A nossa civilização é em grande parte responsável pelas nossas desgraças. Seríamos muito mais felizes se a abandonássemos e retornássemos às condições primitivas. Sigmund Freud
29 novembro 2010
Até quando?
Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve
Você pode e você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu
Num quer dizer que você tenha que sofrer
Até quando você vai ficar usando rédea
Rindo da própria tragédia?
Até quando você vai ficar usando rédea
Pobre, rico ou classe média?
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura
(Refrão)
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?
(Repete refrão)
Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
Seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Você tenta ser contente, não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante
É tudo flagrante
É tudo flagrante
(Refrão x2)
A polícia matou o estudante
Falou que era bandido, chamou de traficante
A justiça prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado e absolveu os PM's de Vigário
(Refrão x2)
A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco:
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco
A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que pra você não ver que programado é você
Acordo num tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede diploma, num tenho diploma, num pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá
Consigo emprego, começo o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego mas na hora que chego só fico no mesmo lugar
Brinquedo que o filho me pede num tenho dinheiro pra dar
Escola, esmola
Favela, cadeia
Sem terra, enterra
Sem renda, se renda. Não, não
(Refrão x2)
Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro
(Refrão)
28 novembro 2010
27 novembro 2010
O que será?
O que será, que será?
Que andam suspirando pelas alcovas
Que andam sussurrando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeças anda nas bocas
Que andam acendendo velas nos becos
Que estão falando alto pelos botecos
E gritam nos mercados que com certeza
Está na natureza
Será, que será?
O que não tem certeza nem nunca terá
O que não tem conserto nem nunca terá
O que não tem tamanho...
O que será, que será?
Que vive nas idéias desses amantes
Que cantam os poetas mais delirantes
Que juram os profetas embriagados
Que está na romaria dos mutilados
Que está na fantasia dos infelizes
Que está no dia a dia das meretrizes
No plano dos bandidos dos desvalidos
Em todos os sentidos...
Será, que será?
O que não tem decência nem nunca terá
O que não tem censura nem nunca terá
O que não faz sentido...
O que será, que será?
Que todos os avisos não vão evitar
Por que todos os risos vão desafiar
Por que todos os sinos irão repicar
Por que todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão se encontrar
E mesmo o Padre Eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno vai abençoar
O que não tem governo nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo...(2x)
26 novembro 2010
Cerca de 30% dos domicílios brasileiros sofrem com algum grau de restrição alimentar
A fome é maior entre as crianças. |
A pesquisa, relativa a 2009, analisou 58,6 milhões de domicílios particulares no país. Desse total, 17,7 milhões (30,2%) apresentam algum grau de insegurança alimentar, o que representa um total de 65,6 milhões de pessoas. Em 2004, a proporção era de 34,9%.
Entre esses domicílios mencionados acima, 18,7% (ou 11 milhões de lares) apresentam situação de insegurança alimentar leve; 6,5% (3,8 milhões) moderada, e 5% (2,9 milhões) grave. Ao todo, 11,2 milhões de pessoas relataram ter passado fome no período investigado.
Em 2004, as prevalências de domicílios com moradores em situação de insegurança alimentar leve, moderada e grave eram, respectivamente, 18%, 9,9% e 7%. Ou seja, houve redução dos percentuais de restrição moderada e grave.
A pesquisa mostra que a prevalência de insegurança alimentar é mais na área rural do que na urbana. Enquanto 6,2% e 4,6% dos domicílios em área urbana apresentavam níveis moderado e grave, respectivamente, na área rural as proporções foram de 8,6% e 7%.
Regiões
O levantamento mostra que a Região Sul é a que apresenta menos problemas. Santa Catarina é a unidade da Federação com maior percentual (85,2%) de domicílios em situação de segurança alimentar, seguida do Rio Grande do Sul (80,8%) e do Paraná (79,6%). A média nacional é de 69,8%.
Já nas regiões Norte e Nordeste, todos os Estados apresentam proporções inferiores à média nacional de segurança alimentar. No Maranhão (35,4%) e no Piauí (41,4%), nem metade dos domicílios conta com alimentação saudável e em quantidade suficiente assegurada. No Centro-Oeste, apenas Goiás está nessas condições.
Perfil dos domicílios
Do total de 97,8 milhões de moradores pretos ou pardos, 43,4% apresentam algum nível de insegurança alimentar. Entre os brancos (92,4 milhões), a prevalência é de 24,6%.
Em relação à escolaridade, a pesquisa mostra que quanto maior o grau de instrução, menor a prevalência de insegurança alimentar grave ou moderada. Em 2004, 29,2% dos moradores sem instrução ou com menos de um ano estudo apresentavam restrição na quantidade de alimentos moderada ou grave. Em 2009, a proporção caiu para 20,2%.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2010/11/26/cerca-de-30-dos-domicilios-brasileiros-sofrem-algum-grau-de-restricao-alimentar.jhtm
Efetivo da "guerra ao tráfico" no Rio é o dobro da missão da ONU no Haiti e 20% das tropas dos EUA no Afeganistão
Qualquer semelhança não é mera coincidência. |
Mais de 22 mil homens das polícias Militar, Civil e Federal e das Forças Armadas integram a megaoperação de combate ao crime organizado no Rio de Janeiro. O efetivo é praticamente o dobro do total de soldados da missão de paz da ONU no Haiti (11.449 soldados de 31 países).
O número representa, por exemplo, um quinto do total de soldados das tropas dos Estados Unidos hoje no Afeganistão. Nesta guerra contra o tráfico, o arsenal da polícia fluminense também ganhou o reforço de equipamento das Forças Armadas: o governo do Rio pediu três helicópteros da Aeronáutica e 10 veículos blindados da Marinha.
O número representa, por exemplo, um quinto do total de soldados das tropas dos Estados Unidos hoje no Afeganistão. Nesta guerra contra o tráfico, o arsenal da polícia fluminense também ganhou o reforço de equipamento das Forças Armadas: o governo do Rio pediu três helicópteros da Aeronáutica e 10 veículos blindados da Marinha.
O Exército cedeu 800 homens da Brigada de Infantaria Paraquedista. Esses soldados são os responsáveis pelo cerco no Complexo de Favelas do Alemão, onde a polícia busca os traficantes responsáveis pela onda de ataques que assola o Rio de Janeiro desde domingo. Da Marinha, 52 fuzileiros navais trabalham na operação contra o tráfico na Vila Cruzeiro.
A Polícia Militar tem 21 mil homens em patrulhas nas ruas da cidade e da região metropolitana, entre os quais os agentes do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais).
Texto adaptado.
Capital Natural: Brasil fica no topo?
Rio Tefé, Amazônia. |
De acordo com os últimos dados da Global Footprint Network, o Brasil é o país com a maior biocapacidade total, uma medida da quantidade de recursos produzidos por seus ecossistemas. Quase 14% da biocapacidade mundial pode ser encontrada dentro das fronteiras brasileiras e a biocapacidade disponível por pessoa (9 hectares globais) é mais de quatro vezes maior do que a média mundial (1.8 ha). O Brasil é também um dos países com a relação mais positiva entre sua biocapacidade e sua Pegada Ecológica, balanço que mede a demanda de recursos pela população para produzir o que é consumido e para absorver o gás carbônico emitido.
