarney Filho disse que é preciso decidir se o País quer um código florestal ou agrícola. Ele defendeu a manutenção de 80% de reserva da Amazônia e disse que a preservação da floresta pode render, no futuro, benefícios econômicos decorrentes da cobrança de serviços ambientais e da pesquisa de fármacos.
Data de votação
Sarney Filho afirmou que o projeto do novo Código Florestal traz riscos de mais desmatamentos e, por isso, ainda não deveria ser colocado em votação. O presidente da Câmara, Marco Maia, que o projeto será incluído na pauta do Plenário nos dias 3 e 4 de maio. O substitutivo de Aldo Rebelo foi aprovado no ano passado por uma comissão especial da Câmara.
Sarney Filho afirmou que o projeto do novo Código Florestal traz riscos de mais desmatamentos e, por isso, ainda não deveria ser colocado em votação. O presidente da Câmara, Marco Maia, que o projeto será incluído na pauta do Plenário nos dias 3 e 4 de maio. O substitutivo de Aldo Rebelo foi aprovado no ano passado por uma comissão especial da Câmara.
O líder do PV lembrou também que a presidente Dilma Rousseff assumiu o compromisso, no segundo turno de campanha, de não adotar nenhuma medida que promova desmatamento.
22 abril 2011
Após confrontar OEA, Brasil pede tempo para resposta sobre violações de Belo Monte
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) informou nesta terça (19) que o governo brasileiro solicitou mais tempo e terá até o dia 26 de abril para responder à medida cautelar que solicita a paralisação do projeto de Belo Monte até que sejam feitas as oitivas indígenas previstas na Constituição Brasileira e na Convenção Americana dos Direitos Humanos e Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), das quais o país é signatário.
Em 1º de abril, o governo brasileiro foi instado pela CIDH a aplicar as normas que dão às populações indígenas o direito de consulta prévia, livre e informada (direito de opinar livremente) e de serem ouvidas pelo Congresso Nacional quando há a intenção de aproveitamento hídrico que interfira em seus territórios e modos de vida. Na medida cautelar, a CIDH solicita que o Estudo de Impacto Ambiental de Belo Monte seja traduzido para os idiomas indígenas e apresentado de forma compreensível para que este direito possa ser plenamente exercido.
Reação descabida
Apesar de ser um Estado-membro da OEA, co-fundador da CIDH e signatário de todas as convenções destas instituições, o governo brasileiro reagiu de forma desmedida à solicitação de cumprir os compromissos assumidos junto às mesmas e aos seus pares, os demais Estados americanos. Além de declarações desastrosas de vários ministros, o Brasil utilizou mecanismos inapropriados de pressão contra a OEA, como a retirada de seu candidato (o ex-ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vanucchi) das próximas eleições da CIDH. De acordo com as organizações de direitos humanos que elaboraram o pedido de medida cautelar em defesa dos índios do Xingu, tal atitude possivelmente foi uma tentativa de intimidar a CIDH – da qual o Brasil é um dos principais financiadores – para que retroceda no episódio de Belo Monte.
Outra afronta à OEA, segundo as organizações, foi a recente declaração do diretor de relações institucionais do consórcio Norte Energia, João Pimentel, que afirmou ao jornal Valor Econômico que daria início ás obras da usina até final de maio, quando espera que o Ibama conceda a licença de instalação de Belo Monte.
“Se o Ibama der uma nova licença para a usina, isso será um tapa na cara da OEA, algo muito grave do ponto de vista diplomático. Apesar das violentas acusações de membros do governo de que a OEA tenha interferido em ‘assuntos domésticos’, no entanto, avaliamos que, ao final, não passam de bravatas, já que a diplomacia nacional sabe que está sujeita às normas das Convenções que ajudou a elaborar e assinou de livre e espontânea vontade. Não acreditamos que o governo brasileiro venha a se desligar da instituição, como pode ter dado a entender em alguns momentos. Mesmo porque o país tem ambições diplomáticas maiores junto a organismos da ONU, onde quer ocupar uma cadeira no Conselho de Segurança, por exemplo”, afirma Roberta Amanajás, advogada da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH, uma das entidades que enviou o pedido de medida cautelar à OEA).
