21 abril 2012

Editorial da Folha diz que Paulo Piau é "responsável pelo retrocesso" no Código



A necessária adequação do Código Florestal à realidade da agricultura corre risco de retornar à estaca zero. O grande responsável pelo retrocesso, se vier, terá sido o deputado federal Paulo Piau (PMDB-MG), relator da matéria na Câmara.
Recuando em sua resolução de fugir ao debate e manter sigilo até a véspera da votação -prevista para a próxima terça- sobre alterações de sua lavra no texto proveniente do Senado, Piau as divulgou dois dias atrás. Como esperado, as mudanças constituem uma tentativa desatinada de impor a legislação dos sonhos da bancada ruralista, que se aproximaria imprudentemente de uma anistia a quem promoveu desmatamentos ilegais.
As normas para proteção de reservas legais e áreas de preservação permanente (APPs) estão em vigor desde pelo menos 2001. Apesar disso, o projeto do Senado dava tratamento favorável a quem descumpriu a regra até 2008.
A norma proposta continha duas concessões no caso de APPs. A primeira reduziria pela metade, de 30 m para 15 m, a faixa mínima obrigatória de recomposição da vegetação nativa junto a cursos d'água. Além disso, as áreas desmatadas poderiam ser regularizadas sem multa, desde que o proprietário aderisse a um programa de recuperação florestal.
A solução de compromisso, que contemplava produtores rurais sem comprometer demais a conservação de matas, foi desfigurada pelo relator. Piau suprimiu os parágrafos do artigo 62 do projeto dos senadores, que especificava as larguras das faixas de APP a recuperar conforme a largura dos rios.
Como o "caput" do artigo em questão permite a continuidade da ocupação dessas áreas protegidas, a retirada dos critérios quantitativos de preservação foi interpretada pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, como o equivalente a uma anistia. Se o plenário da Câmara aprovar o substitutivo de Piau, eles teriam de ser estipulados por uma medida provisória ou um projeto de lei separado, cuja tramitação daria ensejo a uma nova batalha no Congresso.
Há divisões na chamada bancada ruralista, pois alguns deputados enxergam no texto alinhavado pelo Senado o acordo possível no momento. Se prevalecer a posição maximalista e ela for vitoriosa na votação, como na derrota infligida ao Planalto em maio do ano passado, o mais provável é que a presidente Dilma Rousseff acabe por usar seu poder de veto.
O resultado final seria um impasse, e o país continuaria sem legislação moderna para regular a imprescindível conciliação entre os interesses da produção agrícola e a preservação de um patrimônio ambiental único no mundo.

18 abril 2012

Documentário A resposta da terra conta histórias de agricultores familiares que valorizam a floresta em Mato Grosso




Há quase uma década, centenas de assentados, pequenos e médios produtores rurais de Mato Grosso apostaram numa ideia: deixar a abertura de novas áreas de lado e recuperar parte da vegetação de suas terras para preservar e gerar renda. O que parecia impossível para muitos vem se tornando realidade nas bacias dos rios Xingu e Araguaia. Em A resposta da terra, os agricultores contam como passaram de desmatadores a pioneiros na restauração florestal na região.

"Hoje eu vejo que é um crime que está acontecendo. Se o povo antigo tivesse começado a cuidar quando eu era menino, e eu tenho mais de 60 anos, a gente não tinha esses problemas de aquecimento global, a gente tinha mais chuva, porque a gente ia ter mais mata", diz Laércio Mariano, um dos entrevistados do documentário, morador do assentamento Jaraguá, em Água Boa (MT).

Num momento de rediscussão do Código Florestal, onde os parlamentares planejam anistiar desmatadores e rever o tamanho das áreas de preservação, A resposta da terra mostra que incentivar a restauração da vegetação é essencial para a viabilidade da propriedade, e, ao contrário do que se pensa, pode ser mais uma fonte de renda para o produtor.

“A resposta da terra é um reconhecimento a todos esses pequenos heróis que estão tentando no seu dia a dia reverter esse processo de destruição da maior floresta do mundo. Essas pessoas mostram que com poucos incentivos é possível uma mudança na maneira de produzir e ocupar a terra, associando floresta e desenvolvimento. Estão dando uma mensagem clara ao Brasil e ao mundo. E a Amazônia está cheia desses exemplos, basta querermos ouvir mais essas pessoas no intuito de repensar e aprimorar uma política de incentivos”, diz Carlos García Paret, animador da Articulação Xingu Araguaia (AXA), pelo Instituto Socioambiental e produtor executivo do filme.


Ivo Cesário, morador de Canarana (MT), vive hoje exclusivamente da coleta de sementes, que depois é vendida para a Rede de Sementes de Xingu – uma iniciativa que conta com 300 coletores em Mato Grosso e já gerou mais de R$ 600 mil de renda para seus participantes. “Se 20 anos atrás me falassem para coletar sementes, eu nunca ia acreditar que seria preciso e que seria possível viver disso. Hoje, com 46 anos de idade, eu vivo do Cerrado e da floresta, com a coleta de sementes”, conta o ex-pintor.


Ao todo, essas iniciativas propostas pelas instituições que compõem a AXA, já geraram mais de R$ 1 milhão de renda para assentados, pequenos produtores e indígenas. No campo da restauração ecológica, mais de 2,5 mil hectares entraram em processo de recuperação. “São projetos inovadores, que trazem novas perspectivas para pessoas que conheciam apenas o modelo da monocultura e devastação”, afirma Rodrigo Junqueira, coordenador adjunto do Programa Xingu, do ISA. “Quando você chega num assentamento de mais de 400 famílias, que vêm de uma cultura onde o gado e a queimada predominam, e você insiste, mostra outro modelo e novas possibilidades de geração de renda, e essas pessoas acreditam e levam isso adiante vale muito a pena”, completa Ana Lúcia Silva, da Associação de Educação e Assistência Social Nossa Senhora da Assunção (Ansa).