O valor do capital natural do Brasil torna-se claro no contexto global atual.
De acordo com o Relatório Planeta Vivo, em 2007, ano mais recente com dados disponíveis, a pegada ecológica total da humanidade excedia em 50% a capacidade de suporte da natureza. Em outras palavras, são necessários 18 meses para que a natureza regenere os recursos consumidos e absorva as emissões de CO2 geradas anualmente pelas atividades humanas.
Para entender como a exploração dos recursos ecológicos é possível, é útil utilizar uma analogia financeira. Quando a pegada ecológica da humanidade é menor do que a biocapacidade, é como se vívessemos apenas com os juros gerados pela natureza. Quando ultrapassamos esse equilíbrio, começamos a acabar com nosso estoque de recursos naturais e a acumular lixo – basicamente gastando o fundo principal. Assim como em uma aplicação financeira, essa situação pode até durar um certo período de tempo. Mas, com os problemas emergenciais que enfrentamos hoje, que vão das mudanças climáticas à redução da biodiversidade (detalhada pelo Relatório Planeta Vivo), recebemos sinais de que já ultrapassamos os limites de nossa exploração.
(Clique aqui para explorar a comparação da pegada ecológica brasileira em relação a outros países)
"A redução da desigualdade, com aumento do poder aquisitivo da população brasileira é um resultado positivo", disse a secretária-geral da WWF-Brasil, Denise Hamú, em resposta ao relatório. "Entretanto, nós também temos que enfrentar um grande desafio:. Crescer sem esgotar os recursos naturais"
O crescimento populacional do Brasil representa outro desafio. A população do país mais do que dobrou desde 1961, de 75 milhões para 190 milhões, enquanto sua biocapacidade total não mudou significativamente. O resultado é que a quantidade de biocapacidade disponível por pessoa, mesmo grande, é menor do que a metade do que era quatro décadas atrás.
A boa notícia é que com a melhoria da qualidade de vida no Brasil, a Pegada Ecológica per capita não aumentou exponencialmente, como ocorreu em outros países – especialmente na Europa, América do Norte e Oriente Médio. O país possui uma pegada relativamente baixa para seus níveis de desenvolvimento humano, medidos pelo Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, que classifica os países com base em sua obtenção de alguns parâmetros, como longevidade, educação e renda. Isso sugere que o país está se desenvolvendo com um nível mais baixo de demanda por recursos do que outros países.
O desafio brasileiro é criar novas oportunidades de crescimento para o país enquanto são protegidos os serviços ecossistêmicos que são a base para seu desenvolvimento econômico. Se o país conseguir manter o equilíbrio entre o que é consumido e o que a natureza pode prover, ele será a estrela do século 21. Caso contrário, é bom relembrar que, a não ser que o país consiga cuidar de seu patrimônio, até o mais rico pode acabar falido.
(Tradução: Laura Alves)
Fonte: http://www.oeco.com.br/wackernagel-mitchell/24567-capital-natural-brasil-fica-no-topo
Ibama explica parecer de Belo Monte
A opinião do pai do Avatar. |
A reunião aconteceu depois da emissão de dois pareceres, respectivamente nos dias 5 e 20 de outubro, que resultaram no adiamento do início das obras para a construção da usina. O segundo deles afirma que, "em que pesem os avanços realizados, restam condicionantes e ações antecipatórias necessárias à preparação da região, cujo não atendimento compromete o início da implantação das instalações iniciais. Desta forma, não é recomendada a emissão de Licença de Instalação para as instalações iniciais do AHE Belo Monte”.
A conversa foi marcada por manifestações indignadas, elogios de quem representa o consórcio e muitas explicações dos técnicos do Ibama – que, por alguns momentos, pareciam respirar fundo para não perder a compostura. Os principais questionamentos foram em relação à emissão da licença de instalação.
Sem o cumprimento de 40 condicionantes, entre elas as que se referem à melhoria da infraestrutura da cidade de Altamira com mais hospitais e escolas, entre outras coisas, para que tenha condições de receber milhares de migrantes, técnicos do órgão recomendaram a não autorização da obra. As informações que a população de Altamira e arredores têm a respeito da usina são insuficientes. “Como vocês vêm até aqui e não sabem nem dizer quais áreas de Altamira serão alagadas?”, questionou Fabiano Vitoriano, do Movimento dos Atingidos por Barragens.
“Não temos condição de conhecer todas as áreas e populações afetadas. Nos interessa saber se o que é proposto para a minimização dos impactos é viável ou não”, respondeu Paula Melo, analista ambiental do órgão. O Ibama, claro, não tem todas as respostas. Mas uma, parece ter. “A usina vai sair”, afirmou Adriano Queiroz, coordenador geral de licenciamento do órgão. Se respeitar todas as regras jurídicas, pode sair sim. De preferência, depois do cumprimento das mais de 40 condicionantes.
(Karina Miotto)
Fonte: http://www.oeco.com.br/salada-verde/24572-ibama-explica-parecer-de-belo-monte
Nas mãos dos negociadores de Cancun
De acordo com os cientistas, para que o planeta mantenha o acréscimo em sua temperatura média abaixo de dois graus centígrados (número considerado máximo para que os efeitos das mudanças climáticas não sejam devastadores), é necessário que as emissões de carbono equivalente girem em torno de 44 gigatoneladas em 2020. Isto não será possível. A notícia, no entanto, não é de todo ruim. Caso as metas estabelecidas durante a 15ª Conferência das Partes das Nações Unidas (COP15), realizada em dezembro passado em Copenhague, sejam plenamente cumpridas, o lançamento de gases de efeito estufa no fim da próxima década podem chegar a 49 gigatoneladas, cerca de 60% do necessário.
Este é o resumo do "The Emissions Gap Report: Are the Copenhagen Accord pledges sufficient to limit global warming to 2 or 1.5°C?", estudo produzido pelo Programa de Meio Ambiente da ONU (UNEP, na sigla em inglês), em parceria com Fundação Climática Européia e Instituto Nacional de Ecologia do México. Ao todo, 30 cientistas de diferentes países assinam o documento, que foi lançado uma semana antes do início da próxima COP sobre o Clima, em Cancun, balneário mexicano.
A lacuna de cinco gigatoneladas de carbono a serem emitidas a mais do que o ideal em 2020 não assusta Achim Stenier, diretor executivo da UNEP. “Os resultados indicam que o encontro da ONU em Copenhague pode se transformar mais em um sucesso do que um fracasso caso todos os compromissos, intenções e financiamentos, incluindo suporte total às promessas das economias em desenvolvimento, forem cumpridos. Existe uma lacuna entre o que a ciência e os níveis atuais de ambição. Mas, o que este relatório mostra é que as opções que temos sobre a mesa nas negociações podem nos levar a um montante de 60% do caminho. Este é um bom primeiro passo”, afirmou.