De acordo com a liderança indígena Sheyla Juruna, as manifestações que soaram como tentativa de intimidação da CIDH devem ter efeito contrário, fortalecendo a instituição no intuito de fazer valer o princípio de proteção dos direitos humanos de populações ameaçadas. “Uma série de importantes organizações de direitos humanos no Brasil e no exterior já manifestou seu apoio à decisão da CIDH. A situação calamitosa dos ameaçados por Belo Monte foi constatada recentemente e chocou o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, órgão ligado à Presidência da República, a Comissão de Direitos Humanos do Senado, e membros da Secretaria Geral da Presidência, que estiveram em Altamira. Acreditamos que todos esses fatos devem reforçar a urgência da tomada de medidas contra os desastres sociais e humanitários que serão causados por Belo Monte. Nós, indígenas, acreditamos que, se estamos sendo abandonados pelo governo e pela Justiça brasileira, a Justiça internacional está olhando por nós”.
Fonte: http://www.amazoniainforma.org/2011/04/apos-confrontar-oea-brasil-pede-tempo.html
21 abril 2011
Sergio Mendes & Brasil '66 - Mais Que Nada
Mais Que Nada
Oariá raiô
Obá Obá Obá
Oooooariá raiô
Obá Obá Obá
Mais que nada
Sai da minha frente
Que eu quero passar
Pois o samba está animado
E o que eu quero é sambar
Este samba
Que é misto de maracatu
É samba de preto velho
Samba de preto tu
Mais que nada
Um samba como este tão legal
Você não vai querer
Que eu chegue no final
Oariá raiô
Obá Obá Obá
Oooooariá raiô
Obá Obá Obá ........
Obaiá obá
Obaiá obá
Obaiá obá
Ooooo....
Novo Código Florestal beneficia 15 deputados e três senadores ruralistas
Paulo Cesar Justo Quartiero (DEM-RR), líder em recordes negativos. |
Se for aprovado no Congresso com todas as alterações previstas, o novo Código Florestal Brasileiro beneficiará pelo menos 15 deputados federais e três senadores integrantes da bancada ruralista, que faz forte lobby para que a proposta entre em votação no plenário da Câmara ainda neste semestre. Os 18 parlamentares foram multados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em razão de algum crime ambiental.
A maior parte dos autos de infração, cujos processos ainda estão em trâmite no Ibama, refere-se a desmatamentos ilegais e desrespeito à delimitação de reservas legais e áreas de preservação permanente (APPs). Os terrenos devastados ou que deixaram de ser restaurados por parlamentares somam 4.070 hectares, área suficiente para abrigar 97 Parques da Cidade.
O novo Código Florestal altera exatamente regras relacionadas a reservas legais e APPs. Os parlamentares multados também seriam diretamente beneficiados com a anistia a desmatadores autuados até julho de 2008, outro ponto previsto na nova legislação ambiental. O perdão de multas é um dos pontos mais controversos e vem atrasando a costura de um acordo entre ruralistas e ambientalistas para que a proposta seja votada em plenário.
Os líderes
O levantamento feito pelo Correio no sistema de protocolo do Ibama levou em conta a bancada ruralista composta por 158 deputados e senadores nesta legislatura, definida conforme critérios adotados pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). A quantidade de parlamentares multados, que ainda recorrem contra os processos, equivale a 11,3% da bancada. Outros seis parlamentares foram autuados, no entanto, os autos de infração já estão no arquivo. Cinco integrantes da bancada ruralista pediram ao Ibama autorização para desmatar vegetação nativa ou para usar motosserras. A área total a ser desmatada é de quase 1,2 mil hectares, o equivalente a 120 estádios como o Morumbi. Fora da bancada ruralista, outros oito parlamentares aparecem no sistema do Ibama.