O documentário é coordenado pela Articulação Xingu Araguaia (AXA) no âmbito do projeto “Disseminando a Cultura Agroflorestal na Região do Araguaia Xingu”, apoiado pelo Ministério do Meio Ambiente, dentro do subprograma Projetos Demonstrativos/ Projeto Alternativas ao Desmatamento e às Queimadas (PDA/Padeq - MMA).


Sobre a AXA


Em 2007 foi criada a Articulação Xingu Araguaia (AXA) para fortalecer os trabalhos de recuperação ecológica e geração de renda que vinham sendo realizados nas duas bacias hidrográficas por diversas instituições. A partir da construção conjunta dessa rede, as instituições passaram a juntar capacidades e coordenar estratégias e ações, com maior envolvimento dos participantes e ampliando a visibilidade do trabalho realizado na região.


Hoje a AXA é composta por quatro organizações que atuam sistematicamente nas bacias do Xingu e do Araguaia. São elas: Associação de Educação e Assistência Social Nossa Senhora da Assunção (Ansa)Comissão Pastoral da Terra (CPT)Instituto Socioambiental (ISA) e Operação Amazônia Nativa (Opan).

Fonte: Socio Ambiental

Imazon acusa 'aumento expressivo' do desmatamento na Amazônia

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O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), organização que faz um levantamento paralelo ao oficial da devastação na região amazônica, registrou desmatamento de 175 km² de floresta em dezembro. A estimativa está em relatório do órgão divulgado nesta quarta-feira (23).



De acordo com o instituto, o número representa um “aumento expressivo de 994% em relação a dezembro de 2009, quando o desmatamento somou somente 16 km²”. Já em janeiro de 2011, foram registrados 83 km² de desmatamento, o que representou um aumento de 22% em relação a janeiro de 2010 quando o desmatamento atingiu 68 km².
O instituto destaca que os números podem estar subestimados. Em dezembro de 2010, assim como em em janeiro de 2011, foi possível monitorar somente 30% da Amazônia. Os outros 70% estavam cobertos por nuvens, dificultando a análise, em especial no Amapá, Pará e Acre, que tiveram mais de 80% da área florestal cobertos por nuvens.
Degradação
O Imazon detectou ainda 541 km² de florestas degradadas (parcialmente destruídas) em dezembro e 376 km² em janeiro. Os números também são maiores em relação a um ano antes. O instituto estima que o carbono emitido pelo desmatamento no período de agosto de 2010 a janeiro de 2011 (seis primeiros meses do chamado "calendário de desmatamento") foi de 13,9 milhões de toneladas.
Em dezembro, Rondônia contribuiu com 43% da área total desmatada na Amazônia Legal. Mato Grosso teve 31% e o Amazonas, 16%. Nos outros estados, o desmatamento foi proporcionalmente menor, ficando o Pará com 5%, o Acre com 4% e Tocantins com 1%. O desmatamento detectado no Pará, no entanto, foi menor possivelmente devido à densa cobertura de nuvens.
Em janeiro de 2011, a devastação foi maior em Mato Grosso, com 57%. O estado foi seguido do Pará, com 20%, e Rondônia, com 18%. O restante ocorreu no Amazonas (4%) e Roraima (1%).
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que faz o levantamento oficial da destruição da floresta amazônica, já indicavam um aumento da devastação no fim do ano passado, em comparação a 2009.
Fonte: G1

Descoberto animal que faz fotossíntese


Elysia chlorotica


A lesma era conhecida por “roubar” os genes das algas de que se alimenta, as Vaucheria litorea. Desta forma obtinha os cloroplastos – estruturas de cor verde características de células vegetais que permitem a conversão da luz solar em energia –, armazenando-os nas células que cobrem os seus intestinos. No entanto, os últimos estudos da equipa de cientistas revelam que o molusco marinho desenvolveu as suas capacidades químicas, permitindo-lhe fabricar clorofila – pigmento que captura a luz solar -  sem necessitar de roubar aos seus alimentos.
Os investigadores utilizaram um sofisticado equipamento radioactivo que comprova a produção dos pigmentos fotosintéticos  de forma autónoma. Na lesma marinha, os cloroplastos extraídos permanecem activas durante um ano, o que significa que, no caso de uma lesma jovem se alimentar uma vez das algas Elysia chlorotica e tiver acesso à luz solar, não tem necessidade de voltar a comer durante a sua vida.
De acordo com a equipa de cientistas, durante o estudo, que será publicado na revista ‘Symbiosis’, foram encontrados exemplares da Vaucheria litorea que não se alimentavam há pelo menos cinco meses.

Novos tempos


Faça o que eu digo


02 abril 2012

Goodbye Blue Sky



Did you see the frightened ones?
Did you hear the falling bombs?
Did you ever wonder?
Why we had to run for shelter?
When the promise of a brave new world
Unfurled beneath a clear blue sky
Oooooooo ooo ooooo oooh
Did you see the frightened ones?
Did you hear the falling bombs?
The flames are all long gone
But the pain lingers on
Goodbye blue sky
Goodbye blue sky
Goodbye
Goodbye