Por outro lado, caso os países sigam os níveis mais baixos acordados, as emissões de carbono equivalente em 2020 podem ser 20% maiores do que os cientistas consideram razoável. Este é o temor de líder da Iniciativa Climática Global do WWF, Gordon Shepherd. “Este estudo confirma que existe uma lacuna de gigatons alarmante entre as promessas aceitas em Copenhague e os níveis muito mais baixos de emissões necessários para assegurar um futuro seguro para o clima”. A bola é sua, Cancun.
(Felipe Lobo)
Fonte: http://www.oeco.com.br/salada-verde/24579-nas-maos-dos-negociadores-de-cancun
Este é o resumo do "The Emissions Gap Report: Are the Copenhagen Accord pledges sufficient to limit global warming to 2 or 1.5°C?", estudo produzido pelo Programa de Meio Ambiente da ONU (UNEP, na sigla em inglês), em parceria com Fundação Climática Européia e Instituto Nacional de Ecologia do México. Ao todo, 30 cientistas de diferentes países assinam o documento, que foi lançado uma semana antes do início da próxima COP sobre o Clima, em Cancun, balneário mexicano.
A lacuna de cinco gigatoneladas de carbono a serem emitidas a mais do que o ideal em 2020 não assusta Achim Stenier, diretor executivo da UNEP. “Os resultados indicam que o encontro da ONU em Copenhague pode se transformar mais em um sucesso do que um fracasso caso todos os compromissos, intenções e financiamentos, incluindo suporte total às promessas das economias em desenvolvimento, forem cumpridos. Existe uma lacuna entre o que a ciência e os níveis atuais de ambição. Mas, o que este relatório mostra é que as opções que temos sobre a mesa nas negociações podem nos levar a um montante de 60% do caminho. Este é um bom primeiro passo”, afirmou.
Por outro lado, caso os países sigam os níveis mais baixos acordados, as emissões de carbono equivalente em 2020 podem ser 20% maiores do que os cientistas consideram razoável. Este é o temor de líder da Iniciativa Climática Global do WWF, Gordon Shepherd. “Este estudo confirma que existe uma lacuna de gigatons alarmante entre as promessas aceitas em Copenhague e os níveis muito mais baixos de emissões necessários para assegurar um futuro seguro para o clima”. A bola é sua, Cancun.
(Felipe Lobo)
Fonte: http://www.oeco.com.br/salada-verde/24579-nas-maos-dos-negociadores-de-cancun
Aquecimento global em cartuns
Um grupo de 25 cartunistas acaba de lançar um livro só com charges sobre o aquecimento global (capa ao lado). Coordenados pelo cartunista Léo Valença, o grupo mistura arte, humor e boas doses de crítica frente a um dos maiores (senão o maior) desafio ambiental da atualidade.
O livro, quando adquirido, é impresso sob demanda. Uma forma de não deixar papel envelhecendo em estoques. Não parece que esse seria o caso de "Aquecimento Global em cartuns", pois os desenhos são bons, como se vê abaixo. De toda forma para quem quiser requisitar um impressão, basta entrar no site da editora POD (Print on Demand).
O livro, quando adquirido, é impresso sob demanda. Uma forma de não deixar papel envelhecendo em estoques. Não parece que esse seria o caso de "Aquecimento Global em cartuns", pois os desenhos são bons, como se vê abaixo. De toda forma para quem quiser requisitar um impressão, basta entrar no site da editora POD (Print on Demand).
24 novembro 2010
Você sabe para que serve um Zoneamento?
Muita gente ainda não sabe exatamente para que serve o estudo de Zoneamento Socioeconômico Ecológico (ZSEE). Entender os objetivos dele é fundamental para poder opinar e saber se você está de acordo ou não com a forma com que esse importante mecanismo está sendo conduzido.
O Instituto Centro de Vida (ICV) acaba de lançar um vídeo em forma de animação para incluir mais pessoas na discussão. É como uma casa, mostra o vídeo. Você tem lugar para tomar banho, cozinhar, ver TV. Com a terra é a mesma coisa: temos lugar certo para cada atividade.
O vídeo passa uma visão: a da sustentabilidade. É como num plebiscito. O internauta pode procurar o outro lado e se informar. Mas o importante é não ficar alheio. O ICV acredita que é possível desenvolver o estado economicamente de forma mais sustentável, respeitando as diversidades naturais, culturais e sociológicas. Entretanto, o projeto aprovado recentemente pelos deputados mato-grossenses não benficiam homem e natureza de forma igualitária nem respeita essas características.
Se você quer participar dessa discussão e gostou do tema, pode se informar e deixar sua opinião em um blog especialmente criado para oferecer essa oportunidade: zoneamento.wordpress.com
Fonte: http://globoamazonia.globo.com/platb/icv/2010/11/19/voce-sabe-para-que-serve-um-zoneamento/
O Instituto Centro de Vida (ICV) acaba de lançar um vídeo em forma de animação para incluir mais pessoas na discussão. É como uma casa, mostra o vídeo. Você tem lugar para tomar banho, cozinhar, ver TV. Com a terra é a mesma coisa: temos lugar certo para cada atividade.
O vídeo passa uma visão: a da sustentabilidade. É como num plebiscito. O internauta pode procurar o outro lado e se informar. Mas o importante é não ficar alheio. O ICV acredita que é possível desenvolver o estado economicamente de forma mais sustentável, respeitando as diversidades naturais, culturais e sociológicas. Entretanto, o projeto aprovado recentemente pelos deputados mato-grossenses não benficiam homem e natureza de forma igualitária nem respeita essas características.
Se você quer participar dessa discussão e gostou do tema, pode se informar e deixar sua opinião em um blog especialmente criado para oferecer essa oportunidade: zoneamento.wordpress.com
Fonte: http://globoamazonia.globo.com/platb/icv/2010/11/19/voce-sabe-para-que-serve-um-zoneamento/
Revolta da Chibata
O herói João Cândido. |
Faltas consideradas graves representavam "25 chibatadas, no mínimo", no lombo dos negros que serviam nos navios. É. Os marinheiros era todos negros. Os oficiais, adivinha, eram todos brancos.
O marinheiro João Cândido organizou seus companheiros durante dois anos, preparando a revolta. A hora chegou quando um marinheiro foi condenado, não a 25, mas a 250 chibatadas, por uma falta muito gravíssima: ele tinha levado cachaça para bordo, e ainda por cima meteu uma navalhada no dedo-duro que o denunciou.
O motim estourou no encouraçado Minas Gerais em 22 de novembro de 1910. Outras embarcações rapidamente aderiram, ameaçando bombardear o Rio de Janeiro. Eles exigiam o fim da chibata e a anistia aos revoltosos.
Os almirantes não fizeram caso. Aquela negrada não ia ser capaz de comandar a pequena frota. Mandaram torpedear os amotinados. Mas os marinheiros sabiam muito mais que os comandantes. João Cândido comandou a manobra do encouraçado por entre as ilhotas da Baía de Guanabara, de um jeito que era considerado impossível pelos especialistas, escapando de seus perseguidores.
Os marinheiros foram anistiados. A revolta acabou. Logo depois, foram todos presos e expulsos da Marinha. Os fuzileiros navais da Ilha das Cobras se rebelaram contra a traição do governo. Foram bombardeados. Eram 600. Sobreviveram pouco mais de 100.