O deputado federal que responde ao maior número de autos de infração é Paulo Cesar Justo Quartiero (DEM-RR). São cinco processos contra o parlamentar. Na Câmara, ele é porta-voz dos arrozeiros de Roraima derrotados na Justiça no caso da decisão da demarcação da reserva indígena de Raposa Serra do Sol, em 2008. Um dos processos refere-se ao fato de o deputado “impedir a regeneração natural de 3,51 mil hectares de vegetação nativa”. Quartiero utilizou ainda dois hectares com “infringência das normas de proteção ambiental”, extraiu cascalho sem autorização do Ibama e não deu destinação adequada a embalagens de defensivos agrícolas.
No Senado, o campeão de multas em curso é o senador Ivo Cassol (PP-RO), ex-governador de Rondônia. Ivo desmatou 160 hectares em área de reserva legal numa fazenda, sem autorização; “destruiu” 352 hectares de floresta nativa; infringiu “normas de proteção” de uma área de 13,5 hectares; e desmatou a “corte raso” 2,5 hectares de uma APP, também sem autorização.
O sistema do Ibama registra um mandado de notificação e intimação e um auto de infração contra a porta-voz do agronegócio, a senadora Kátia Abreu (TO, recém-saída do DEM). Presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Kátia Abreu é a principal defensora da aprovação do novo Código Florestal. Outro senador autuado é Renan Calheiros (PMDB-AL). O auto de infração refere-se à instalação de uma “pavimentação” dentro da Estação Ecológica (Esec) de Murici, em Alagoas, cidade natal do senador. A estação existe desde 2001 e preserva fragmentos de Mata Atlântica. Entre os deputados federais, Augusto Coutinho (DEM-PE) foi multado pelo Ibama por “causar dano direto” à área de proteção ambiental (APA) Costa dos Corais. Segundo o órgão, ele também não recompôs uma APP na Praia de Mamucabinhas, em Pernambuco.
Débito ambiental
Confira a lista de parlamentares defensores das alterações do Código Florestal que foram multados pelo Ibama:
Na Câmara
Augusto Coutinho (DEM-PE): uma notificação e dois autos de infração
Eduardo Gomes (PSDB-TO): dois autos de infração
Giovanni Queiroz (PDT-PA): dois autos de infração e uma notificação
Hélio Santos (PSDB-MA): um auto de infração
Iracema Portella (PP-PI): um auto de infração
Júnior Coimbra (PMDB-TO): dois autos de infração
Lira Maia (DEM-PA): um auto de infração
Márcio Bittar (PSDB-AC): um auto de infração
Marcos Medrado (PDT-BA): dois autos de infração
Moreira Mendes (PPS-RO): um auto de infração
Nelson Marchezelli (PTB-SP): um auto de infração
Paulo César Quartiero (DEM-RR): cinco autos de infração
Raul Lima (PP-RR): um auto de infração
Reinaldo Azambuja (PSDB-MS): um auto de infração
Sandro Mabel (PR-GO): um auto de infração e uma notificação
No Senado
Ivo Cassol (PP-RO): quatro autos de infração
Kátia Abreu (TO, recém-saída do DEM): um auto de infração
Renan Calheiros (PMDB-AL): um auto de infração
Fonte: http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/novo-codigo-florestal-beneficia-15-deputados-e-tres-senadores-ruralistas.html
Rã virtual substitui sacrifício de animais de laboratório
Tecnologia que une aprendizado e preservação. |
Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram um programa de computador que pode substituir o sacrifício de animais durante as aulas de fisiologia.
O programa pode substituir o uso de animais nas aulas práticas de Fisiologia e Biofísica, ministradas nos cursos de Medicina, Ciências Biológicas, Enfermagem e Educação Física.
Os estudantes que usaram o simulador acertaram mais questões, enquanto o outro grupo teve mais dificuldades em responder às questões cognitivas.
Rã virtual
O software educacional, chamado Fisioprat, simula o mesmo procedimento tradicionalmente feito em rãs durante as aulas, mas de forma interativa e lúdica e sem a necessidade de sacrificar o animal.
O software educacional, chamado Fisioprat, simula o mesmo procedimento tradicionalmente feito em rãs durante as aulas, mas de forma interativa e lúdica e sem a necessidade de sacrificar o animal.