Os castigos corporais acabaram. João Cândido nunca foi reincorporado. Morreu na miséria, em 1969. Foi anistiado, post mortem, em 24 de julho de 2008.
Fonte: http://blogjoelbueno.blogspot.com/2010/11/efemeride_22.html
20 novembro 2010
Gordura e crescimento
Cristovam Buarque. |
Durante séculos, acreditamos que as cidades ficavam melhores à medida que aumentavam. Faz pouco tempo, percebemos a necessidade de reduzir as cidades, para viver melhor fora das megalópoles. Já é possível ser mais feliz em cidades menores.
Também durante séculos, acreditamos que as mulheres e os homens gordos eram mais saudáveis e mais ricos, carregando no corpo as provas da riqueza, as lembranças do prazer de comer e o fim da angústia da fome. Hoje, pelo contrário, o símbolo da riqueza e da beleza é a esbeltez. Nas sociedades modernas, são os pobres que engordam; os ricos gastam fortunas para emagrecer.
Gordura e superpopulação deixaram de ser sinais de riqueza inteligente, tanto para cidades quanto para pessoas. Mas as pessoas ainda resistem em perceber que a gordura que as rodeia, na forma de bens, consumidos ou de patrimônio, não é mais sinal de riqueza inteligente.
Porque essa riqueza já não cabe no mundo. As cidades vivem com suas aortas entupidas de automóveis, a atmosfera envenenada por dióxido de carbono. O organismo social padece das doenças que convenceram as pessoas a reduzirem suas cinturas. Também porque a segunda lei da termodinâmica deixa claro que nada pode crescer infinitamente em um mundo finito, com recursos naturais esgotáveis.
Depois de dois séculos de civilização industrial, principalmente na segunda metade do século XX, e muito mais com a globalização das últimas décadas, o PIB se transformou no símbolo do avanço civilizatório. Não importa se a compra vai endividar, comprometer o consumo de coisas mais essenciais à família, tirar as crianças de uma boa escola.
Não importa também se as horas perdidas no trânsito aumentam, ou se os engarrafamentos consomem tempo de vida ou provocam angústias e perdas. Como o consumo de combustível eleva o PIB, o engarrafamento passa a impressão de que a sociedade está mais rica, apesar da diminuição da felicidade geral.
Na medida em que percebemos o "desvalor" dos bens que engordam as cidades e as casas, tomamos consciência da possibilidade e da conveniência de aumentar o bem-estar graças ao decrescimento da produção de bens materiais e privados, com aumento na oferta de bens e serviços públicos e culturais. Diante da crise ecológica previsível e das insatisfações sociais já sentidas, surgiu, especialmente na Europa, um movimento pelo "decrescimento-feliz".
O conceito de decrescimento, atualmente debatido na Europa, substitui a ideia do crescimento ilimitado pela meta de uma sociedade melhor, que consume menos. É claro que esse decrescimento não se aplica linearmente em um mundo onde 20% consomem 85% dos recursos naturais. Em consequência, 80% da população vivem com menos do que o necessário.
Em 1980, a Editora Paz e Terra publicou um livro com o título "Desordem do progresso — O fim da era dos economistas", logo traduzido em Londres com o título "The End of Economics".
Há poucas semanas, o jornalista Clóvis Rossi publicou um artigo com o título "Felicidade Nacional Bruta", em que comenta o movimento mundial em busca de um novo indicador para o progresso. O IDH — Índice de Desenvolvimento Humano — já é levado a sério. O governo francês pediu e já recebeu uma proposta, elaborada por economistas, visando a um indicador que substitua o PIB.
É inevitável que a ideia de decrescimento-feliz ganhe adeptos. Que se espalhe e seja aceita tanto quanto a ideia de crescimento dominou o século XX. Antes disso, poderá ser recusada e ridicularizada, assim como a industrialização enfrentou fortes resistências do mercantilismo e da fisiocracia.
Mas prevaleceu, porque representava a força do progresso. O decrescimento-feliz vai prevalecer graças à fragilidade da atual concepção de progresso para enfrentar a força da natureza e as insatisfações existenciais. Não deve demorar muito para que o crescimento econômico passe a ser visto com o desconforto que hoje recai sobre a gordura do corpo e o tamanho das cidades.
Cristovam Buarque é Professor da Universidade de Brasília e Senador pelo PDT/DF
Fonte: http://buarque.org.br/?p=8600
Feeling good
Pássaros voando alto, você sabe como me sinto
Sol no céu,você sabe como me sinto
Briza passando,você sabe como me sinto
(refrão)x2
É um novo amanhecer
É um novo dia
É uma nova vida
Pra mim
E estou me sentindo bem
Peixe no mar, você sabe como me sinto
Rio correndo livre, você sabe como me sinto
Florescer na árvore,você sabe como me sinto
(refrão)
Libélula ao Sol,você sabe o que eu quero dizer, não sabe?
Borboletas se divertindo, você sabe o que eu quero dizer
Adormecer em paz ao fim do dia
Isso que eu quero dizer!
E este velho mundo é um novo mundo
E um corajoso mundo
Pra mim
Estrelas quando brilham, você sabe como me sinto
Aroma do pinheiro, você sabe como me sinto
Oh a liberdade é minha
E eu sei como me sinto
(refrão)
American pie
Há muito, muito tempo atrás...
Eu ainda consigo me lembrar
Como aquela música me fazia sorrir.
E sabia que se eu tivesse minha chance
Eu poderia fazer aquelas pessoas dançarem
E, talvez, elas seriam felizes por um momento.
Mas fevereiro me fez tremer
Com cada jornal que eu entreguei.
Más notícias na porta ;
Eu não podia dar mais nenhum passo.
Eu não consigo lembrar se eu chorei
Quando eu li sobre a viúva dele,
Mas algo me comoveu profundamente
O dia que a música morreu.
Refrão: Então, tchau tchau, Miss American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem
Mas a barragem estava seca
E eles, bons garotos, estavam bebendo uísque e centeio
Cantando "Este será o dia que eu morrerei"
"Este será o dia que eu morrerei"
Você escreveu o livro do amor?
E você tem fé em Deus?
Se a Bíblia te dizer que é assim,
Você acredita em Rock n' Roll?
A música pode salvar sua alma mortal?
E você pode me ensinar a dançar bem devagar?
Bem, eu sei que você está apaixonada por ele
Pois eu vi vocês dançando no ginásio
Vocês dois tiraram os sapatos
Cara, eu entendo o "rhythm and blues"
Eu era um adolescente solitário e desajeitado
Com um cravo rosa e uma caminhonete,
Mas eu sabia que estava sem sorte
No dia em que a música morreu
Nós estávamos cantando
Tchau tchau, Miss American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem
Mas a barragem estava seca
E eles, bons garotos, estavam bebendo uísque e centeio
Cantando "Este será o dia que eu morrerei"
"Este será o dia que eu morrerei"
Agora por 10 anos nós estivemos sozinhos
E musgo cresce numa pedra rolante
Mas não era assim antes
Quando o bobo da corte cantou para o rei e a rainha
Com um casaco que ele pegou emprestado do James Dean
E uma voz que veio de nós,
Oh, e enquanto o rei estava olhando para baixo
O bobo da corte roubou sua coroa de espinhos
A corte judicial foi adiada
Nenhum veredicto foi retornado
E enquanto Lenin lia um livro de Marx
O quarteto praticava no parque
E nós cantamos lamentações no escuro
O dia que a música morreu
Nós estávamos cantando,
Tchau tchau, Miss American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem
Mas a barragem estava seca
E eles, bons garotos, estavam bebendo uísque e centeio
Cantando "Este será o dia que eu morrerei"
"Este será o dia que eu morrerei"
Helter Skelter num verão abafado
Os pássaros voaram com abrigo
Oito milhas de altura e caindo rápido
Pousou na grama
Os jogadores tentaram um passe para frente
Com o bobo da corte no campo
Agora o ar do primeiro tempo foi doce perfume
Enquanto os sargentos tocavam uma marchinha
Todos nós levantamos para dançar
Oh, mas nós nunca tivemos chance
Porque os jogadores tentaram tomar o campo
A banda da marchinha se recusou a desistir
Você se lembra o que foi revelado
No dia que a música morreu?
Nós estavamos cantando
"Tchau tchau, Miss American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem,
Mas a barragem estava seca.
E eles, bons garotos, estavam bebendo uísque e centeio
Cantando "Este será o dia que eu morrerei."
"Este será o dia que eu morrerei."
Oh, e lá estávamos nós num único lugar
Uma geração "Perdida no Espaço"
Sem tempo para recomeçar
Então, vamos, Jack, seja ágil, Jack, seja rápido
Jack Flash sentou num castiçal
Porque o fogo é o único amigo do diabo
Oh, e enquanto eu o via no palco
Minhas mão estavam cerradas em punhos de raiva
Nenhum anjo nascido no inferno
Poderia quebrar o feitiço do Satanás
E enquanto as chamas subiam pela noite
Para iluminar o ritual de sacrifício
Eu vi o Satanás rir com satisfação
No dia que a música morreu
Ele estava cantando,
"Tchau tchau, Miss American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem,
Mas a barragem estava seca.
E eles, bons garotos, estavam bebendo uísque e centeio
Cantando "Este será o dia que eu morrerei."
"Este será o dia que eu morrerei."
Eu conheci uma garota que cantava blues
E eu pedi a ela umas boas notícias
Mas ela só deu um sorriso e foi embora
Eu fui à loja sagrada
Onde eu tinha escutado a música anos atrás
Mas o homem lá disse que a música não tocaria
E nas ruas as crianças gritavam
Os amantes choravam e os poetas sonhavam
Mas nenhuma palavra foi dita
Os sinos da igreja estavam todos quebrados
E os três homens que eu mais admirava
O Pai, o Filho e o Espírito Santo
Pegaram o último trem para o litoral
No dia em que a música morreu.
E eles estavam cantando,
"Tchau tchau, Miss American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem,
Mas a barragem estava seca.
E eles, bons garotos, estavam bebendo uísque e centeio
Cantando "Este será o dia que eu morrerei."
"Este será o dia que eu morrerei."
Eles estavam cantando,
"Tchau tchau, Miss American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem,
Mas a barragem estava seca.
E eles, bons garotos, estavam bebendo uísque e centeio
Cantando "Este será o dia que eu morrerei."
19 novembro 2010
A propagação do preconceito contra o pobre
Segue a palavra do jornalista Luiz Carlos Prestes, da Globo de Santa Catarina:
Segue a palavra da senadora Ideli Salvati:
Fonte 1: http://www.conversaafiada.com.br/video/2010/11/16/video-assustador-globo-de-sc-tem-odio-de-pobre/
Fonte 2: http://www.conversaafiada.com.br/video/2010/11/18/video-senadora-ataca-prates-e-pode-convocar-dono-da-rbs/
Segue a palavra da senadora Ideli Salvati:
Fonte 1: http://www.conversaafiada.com.br/video/2010/11/16/video-assustador-globo-de-sc-tem-odio-de-pobre/
Fonte 2: http://www.conversaafiada.com.br/video/2010/11/18/video-senadora-ataca-prates-e-pode-convocar-dono-da-rbs/
Designer transforma velhas placas em suporte para guardar CDs
Diaz mantém o aspecto original da peça, apenas dá um acabamento na pintura, colorindo de cor única as placas antigas.
A criação do designer, apelidada "Plattern", foi remodelada em outras formas gemoétricas capaz de abrigarem CDs e de fazer parte da decoração de maneira nova.
Exemplo de boa (e simples) ideia e criatividade ecológica, aproveitando o material de alumínio que iria degradar no meio ambiente.
Fonte: http://pensandoverde.blogtv.uol.com.br/2010/11/11/designer-transforma-velhas-placas-em-suporte-para-guardar-cds
Acre cria lei para que moradores recebam pela conservação da floresta
Mais incentivos pra floresta. |
O governo acriano deve assinar ainda esta semana um acordo com o da Califórnia que compatibilize a legislação dos dois estados. Esse tipo de compensação é conhecido como Redd (sigla para “redução de emissões por desmatamento e degradação") e, basicamente, consiste na criação de mecanismos que permitam que países desenvolvidos paguem àqueles em desenvolvimento para que conservem suas florestas para suprir as emissões de carbono de suas economias industrializadas.
Para o país rico, é vantajoso pagar pela conservação numa região pobre, pois acaba sendo mais barato que reduzir as emissões localmente. Para os países em desenvolvimento, como o Brasil, há a vantagem de receber dinheiro e conservar seu patrimônio ambiental.
Desta forma, as terras indígenas, por exemplo, podem receber bens comuns, como a construção de escolas, enquanto grandes proprietários de terra poderão obter valores diretamente em dinheiro. Outros segmentos, como os ribeirinhos e os grupos extrativistas (por exemplo, seringueiros e coletores de castanhas) também devem ser contemplados.
Texto adaptado.
Fonte: http://www.globoamazonia.com/Amazonia/0,,MUL1630291-16052,00-ACRE+CRIA+LEI+PARA+QUE+MORADORES+RECEBAM+PELA+CONSERVACAO+DA+FLORESTA.html
18 novembro 2010
Projeção do Imazon aponta para possível retomada do desmatamento na Amazônia
O desmatamento através do covarde "correntão". |
A pecuária seria a principal atividade a pressionar por novos desmatamentos, como vem sendo na Amazônia, entre outros fatores, pela maior demanda global por alimentos nos próximos anos. Os autores do estudo, a ser apresentado nesta quinta-feira (18) numa conferência da Universidade de Auvergne, na França, Paulo Barreto e Daniel Silva, traçaram três panoramas possíveis para o desmatamento da maior floresta tropical do mundo.
Novo Código
No primeiro cenário do Imazon, que aponta para uma baixa taxa de desmatamento (inferior a 2 mil km² por ano), haveria incentivos de mercado e de políticas públicas para a conservação das florestas, além de punição e restrições contra a devastação.
Esse panorama considera que o Congresso não mudaria leis ambientais de modo a favorecer o desmatamento e o governo continuaria fortalecendo as leis já existentes, aumentando a repressão a matadouros clandestinos, o que eliminaria mercado para bois de áreas desmatadas irregularmente.