Além disso, o simulador complementa o ensino fornecendo conteúdo adicional que melhora o aprendizado.
“O objetivo foi justamente propor uma alternativa ao uso de animais sem que o ensino fosse prejudicado,” explica o biólogo Francisco Cubo Neto, que desenvolveu o simulador sob a orientação do professor Miguel Arcanjo Areas.
O software está em processo de patenteamento e, segundo o biólogo, não existem no Brasil produtos semelhantes.
Sacrifício dos animais
Em geral, o uso de rãs ocorre nas aulas práticas para avaliação dos reflexos medulares mediante estimulação química e mecânica. São conceitos importantes para a disciplina, passados a partir de uma aula teórica.
Em geral, o uso de rãs ocorre nas aulas práticas para avaliação dos reflexos medulares mediante estimulação química e mecânica. São conceitos importantes para a disciplina, passados a partir de uma aula teórica.
Na sequência, no laboratório, os alunos visualizam como ocorrem os reflexos com o animal intacto e, depois, repetem o mesmo experimento com o modelo animal com a medula lesionada.
“A compreensão do conteúdo é fundamental e, até então, não existia outra forma de demonstrar o mecanismo a não ser utilizando o modelo animal. Por isso, o Fisioprat constitui mais uma opção, além do que abarca todos os temas ensinados na aula,” esclarece Miguel.
Simulação eficaz
Segundo ele, o programa tem como adicional, em relação às aulas tradicionais, uma tela de exercícios, que aparece em cada tópico com o objetivo de reforçar as explicações.
Segundo ele, o programa tem como adicional, em relação às aulas tradicionais, uma tela de exercícios, que aparece em cada tópico com o objetivo de reforçar as explicações.
Também foram incluídas resoluções de estudos de casos para que se avaliasse o nível de absorção do conteúdo por parte dos alunos. Em cada uma das telas é dado um feedback para o aluno.
Por fim, são feitas as incisões nas partes do animal por meio de animação gráfica, com a vantagem de se poder repetir o experimento por várias vezes para melhor fixação do conceito.
“Quando a aula é feita no laboratório, existe a possibilidade de que algo possa dar errado. Por exemplo, a anestesia mal aplicada pode comprometer o experimento e o animal não responder aos estímulos ou morrer. Com isso, é preciso utilizar outro animal”, esclarece.
Avaliação
O simulador foi testado com quatro turmas de cursos oferecidos pela Unicamp. Participaram estudantes de duas turmas de Biologia, uma de Medicina e outra de Enfermagem.
O simulador foi testado com quatro turmas de cursos oferecidos pela Unicamp. Participaram estudantes de duas turmas de Biologia, uma de Medicina e outra de Enfermagem.
Todos, num total de 127 estudantes, fizeram a aula teórica normalmente como ocorre no método convencional. Em seguida, os estudantes foram separados em dois grupos: um grupo realizou a aula prática tradicional, com o modelo animal, enquanto o outro realizou a aula prática com o Fisioprat.
Para avaliar o nível de influência no aprendizado ao se utilizar a nova metodologia, foi aplicado um questionário, ao final da aula prática para os dois grupos.
Os resultados apontaram que o Fisioprat cumpre seus objetivos, pois as notas mais altas foram observadas no grupo que utilizou o software. Ou seja, o grupo que usou o simulador acertou mais questões, enquanto o outro grupo teve mais dificuldades em responder às questões cognitivas.
O biólogo acredita que o programa ainda pode ser melhorado.
O mais importante, porém, é que a iniciativa abre caminho para que outras metodologias substituam o uso de animais nas aulas práticas.
20 abril 2011
18 abril 2011
Poluição já afeta 60% dos ambientes selvagens da Europa, diz estudo
Excesso também faz mal. |
Uma pesquisa da Universidade de York, no Reino Unido, mostra que a vida selvagem europeia não tem para onde correr diante da poluição. Formas reativas do elemento nitrogênio já afetam 60% das áreas selvagens do continente.