O estudo diz que os pequenos produtores têm sido crescentemente usados como argumento para a formulação de leis para reduzir a proteção da floresta. Eles teriam necessidade de desmatar para viabilizar sua produção. Neste sentido, defende o Imazon, seria necessário ter políticas diferenciadas para pequenos e grandes proprietários de terra.
Fiscalização e apoio
Um caminho possível, de acordo com o Imazon, seria submeter os latifundiários à fiscalização para cumprirem a lei ambiental, enquanto os pequenos poderiam receber estímulo financeiro para conservação na forma de crédito rural subsidiado para projetos de manejo ou pagamentos por serviços ambientais (o produtor rural receber dinheiro para manter a mata em pé).
O cenário de desmatamento médio prevê que o Código Florestal não seria alterado de modo que facilitasse a derrubada da floresta amazônica. O governo manteria as políticas de “comando e controle” – fiscalização, multa e monitoramento – em especial em relação ao desmatamento em grandes propriedades rurais. Nesse panorama, contudo, nem o governo nem o mercado ofereceriam estímulo ao cumprimento da lei ambiental.
Alto desmatamento
O cenário com muito desmatamento teria condições semelhantes às do desmatamento médio, mas, nesse caso, haveria a questão adicional de que o Congresso e a Justiça reduziriam a proteção das florestas ao mudar leis e diminuir áreas protegidas. Nesse caso, afirma o Imazon, a devastação poderia ultrapassar os seus números mais altos, batendo os 12 mil km² ao ano.
Texto adaptado.
Fonte: http://www.globoamazonia.com/Amazonia/0,,MUL1630723-16052,00-PROJECAO+DO+IMAZON+APONTA+PARA+POSSIVEL+RETOMADA+DO+DESMATAMENTO+NA+AMAZONI.html
15 novembro 2010
Eu sei, mas não devia
Marina Colasanti. |
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
Marina Colasanti:
nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil.
O grande sofisma
Não sou responsável pelas minhas insuficiências.
Se minha corrente vital é acaso interrompida e foge de seu leito;
se meu ser muitas vezes se desprende de seus suportes e se perde no vazio;
se é frágil a minha composição orgânica e tênues os meus impulsos - culpo disso os meus pais, a
sociedade, o regime, os colégios; culpo as mulheres difíceis, os
governos, as privações anteriores; culpo os antepassados em geral, o mau clima da minha
cidade, a sífilis que veio nas naus descobridoras, a água salobra, as portas que se me
fecharam e os muitos "sins" que esperei e me foram negados;
culpo os jesuítas e o vento sudoeste;
culpo a Pedro Álvares Cabral e a Getúlio;
culpo o excesso de proibições, a escassez de iodo, as viagens que não fiz, os encontros que não tive,
os amigos que me faltaram e as mulheres que não me quiseram; culpo a D. João VI e ao Papa;
culpo a má-vontade e a incompreensão geral.
A todos e a tudo eu culpo.
Só não culpo a mim mesmo que sou inocente. E ao Acaso, que é irresponsável...
Se minha corrente vital é acaso interrompida e foge de seu leito;
se meu ser muitas vezes se desprende de seus suportes e se perde no vazio;
se é frágil a minha composição orgânica e tênues os meus impulsos - culpo disso os meus pais, a
sociedade, o regime, os colégios; culpo as mulheres difíceis, os
governos, as privações anteriores; culpo os antepassados em geral, o mau clima da minha
cidade, a sífilis que veio nas naus descobridoras, a água salobra, as portas que se me
fecharam e os muitos "sins" que esperei e me foram negados;
culpo os jesuítas e o vento sudoeste;
culpo a Pedro Álvares Cabral e a Getúlio;
culpo o excesso de proibições, a escassez de iodo, as viagens que não fiz, os encontros que não tive,
os amigos que me faltaram e as mulheres que não me quiseram; culpo a D. João VI e ao Papa;
culpo a má-vontade e a incompreensão geral.
A todos e a tudo eu culpo.
Só não culpo a mim mesmo que sou inocente. E ao Acaso, que é irresponsável...
Anibal Machado
Surgimento dos Andes permitiu biodiversidade amazônica, diz estudo
Biodiversidade única e brasileira. |
A floresta amazônica é o mais variado dos ecossistemas mundiais, mas até hoje os cientistas não chegaram a um acordo sobre como e quando isso começou.
Os autores desse novo estudo compararam os padrões de diversidade biológica com dados geológicos e mostraram que a maior variedade de espécies atual na Amazônia está num terreno de mais de 1 milhão de quilômetros quadrados formado com sedimentos dos Andes, há cerca de 23 milhões de anos.
De acordo com os pesquisadores, é necessário, portanto, analisar os últimos 20 milhões de anos para entender a origem da biodiversidade amazônica, e não só períodos mais recentes.
O choque de placas tectônicas na porção ocidental da América do Sul e a consequente elevação dos Andes fez com que a configuração da planície amazônica mudasse substancialmente.
O sentido da drenagem desse terreno foi invertida e surgiram as condições para que a natureza se diversificasse. Uma extensa superfície alagada se formou e foi posteriormente drenada pelo Bacia Amazônica em formação, há cerca de 10 milhões de anos, oferecendo novas áreas para a colonização por animais e plantas terrestres.
Fonte: http://www.globoamazonia.com/Amazonia/0,,MUL1629668-16052,00-SURGIMENTO+DOS+ANDES+PERMITIU+BIODIVERSIDADE+AMAZONICA+DIZ+ESTUDO.html
Aquecimento global há milhões de anos não destruiu floresta tropical, diz estudo
Pólen de 56 milhões de anos. |
Os cientistas analisaram pólen retido em rochas antes, durante e depois desse aquecimento global primordial. Naquela ocasião, as temperaturas do globo aumentaram entre 3 e 5 graus e o nível de dióxido de carbono dobrou em 10 mil anos. A temperatura elevada seguiu por um período de 200 mil anos.
Nesse tempo, a floresta apresentou um aumento no número de espécies muito maior que o número de extinções. Entre os fósseis da fase aquecida, foi encontrado pela primeira vez pólen de plantas da família do maracujá e do chocolate, entre outros.
Detalhe importante: essa fase mais aquecida foi também úmida. Por isso, é possível que o atual aquecimento global não seja prejudicial às florestas se o clima não ficar também mais seco. Os modelos que tentam prever o futuro climático do planeta prevêem tanto que a umidade pode cair como crescer – no caso específico da Amazônia, no entanto, predomina a teoria de que a floresta ficará mais seca.
Fonte: http://www.globoamazonia.com/Amazonia/0,,MUL1629666-16052,00-AQUECIMENTO+GLOBAL+HA+MILHOES+DE+ANOS+NAO+DESTRUIU+FLORESTA+TROPICAL+DIZ+ES.html
Aumenta emissão de fuligem de queimadas no ar da Amazônia, diz Inpe
As queimadas e a fuligem. |
Com maior incidência em agosto e setembro, os aerossóis são lançados ao ar pela queima de florestas. Como os meses correspondem ao período de estiagem e há menos chuvas na região amazônica, o fogo se espalha com mais faciildade.
Segundo o pesquisador do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) do Inpe, Saulo Freitas, a emissão de fuligem de queimadas nas regiões Central e Norte do país migraram para o oeste e o noroeste da Amazônia entre agosto e setembro, pela ação dos ventos.
Isso teria ajudado a intensificar a seca na região, que atingiu principalmente o Rio Negro e o Solimões, porque os aerossóis tendem a inibir a formação de nuvens.
De acordo com Freitas, resultados de pesquisas preliminares começam a indicar que os aerossóis possuem papel relevante no clima amazônico por influenciarem o regime de chuvas.
Texto adaptado.
Fonte: http://www.globoamazonia.com/Amazonia/0,,MUL1629455-16052,00-AUMENTA+EMISSAO+DE+FULIGEM+DE+QUEIMADAS+NO+AR+DA+AMAZONIA+DIZ+INPE.html
Governadores eleitos no 1º turno receberam R$ 120 milhões em doações 'ocultas'
O orgulho de ser um político brasileiro. |
O montante representa R$ 120 milhões, de um total de R$ 318 milhões arrecadados pelos governadores.
O valor doado a partidos e comitês é repassado para outros comitês e, por fim, aos candidatos, num caminho que chega a envolver até quatro intermediários.
A manobra, que é legal, permite que empresas doem a candidatos sem ter o nome associado diretamente a eles.
O campeão de doações ocultas entre os governadores eleitos é Siqueira Campos (PSDB-TO), com 98% de doações via partidos ou comitês. Em seguida, aparecem Raimundo Colombo (DEM-SC), com 92%, e Roseana Sarney (PMDB-MA), com 87%.
O governador reeleito de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), por exemplo, não recebeu nenhum centavo da Queiroz Galvão, mas a empreiteira doou R$ 500 mil ao diretório mineiro do PPS, que, por sua vez, repassou R$ 60 mil ao tucano.
No total, Anastasia recebeu doações de dez partidos e comitês, que representam 47% dos recursos.
Texto adaptado.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/830581-governadores-eleitos-no-1-turno-receberam-r-120-milhoes-em-doacoes-ocultas.shtml
14 novembro 2010
Quando os Anjos Choram
Quando Os Anjos Choram
Chico Mendez, o mataram
era um defensor e um anjo
de toda a Amazônia
ele morreu a sangue frio
sabia Collor de Melo
e também a polícia
quando os anjos choram
chuva cai sobre a aldeia,
chuva sobre o cemitério
alguém morreu...
um anjo caiu
um anjo morreu
um anjo se foi
e não voltará
quando o assassino fugia
Chico Mendez morria
a selva se sufocava em choro
ele deixou dois lindos filhos
uma esposa valorosa
e uma selva em agonia
quando os anjos choram
é por cada árvore que morre
cada estrela que se apaga
ho...no...noo...
um anjo caiu
um anjo morreu
um anjo se foi
e não voltará
um anjo caiu
um anjo morreu
um anjo se foi
se foi voando na madrugada
quando os anjos choram
quando os anjos choram
chorará
quando os anjos choram
quando os anjos choram
Choverá
huuu aaaa......ho no..noo...no
huuu aaaa......ho no..noo...no
10 novembro 2010
O ciclo afetado
Seca no Amazonas. |
Não é para menos. Além de influenciar diretamente o regime de chuvas do Brasil e da América Latina, a Amazônia estoca em suas matas entre 80 e 120 bilhões de toneladas de carbono. A cada árvore que cai, uma parcela dessa conta vai para os céus, alimentando o aquecimento global e empurrando o planeta para uma crise climática cada vez mais acentuada. E é a distorção desses ciclos que pode estar ajudando no vaivém exagerado nas águas do rio Negro.
Nesta terça-feira, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) soltaram nota dizendo que a fuligem de queimadas em suspensão na atmosfera – por conta das queimadas que varreram a floresta nos últimos meses – podem ter contribuído para intensificar a seca na região. Segundo os cientistas, essas partículas inibem a formação de nuvens.
Os estudos ainda são recentes, mas já tem muita gente se debruçando sobre o assunto. E para o grupo de pesquisa de Qualidade do Ar do Inpe, esses aerossóis originados das queimadas estão revelando impactos importantes no regime de chuvas e no clima da região.
Fonte: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Blog/o-ciclo-afetado/blog/28211
Qualquer bom amigo dirá
I never seen you looking so bad my funky one
You tell me that your superfine mind has come undone
CHORUS:
Any major dude with half a heart surely will tell you my friend
Any minor world that breaks apart falls together again
When the demon is at your door
In the morning it won't be there no more
Any major dude will tell you
Have you ever seen a squonk's tears? Well, look at mine
The people on the street have all seen better times
CHORUS
I can tell you all I know, the where to go, the what to do
You can try to run but you can't hide from what's inside of you
CHORUS
Vitória nossa
Clarice Lispector. |
Não temos amado, acima de todas as coisas.
Não temos aceito o que não se entende porque não queremos ser tolos.
Temos amontoado coisas e seguranças por não nos termos, nem aos outros.
Não temos nenhuma alegria que tenha sido catalogada.
Temos construído catedrais e ficado do lado de fora, pois as catedrais que nós mesmos construímos tememos que sejam armadilhas.
Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e talvez sem consolo.
Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro que por amor diga: teu medo.
Temos organizado associações de pavor sorridente, onde se serve a bebida com soda.
Temos procurado salvar-nos, mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes.
Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de amor e de ódio.
Temos mantido em segredo a nossa morte.
Temos feito arte por não sabermos como é a outra coisa.
Temos disfarçado com amor nossa indiferença, disfarçado nossa indiferença com a angústia, disfarçando com o pequeno medo o grande medo maior.
Não temos adorado, por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses.
Não temos sido ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer “pelo menos não fui tolo”, e assim não chorarmos antes de apagar a luz.
Temos tido a certeza de que eu também e vocês todos também, e por isso todos sem saber se amam.
Temos sorrido em público do que não sorrimos quando ficamos sozinhos.
Temos chamado de fraqueza a nossa candura.
Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo.
E a tudo isso temos considerado a vitória nossa de cada dia...
Clarice Lispector.
09 novembro 2010
Mulher: os caminhos da libertação
Isabel Bonnín. |
É no seio da família que meninas e meninos recebem uma educação diferenciada. O menino aprende a ser agressivo, racional, seguro, independente, frio, forte, corajoso e "polígamo". Características identificadas com a masculinidade.
A menina aprende a ser dócil, emocional, insegura, dependente, frágil, meiga e fiel. Características, símbolo de feminilidade. Muita verdade está embutida numa frase que já se tornou clássica: "Ninguém nasce mulher ou homem, tornam-se mulheres e homens".
Um dos principais presentes que a menina ganha é uma boneca. O menino ganha uma bola ou um caminhão. São as primeiras definições do universo feminino: a casa; do universo masculino: a rua.
A educação formal nas escolas, a religião, os meios de comunicação têm reproduzido uma ideologia patriarcal que atravessa todas as esferas da sociedade e reforça a submissão da nós mulheres.