Emissões vindas de carros, fábricas e da agricultura estão afetando a vegetação de campinas naturais, florestas e outros ambientes, informa a rede britânica BBC.
O primeiro efeito dessas formas de nitrogênio é deixar o solo mais ácido do que o normal. O outro, paradoxalmente, é tornar o solo fértil -- fértil demais.
Ocorre que, quando o solo é artificialmente fertilizado dessa maneira, quem mais se beneficia são espécies-praga, em geral gramíneas e arbustos, que sufocam as outras plantas e diminuem a biodiversidade natural.
17 abril 2011
16 abril 2011
09 abril 2011
México: 5.397 desaparecidos durante governo Calderón
O Governo que protege e mata. |
Dan Jeremeel Fernández era um contador de 35 anos, sem antecedentes penais nem nenhum outro problema em particular. No dia 19 de dezembro de 2008 saiu em seu automóvel para se reunir com sua mãe para as festas de Natal em Torreón, estado de Coahuila, no norte do país. Nunca chegou. Desde então, sua mãe Yolanda Morán está procurando-o. Durante sua busca teve que passar por múltiplas vicissitudes comuns a todas as mães de desaparecidos do continente: levantar de ombros, explicações insultuosas, extorsões.
Milhares de mães do México que não interessam aos meios de comunicação internacionais encontram-se como Yolanda. Quem afirma é a Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH), o organismo público financiado pelo Estado que se ocupa da violação dos direitos humanos, frequentemente criticada por sua cumplicidade com a política oficial, mas sem dúvida um passo adiante. Desde 2006 até hoje, ou seja, desde que o presidente Felipe Calderón declarou guerra ao narcotráfico, onde, segundo a maior parte dos observadores, o exército atua como uma das partes em conflito, 5.397 pessoas teriam simplesmente desaparecido no México. Deve-se agregar a este número 25 mil assassinados a partir do momento que o governo decidiu pela intervenção do exército. Ao todo, já são cerca de 40 mil vítimas de uma guerra negada de nosso tempo.
Pelos desaparecidos mexicanos – dois terços homens, quase sempre jovens, e um terço mulheres – ninguém jamais pediu resgate. São pessoas desaparecidas no nada em uma série de circunstâncias diferentes, mas que podem ser reduzidas a algumas poucas categorias típicas. Parte delas foi sequestrada na rua. Alguns, mas certamente não todos, tinham provavelmente um papel menor em algum cartel. Outros simplesmente desapareceram e a quantidade de jovens trabalhadores sem nenhum vínculo conhecido com organizações criminosas, sobre os quais ninguém tem notícia, vem apresentando forte aumento.
O destino de quase todos eles foi a morte, mas nega-se o luto a seus familiares. Yolanda, assim como provavelmente tantas outras mães, prefere imaginar que seu filho esteja trabalhando para os cartéis do que tenha simplesmente desaparecido. Em 2009, um membro do cartel dos irmãos Arellano Felix confessou que havia dissolvido em ácido pelo menos a 300 pessoas. Em outros casos foram encontradas fossas comuns, como a descoberta em Taxco, estado de Guerrero, com 55 corpos de pessoas assassinadas pelos cartéis. Em um país onde fazer com que se encontre o cadáver do inimigo assassinado, frequentemente após horríveis torturas, é parte da política dos carretéis, o desaparecimento de pessoas é uma variação sobre o mesmo tema.
As suas desaparições têm a mesma função codificada que tinham na Operação Condor: tortura permanente dos familiares, advertência, terror. É uma advertência que se estende à toda a sociedade civil: um terrorismo no qual não é fácil identificar a linha divisória – que, no entanto, existe – entre as organizações criminosas e o terrorismo de Estado propriamente dito. A ONU apoia as estimativas de várias organizações não governamentais que consideram que um número crescente de desaparecidos está na conta do exército federal.
Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17670
08 abril 2011
Dia especial
Se alguém
Já lhe deu a mão
E não pediu mais nada em troca
Pense bem, pois é um dia especial
Eu sei
Que não é sempre
Que a gente encontra alguém
Que faça bem
E nos leve desse temporal
O amor é maior que tudo
Do que todos até a dor
Se vai
Quando o olhar é natural
Sonhei que as pessoas eram boas
Em um mundo de amor
Acordei nesse mundo marginal
Já lhe deu a mão
E não pediu mais nada em troca
Pense bem, pois é um dia especial
Eu sei
Que não é sempre
Que a gente encontra alguém
Que faça bem
E nos leve desse temporal
O amor é maior que tudo
Do que todos até a dor
Se vai
Quando o olhar é natural
Sonhei que as pessoas eram boas
Em um mundo de amor
Acordei nesse mundo marginal
Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar
Que me acalma
E me traz força pra encarar tudo
Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar
Que me acalma
E me traz força pra encarar tudo
O brilho desse olhar
Que me acalma
E me traz força pra encarar tudo
Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar
Que me acalma
E me traz força pra encarar tudo
O amor é maior que tudo
Do que todos, até a dor
Se vai quando o olhar é natural
Sonhei que as pessoas eram boas
Em um mundo de amor
E acordei, nesse mundo marginal
Do que todos, até a dor
Se vai quando o olhar é natural
Sonhei que as pessoas eram boas
Em um mundo de amor
E acordei, nesse mundo marginal
Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar
Que me acalma
E me traz força pra encarar tudo
Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar
Que me acalma
Me traz força pra encarar tudo
O brilho desse olhar
Que me acalma
E me traz força pra encarar tudo
Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar
Que me acalma
Me traz força pra encarar tudo
Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar
Que me acalma
E me traz força pra encarar tudo
Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar
Que me acalma
E me traz força pra encarar tudo
O brilho desse olhar
Que me acalma
E me traz força pra encarar tudo
Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar
Que me acalma
E me traz força pra encarar tudo
06 abril 2011
ONGs reclamam de nota do governo em relação a Belo Monte
Entidades de defesa das populações indígenas reagiram à nota divulgada hoje (5) pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) que considerou “precipitadas e injustificáveis” as recomendações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) de suspender o licenciamento da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no rio Xingu (PA).
“A posição do Brasil que classifica de ‘precipitadas e injustificáveis’ as determinações da CIDH/OEA demonstra uma postura extremamente contraditória do Brasil, enquanto pretenso candidato ao Conselho de Segurança da ONU”, diz a nota.
De acordo com as organizações não-governamentais (ONGs), não há como o governo alegar “perplexidade” diante da decisão da OEA. “O Estado brasileiro respondeu aos questionamentos da Comissão Interamericana em documento de 17 de março de 2011”, diz a nota assinada pelo Movimento Xingu Vivo Para Sempre, Sociedade Paraense de Direitos Humanos, Justiça Global, Conselho Indigenista Missionário, Comitê Metropolitano do Movimento Xingu Vivo e pelo Instituto Amazônia Solidária e Sustentável.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/politica/2011/04/05/ongs-reclamam-de-nota-do-governo-em-relacao-a-belo-monte.jhtm
05 abril 2011
03 abril 2011
02 abril 2011
Água contaminada por radiação vaza para o mar no Japão
A dificuldade em se lidar com radiação. |
Especialistas da Tepco, operadora da usina nuclear de Fukushima, no Japão, confirmaram neste sábado (02) que vazou ao mar água com elevado nível de radioatividade procedente do reator 2 da central, segundo emissora pública "NHK".
O líquido vaza por meio de uma rachadura de cerca de 20 centímetros no muro de uma fossa próxima ao reator na qual há água contaminada com profundidade entre 10 e 20 centímetros. Para conter o vazamento, os operários de Fukushima devem colocar cimento no local.
A operadora da usina investiga se há outros vazamentos de água radioativa para o Oceano Pacífico, depois que nos últimos dias foram detectados níveis de radioatividade muito superiores aos limites legais nas águas litorâneas próximas à usina nuclear.