É com base nessas idéias, nessa ideologia machista que se desenvolve a dupla moral, uma moral para os homens, outra para as mulheres; a violência contra a mulher; o conceito de mulher ideal, bonita de cabeça oca; o sistema comercial que faz da mulher um objeto de propaganda e um símbolo sexual.
No mundo do trabalho encontramos uma divisão clara introduzida pelo sistema capitalista: trabalho "fora de casa" (produção) e as "tarefas domésticas" (reprodução).
(...)
Isabel Pomar Bonnín
O complexo cultural
O complexo colonial, no qual se configurou o homem brasileiro durante mais de quatro séculos, implicava a impossibilidade de tomarmos consciência de nós mesmos.
Se remontarmos a nossa própria biografia e consultarmos o nosso estado de espírito até há pouco tempo, verificaremos que o colonialismo se manifestava em nós não só pela total dependência, mas também pelo complexo de inferioridade em relação à Europa. Se eram ingleses os sapatos e as fazendas das roupas que vestíamos, franceses eram os livros e as ideias de que nos utilizávamos.
Não nos víamos com os próprio olhos, mas com os olhos dos europeus. Tínhamos vergonha de nós mesmos, de nossa pobreza, da nossa cultura européia, éramos egos e surdos em relação ao Brasil.
Para rompermos com toda essa situação de país subdesenvolvido, semicolonial, é preciso compreender que o Brasil não é exterior a nós, mas está em nós, faz parte do nosso corpo e da nossa alma. O problema da cultura brasileira é um problema nosso. Nossa existência será dependente e inautêntica, enquanto for dependente e inautêntica a existência do país.
Roland Corbisier,
Formação da Cultura Brasileira
MPF recomenda ao Ibama não emitir novas licenças para Belo Monte
O Ministério Público Federal (MPF) enviou nesta terça-feira (9) ao presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Abelardo Bayma de Azevedo, uma recomendação para que o órgão não emita novas licenças para a usina de Belo Monte, no rio Xingu, sudeste do Pará.
O argumento é que o governo federal ainda não resolveu questões pendentes da licença prévia que autorizou o leilão da obra, em abril deste ano.
Na época do leilão, o Ibama estabeleceu 40 condicionantes que deveriam ser cumpridas antes da emissão de novas autorizações. As condicionantes determinam que o Poder Público implante obras de infraestrutura em saneamento, saúde e educação nos municípios afetados, além de demarcar terras indígenas e adotar medidas de compensação ambiental, entre outras ações.
Tipos de licença
A legislação brasileira prevê três tipos de licenças ambientais para grande empreendimentos: a licença prévia, que estabelece a viabilidade do projeto e determina as condições para a realização da obra; a licença de instalação, que autoriza o início da obra desde que as condicionantes tenham sido cumpridas; e a licença de operação, emitida após a conclusão das obras.
Segundo a recomendação, a aprovação de novas licenças contraria as leis do país. “É inadmissível juridicamente a expedição dessa nova licença [de instalação], porque relegaria a decisão por cumprir as condicionantes para um momento posterior”, diz o texto.
Texto adaptado.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2010/11/09/mpf-recomenda-ao-ibama-nao-emitir-novas-licencas-para-belo-monte.jhtm
05 novembro 2010
Ismália
Alphonsus de Guimaraens |
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
Tristeza do Infinito
Cruz e Sousa. |
uma tristeza ociosa,
sem objetivo, latente,
vaga, indecisa, medrosa.
Como ave torva e sem rumo,
ondula, vagueia, oscila
e sobe em nuvens de fumo
e na minh'alma se asila.
Uma tristeza que eu, mudo,
fico nela meditando
e meditando, por tudo
e em toda a parte sonhando.
Tristeza de não sei donde,
de não sei quando nem como...
flor mortal, que dentro esconde
sementes de um mago pomo.
Dessas tristezas incertas,
esparsas, indefinidas...
como almas vagas, desertas
no rumo eterno das vidas.
Tristeza sem causa forte,
diversa de outras tristezas,
nem da vida nem da morte
gerada nas correntezas...
Tristeza de outros espaços,
de outros céus, de outras esferas,
de outros límpidos abraços,
de outras castas primaveras.
Dessas tristezas que vagam
com volúpias tão sombrias
que as nossas almas alagam
de estranhas melancolias.
Dessas tristezas sem fundo,
sem origens prolongadas,
sem saudades deste mundo,
sem noites, sem alvoradas.
Que principiam no sonho
e acabam na Realidade,
através do mar tristonho
desta absurda Imensidade.
Certa tristeza indizível,
abstrata, como se fosse
a grande alma do Sensível
magoada, mística, doce.
Ah! tristeza imponderável,
abismo, mistério, aflito,
torturante, formidável...
ah! tristeza do Infinito!
Fetichismo
Raimundo Correia. |
Interrogas em vão: - Que céus habita Deus?
Onde essa região de luz bendita,
Paraíso dos justos e dos crentes?
Em vão tateiam tuas mãos trementes
As entranhas da noite erma, infinita,
Onde a dúvida atroz blasfema e grita,
E onde há só queixas e ranger de dentes...
A essa abóbada escura, em vão elevas
Os braços para o Deus sonhado, e lutas
Por abarcá-lo; é tudo em torno trevas...
Somente o vácuo estreitas em teus braços;
E apenas, pávido, um ruído escutas
Que é o ruído dos teus próprios passos!...
04 novembro 2010
Brasil é o país que mais avança, apesar da variável 'educação' puxar IDH para baixo
Nosso calcanhar de Aquiles. |
"Os números do Brasil em relação a expectativa de vida, por exemplo, mostram que o país teve uma evolução muito rápida. Isso é importante. Quando a gente olha para a renda, houve uma estabilidade durante os anos de crise (2008 e 2009) e agora a renda per capita já subiu mais de US$ 600. Os dados da educação também mostram um grande avanço. A perspectiva era de 7,2 anos de estudo para brasileiros acima de 25 anos. Hoje é de 13,8 para quem está entrando agora na escola. O sistema educacional está sendo transformado, embora ainda falte bastante para o país entrar no grupo do IDH muito alto", analisou o economista do Pnud, Flávio Comim.
Segundo ele, não existe uma causa específica para o avanço do Brasil. O bom desempenho é um reflexo do crescimento equilibrado e constante registrado nos últimos anos. "É importante olhar para esse modelo do Brasil, onde não se cresce muito em uma área, mas se cresce de forma geral e consistente", disse o economista.
O Relatório de Desenvolvimento Humano aponta, no entanto, que os resultados referentes à área da educação puxaram para baixo o índice brasileiro, que ficou abaixo da média latino-americana, de acordo com a nova metodologia aplicada.
A população brasileira registra 7,2 “anos médios de escolaridade” entre os adultos, e 13,8 “anos esperados de escolaridade” para as crianças. Os dois valores entram no cálculo do IDH – e nos dois o Brasil vai pior do que os vizinhos Chile (9,7 e 14,5), Argentina (9,3 e 15,5), Uruguai (8,4 e 15,7) e Peru (9,6 e 13,8).
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2010/11/04/brasil-e-o-pais-que-mais-avanca-apesar-da-variavel-educacao-puxar-idh-para-baixo.jhtm
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