As operações para conter o vazamento se somam aos esforços para drenar a água altamente radioativa em várias áreas das unidades 1, 2 e 3, o que dificulta as tarefas para restaurar o resfriamento dos reatores.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2011/04/02/agua-contaminada-por-radiacao-vaza-para-o-mar-no-japao.jhtm
Bolsonaro: a cepa de 1964 segue viva em 2011
Jair Bolsonaro. |
Não deve ser negligenciada a coincidência entre o aniversário dos 47 anos do golpe militar de 1964 e o vomitório homofóbico-racista despejado pelo deputado Jair Bolsonaro (PP), nas últimas semanas.
Em entrevistas e declarações a diferentes veículos, ele adicionou mais algumas pérolas a sua robusta coleção de ataques aos direitos humanos, cujo usufruto, na visão sombria de mundo desse ex-capitão reformado do Exército brasileiro, deveria ser vetado aos negros, aos homossexuais, os índios, os comunistas, socialistas, os pobres e, possivelmente, também, aos deficientes físicos.
Bolsonaro tinha apenas 12 anos de idade quando ocorreu o golpe que instaurou a ditadura militar de 1964. Mas sua formação na Academia de Agulhas Negras ocorreu exatamente durante os anos de chumbo, tendo deixado a carreira em 1988 (fim do regime) para se transformar no único parlamentar brasileiro que defende abertamente o golpe de abril de 1964.
Bolsonaro tem sido tratado pela mídia conservadora como uma excrescência. Um ponto fora da curva. Um excesso. Um palavrão deselegante na narrativa garbosa do conservadorismo nativo em nosso tempo. De fato, o deputado professa de forma desabrida e truculenta um relicário de anticomunismo, racismo, elitismo, defesa da tortura (hoje em interrogatório de presos comuns...) e mesmo da pena de morte.
Assim apresentado, parece mais uma caricatura inofensiva do folclore político nacional. Um Tiririca da Tortura. Será?
Em primeiro lugar, cumpre reconhecer que o ex-capitão exerce o seu 6º mandato. Logo, tem adeptos fiéis. Conta com financiadores perseverantes. Ademais, vocaliza alinhamentos nada exóticos em relação a outros temas, quando recebe menos espaço na mídia, mas cumpre igual papel de perfilar entre os que erguem pontes de atualização do programa e dos interesses que produziram 1964.
Vejamos. Bolsonaro, a exemplo de próceres da coalizão demotucana (caso do senador Agripino Maia, hoje presidente dos Demos e de Artur Virgílio, ex-lider do PSDB) é esfericamentre contra o programa Bolsa Família, que garante uma transferencia de renda a 50 milhões de brasileiros mais pobres.
No seu entender, trata-se, aspas para o capitão: “um projeto assistencialista, de dinheiro de quem trabalha, de quem tem vergonha na cara, para quem está acostumado à ociosidade”. Vamos falar sério. O linguajar pedestre condensa para o nível da caserna aquilo que sofisticados economistas e ‘consultores’ dos mercados financeiros apregoam diariamente como plataforma para a racionalização do capitalismo tupiniquim. Como tal são incensados pelos colunistas, editorialistas e ventríloquos instalados na mídia conservadora que cumprem assim a função de trazer para o ambiente do século XXI aquilo que foi cimentado pelo udenismo, pela repressão e pela censura nos anos de chumbo, aqui e alhures.
Na campanha presidencial de 2010, certos alinhamentos ganharam vertiginosa transparência como acontece sempre que se decide o passo seguinte da história.
Enquanto o jornal Folha de São Paulo e o candidato Serra tentavam sedimentar uma imagem de terrorista e abortista para a então candidata Dilma Rousseff, Jair Bolsonaro, com a rude transparência daqueles a quem é reservado o trabalho dos porões, foi aos finalmentes.
Num comício de Dilma no Rio, o parlamentar pendurou três faixas em postes da Cinelândia. "Dilma, ficha suja de sangue"; "Dilma, cadê os 2,5 milhões de dólares roubados do cofre do Adhemar” e "Lula, vá para o Mobral. Dilma, para o Bangu Um".
Na verdade, o homofóbico deputado apenas fazia uma suíte, a seu modo, da ficha falsa de Dilma construída pela Folha de SP em mais uma demonstração do jornalismo isento...(e que até hoje não se retratou).
Dava incômodos decibéis, igualmente, ao empenho da esposa do tucano José Serra, a bailarina Mônica Serra, que em corpo-acorpo na Baixada Fluminense, em 14 de novembro de 2010, vociferou autoritariamente ao vendedor ambulante Edgar da Silva, de 73 anos: "Ela é a favor de matar as criancinhas", insinuando o apoio de Dilma à legalização do aborto. Seria cansativo rememorar outros alinhamentos do período expressos, por exemplo, por setores de extrema direita da Igreja Católica e por ‘jovens’ revelações dessa mesma cepa ideológica, como o candidato a vice de José Serra, Índio da Costa, um bolsanarinho versão ‘mauricinho carioca’.
Bolsonaros, Fleurys, Erasmos Dias, Curiós, Virgílios, Agripinos, Rodrigos Maia, ACMs netos, Índios da Costa e Carlos Lacerdas nunca prosperam num vazio de conteúdo histórico. Em certos momentos, como agora, incomodam à elite conservadora ao personificarem com alarido e crueza as linhas de passagem que promovem o aggiornamento, para os dias atuais, dos interesses e valores que fizeram o golpe de 32 em SP; o golpismo que levou Getúlio ao suicídio em 54, a tentativa de impedir a posse de JK em 56, a quartelada contra a posse de Jango em 62, a ditadura 64 e a tentativa de impeachment de Lula em 2005.
Mas assim como as tardes quentes do turfe requisitam chapéus esvoaçantes e blazers de linho delicado, também é forçoso cevar e tolerar os relinchos dos potros selvagens nas estrebarias. É dessa cepa que sairão as manadas decisivas para limpar e ocupar o terreno quando for a hora, de novo.
Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17638
Lição de Dignidade e de Vida
José Alencar. |
Alencar é, como sabemos, exemplar de muitos pontos de vista. Como indivíduo, como cidadão, como empresário. A chave do seu êxito nestes papéis está, a meu ver, no amor pela vida, encarada como oportunidade única e intransferível de agir com honra e competência, com responsabilidade e respeito pelo semelhante. Com a fé dos justos em relação a si próprio e ao País, único por todas as dádivas recebidas da natureza, a obrigar suas lideranças a realizar-lhe as potencialidades.
Várias vezes estive com José Alencar, em mais de uma o entrevistei, certa vez em companhia de Bob Fernandes para uma edição dos começos de abril de 2004. Ele declinava a sua definitiva lealdade em relação ao presidente Lula, mas não deixava de manifestar sua discordância a respeito de determinadas vertentes da política econômica do governo. Na época, criticava a alta dos juros, alinhado com os interesses da produção industrial. Leal, sim, independente, porém, na hora de expor suas opiniões com uma franqueza considerada insólita, se não impossível, nos nascidos em Minas, conforme o anedotário nacional.
Na visão de CartaCapital, Alencar é exemplar na sua própria categoria, modelo para os pares, com viés bastante específico. Ele figura entre aqueles, incomuns por ora, que aderiram confiantes à mudança dos tempos e não viram em Lula o operário que leva à Presidência ignorância e grosseria, muito menos o líder subversivo a pregar a revolução, como pretendiam os senhores da Fiesp de 20 anos atrás, e os da mídia, prontos a apoiar Fernando Collor no papel impossível de salvador da pátria ameaçada.
O grupo inclui alguns pesos pesados, como Jorge Gerdau, Emilio Odebrecht, Abilio Diniz, Roberto Setubal, estes dois últimos autores de discursos de apoio à candidatura de Dilma Rousseff na festa de CartaCapital de 18 de outubro do ano passado. José Alencar o encabeça, mesmo em função do cargo oferecido por Lula e por ele aceito, e ocupado com extrema dignidade oito anos a fio em meio à doença, que só o vitimou após o cumprimento da tarefa.
Este não é o costumeiro epitáfio pronunciado à beira de um túmulo. É o depoimento comovido de todos nós de CartaCapital.
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